“O Santo Padre morreu às 21.37 de Roma (menos uma hora na capital portuguesa), no seu apartamento privado.” Foi desta forma que Joaquin Navarro Valls, porta-voz do Vaticano, informou o Mundo que a vida de João Paulo II tinha chegado ao fim, depois de uma longa agonia.

Os sinos dobraram na Praça de S. Pedro e a emoção era visível nos rostos dos mais de 40 mil peregrinos que rezavam no local.

O dia de ontem foi marcado por informações que davam conta do “gravíssimo” estado de saúde do Sumo Pontífice, até à hora da divulgação da morte do Papa.

De acordo com os rituais do Vaticano, as exéquias devem realizar-se durante os próximos nove dias e o funeral terá lugar na próxima quarta-feira. Esta manhã, pelas 9.30, será realizada na Praça de S. Pedro, uma missa em memória do Santo Padre.

João Paulo II já tinha decidido que o seu sucessor seria escolhido por voto secreto, votação que deverá iniciar-se dentro de 15 a 20 dias.

E o Mundo chorou

Assim que a notícia foi divulgada, milhares de polacos (conterrâneos do Papa) juntaram-se nas principais praças de Varsóvia, capital da Polónia, para chorar a sua morte. Um pouco por todo o Mundo repetiram-se as orações pelo Santo Padre. Por cá, em Fátima, os sinos dobraram e também milhares de fiéis oraram ao longo de toda a noite.

Nascido a 18 de Maio de 1920 em Wadowice, Cracóvia, na Polónia, Karol Jósef Wojtyla foi eleito Papa a 16 de Outubro de 1978, protagonizando o terceiro pontificado mais longo da história da Igreja, de 26 anos.

A regência daquele que foi o primeiro Papa eslavo ficou marcada pelas inúmeras viagens e pelo papel político que desempenhou na história do século XX. A sua debilidade física começou a ser notada em 1994, confirmando-se na altura que sofria da doença de Parkinson.

Nos anos seguintes, o Mundo assistiu à lenta degradação da sua saúde, mas João Paulo II nunca quis abdicar do seu lugar.