João Rendeiro "reagiu surpreso" à detenção: estava na África do Sul desde 18 de setembro

Saída do Reino Unido aconteceu a 14 de setembro

O ex-banqueiro João Rendeiro, sobre quem pendia um mandado de detenção internacional, foi este sábado detido na África do Sul.  Em conferência de imprensa, Luís Neves, diretor da PJ, revelou alguns pormemores da operação.

Luís Neves começou por agradecer às forças policiais de África do Sul e de Angola pela ajuda no processo. "Nós detetámos a saída desta pessoa procurada em 14 de setembro do Reino Unido", revelam as autoridades, acrescentando: "Temos a perceção de por onde passou até chegar à África do Sul". João Rendeiro terá entrado no país africano a 18 de setembro. A detenção ocorreu este sábado, às 07h00 locais.

O diretor da Polícia Judiciária revelou que o ex-banqueiro "reagiu surpreso [à detenção], não estava à espera" e que não andava na rua com disfarce mas "tinha cuidados". 

João Rendeiro, que em 28 de setembro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada, estava no estrangeiro e em parte incerta, fugido à justiça.

As autoridades portuguesas já tinham emitido dois mandados de detenção, europeu e internacional, para o antigo presidente do BPP, para que o ex-banqueiro cumpra a medida de coação de prisão preventiva.

Num artigo publicado no seu blogue Arma Crítica, João Rendeiro escreveu que não pretende regressar a Portugal por se sentir injustiçado e vai recorrer a instâncias internacionais, avançando ter pedido ao advogado para comunicar a decisão à justiça portuguesa e diz que se tornou "bode expiatório de uma vontade de punir os que, afinal, não foram punidos".

Entretanto, os ex-administradores do BPP Salvador Fezas Vital e Fernando Lima, também condenados a penas de prisão, ficaram proibidos de se ausentarem para o estrangeiro, tendo contribuído para este agravamento das medidas de coação a fuga de João Rendeiro.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.

O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, assim outro um processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancárias.

Por Lusa

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