As "lágrimas" da mulher de Paulo Fonseca pela sua Ucrânia: «Mães dão à luz em hospitais bombardeados»

Katerina deixa emotiva mensagem nas redes sociais

• Foto: Instagram

Katerina Fonseca, a mulher de Paulo Fonseca, deixou uma longa e emotiva mensagem no Instagram a dar conta do "desespero" que por estes dias passa por conta da sua Ucrânia. Katerina, o treinador português e o filho do casal já deixaram o país, mas ela revela que chora diariamente ao ver o que está a acontecer por lá e garante que, depois de ter perdoado a invasão russa de 2014, agora não perdoará.

Leia a publicação na íntegra:

"Há uns dias deixei a Ucrânia. Mas apenas fisicamente. Todo o meu desespero e dor transbordam para tentar ajudar aqueles que permaneceram. A cada minuto afogo-me na dor humana: idosos indefesos sem comida, mães a dar à luz em hospitais bombardeados, os subúrbios de Kiev varridos da face da terra e gritos de socorro daqueles que ficaram lá.

Todos os dias literalmente transformo-me em pedra de infortúnio e lágrimas. Eu e os milhões de ucranianos que hoje estão a ser mortos por soldados russos.

Gritamos em todos os ecrãs TV, nas redes sociais e nas capas de jornais ao redor do Mundo. Mas as pessoas na Rússia ouvem o nosso clamor? Perguntam-se por que o governo os excluiu das informações do Mundo inteiro, bloqueando-lhes as redes sociais, a rádio, a imprensa internacional e oferecendo apenas as suas mentiras infinitamente selvagens em troca?

Não importa o quanto eles mentem sobre a 'operação especial' na Ucrânia e os 'ataques pontuais' contra alvos militares; por mais que mintam e vos digam que somos fascistas, o que significa que precisamos e podemos ser mortos; não importa o quanto eles mentem e vos digam que os seus soldados não são assassinos, mas 'salvadores'... Não importa o quanto eles mentem e vocês mintam para vocês mesmos, o Mundo inteiro sabe e vê o quão louco o presidente Putin e seus fantoches são. Começaram e estão a travar uma guerra sangrenta no centro da Europa.

Começou, não terminou. Porque em 2014 eu já tinha fugido da minha casa, em Donetsk, dos militantes russos. Fugi do terror e do roubo. Eu, centenas dos meus amigos e conhecidos, milhares de moradores do Donbass fugimos de Donetsk capturado, assim como hoje centenas de milhares de pessoas estão a fugir de todos os cantos da Ucrânia de invasores e assassinos. Que durante 8 anos 'ficaram mais arrojados', passando para tanques e finalmente levando nas mãos a sua bandeira - a bandeira do país que iniciou esta guerra há 8 anos e que continua até hoje.

Na altura o Mundo perdoou a Rússia, a Crimeia. O Donbass perdoou a Rússia, como antes perdoou parte da Moldávia e perdoou parte da Geórgia. Em 2014, o Mundo novamente não disse a sua palavra, permitindo que a Rússia voltasse a ocupar descaradamente territórios estrangeiros, fugindo com a palhaçada e a farsa, com 'referendos'. Eu perdoei então, mas não vou perdoar agora."

Por Record
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