A escolha de María Corina Machado já gerou reações internacionais. Sem comentários de Trump, a Casa Branca acusa o comité de escolha política
O anúncio do Prémio Nobel da Paz de 2025, entregue a María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, já gerou reações internacionais e expôs o peso da escolha do comité norueguês. A distinção reconhece “a incansável luta pela defesa dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela transição pacífica do país da ditadura para a democracia”, segundo o Comité Nobel.
María Corina Machado, de 58 anos, vive em regime de clandestinidade devido às ameaças do governo de Nicolás Maduro. Impedida de concorrer às presidenciais de 2024, manteve-se no país e apoiou Edmundo González, que mais tarde seria forçado ao exílio. Num vídeo divulgado pela sua equipa, Machado afirmou estar “em choque” e declarou que o prémio pertence “a todo um movimento pela liberdade na Venezuela”. González saudou “o primeiro Nobel da Venezuela” como “um reconhecimento justo à luta de uma mulher e de um povo inteiro pela democracia”.
Na Europa, as reações foram imediatas. No X, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, felicitou Machado pela “incansável luta pela justiça e pelos direitos humanos”, enquanto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o prémio “honra não apenas a sua coragem, mas todas as vozes que se recusam a ser silenciadas”, acrescentando que “o espírito de liberdade não pode ser enjaulado”.
No entanto, as atenções estão focadas mais a ocidente. Nos Estados Unidos, o anúncio foi recebido num contexto politicamente sensível. Embora o presidente Donald Trump não tenha ainda reagido oficialmente, o tema rapidamente ganhou espaço entre os seus apoiantes. No X, Steven Cheung, diretor de comunicação da Casa Branca, afirmou que o Comité Nobel “mostrou que põe a política acima da paz” e assegurou que o presidente “continuará a fazer acordos de paz, a encerrar guerras e a salvar vidas”, dado o seu “coração humanitário”.
Nas redes sociais associadas ao movimento Make America Great Again (MAGA), multiplicaram-se mensagens a questionar a escolha de Machado, com utilizadores a minimizar a importância da distinção e a sugerir que o prémio “deveria ter sido entregue a Trump” pelo seu papel nas negociações no Médio Oriente. Na conta do MAGA Voice no X, lê-se: “O prémio Nobel é uma piada. Qualquer pessoa com cérebro reconhece que Donald Trump deveria ter ganho. Trump poderia curar o cancro. É uma piada”, para além de se referirem a Machado como “uma pessoa aleatória que ninguém conhece”.
Questionado sobre as pressões públicas em torno do nome de Trump, o presidente do Comité Nobel, Jorgen Watne Frydnes, respondeu de forma direta: “A decisão foi tomada apenas com base no trabalho e na vontade de Alfred Nobel”. E acrescentou que “o comité sempre procurou honrar homens e mulheres que se opuseram à repressão e demonstraram que a resistência pacífica pode mudar o mundo”.
De acordo com a Reuters, a deliberação final do comité foi concluída antes da assinatura do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediado por Washington, o que reduz o peso de qualquer especulação sobre o papel da diplomacia americana na escolha deste ano. A Bloomberg descreveu o episódio como “um momento de desconforto político em Washington”, observando que o nome de Trump continua a pairar sobre o debate público em torno do Nobel da Paz.
Entre os analistas, há consenso de que a atribuição do Nobel à líder venezuelana, embora possa ser politicamente desconfortável para alguns sectores da direita norte-americana, está em linha com as prioridades históricas da política externa dos Estados Unidos, nomeadamente o apoio à oposição democrática na Venezuela. Halvard Leira, investigador do Instituto Norueguês de Assuntos Internacionais, afirmou que “este é um prémio atribuído a uma causa que Washington tem apoiado fortemente há anos”, acrescentando que “seria difícil interpretá-lo como um gesto contra Trump”.
O prémio concedido a Machado, a primeira venezuelana e a sexta latino-americana a receber o Nobel da Paz, foi igualmente saudado pelas Nações Unidas, que o descreveram como “um reconhecimento das aspirações do povo venezuelano por eleições livres e justas”.
Em Caracas, a notícia gerou celebrações entre apoiantes da oposição, que viram na distinção um sinal de legitimidade internacional. Já em Washington, a ausência de uma reação direta de Trump não impediu que o tema se tornasse parte do debate político.
Em causa, a publicação de dois vídeos. Líder do Chega ameaça rede social com processo em tribunal.
Ana Bispo Ramires, especialista em psicologia do desporto, escreve no Dia Mundial da Saúde Mental
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