BCP não vai emprestar mais dinheiro a clubes de futebol

Novo presidente do banco definiu que a instituição não se devia sujeitar ao risco que estes investimentos acarretam. Sporting chegou a ter dívida de 150 milhões.

• Foto: Tiago Sousa Dias

O Millenium BCP anunciou que irá deixar de financiar clubes de futebol. O presidente-executivo do banco, Miguel Maya, incorporou no regulamento interno da instituição que o banco não pode voltar a conceder empréstimos a clubes de futebol, apresentando dois argumentos: o risco inerente a este financiamento e o facto de não se integrar na sua estratégia principal.

Já em 2012, quando o banco pediu três mil milhões de euros de fundos públicos para se capitalizar através da linha da troika, uma das condições impostas foi a de que a instituição não aumentasse a sua exposição a clubes de futebol, lembra o jornal Público. Essas mesmas condições foram levantadas em 2017, quando o banco liquidou a sua dívida ao Estado.

Esta tomada de decisão da administração de Miguel Maya surge numa altura em que a relação do Sporting com a banca é instável. Em Setembro de 2017 as responsabilidades do Sporting perante terceiros atingiam 330 milhões de euros, sendo que 220 milhões eram dívidas da SAD do clube ao BCP e ao Novo Banco (cerca de 130 milhões em Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) e os restantes 95 milhões de euros são empréstimos). 

O BCP e o Novo Banco são os principais credores do Sporting com uma exposição idêntica, de cerca de 150 milhões de euros cada, informa o jornal Público.

Os VMOC são instrumentos criados no âmbito da reestruturação financeira da SAD que serão transformados em acções através de uma operação que retira os bancos do horizonte da SAD e coloca o clube com mais de 90% do capital, lembra o diário.

O BCP foi instrumental no relativo perdão de dívida no valor de 90 milhões de euros ao Sporting, na medida em que o valor na criação dos VMOC pressupunha que a cada euro de dívida correspondia um euro de capital, mas o valor das acções era inferior (30 cêntimos), originando uma diferença de de 130 para 40 milhões de euros.

Foi tornado público este mês que a SAD leonina estava com dificuldade em levantar fundos no mercado, através da emissão de um empréstimo obrigacionista colocado junto do público em geral.

Autor: Sábado

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