José Morais 'apanhado' na confusão da Turquia

"A certa altura, começou a sentir-se um mal-estar geral na sala, até que toda a gente começou a levantar-se e a sair"

• Foto: Getty Images

O golpe de Estado falhado na Turquia deixou um rasto de sangue, com 265 mortos confirmados, 161 dos quais civis e polícias. Os restantes são apoiantes dos militares que na noite de sexta-feira tentaram colocar um ponto final ao regime de Recep Tayyip Erdogan. Sem sucesso.

O treinador português José Morais, atualmente no Antalyaspor, foi 'apanhado' no meio da confusão que se seguiu às primeiras notícias que davam conta de uma tentativa de golpe de Estado por parte do exército turco, tradicionalmente laico e opositor ao caminho conservador que a liderança de Erdogan tem tomado.

"Na altura estava num evento do jogo solidário da fundação do Samuel Eto’o, com muita gente ligada a várias fações do governo. Estavam lá umas 500 pessoas. A certa altura, começou a sentir-se um mal-estar geral na sala, até que toda a gente começou a levantar-se e a sair. Só depois é que foi dito que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado. Mais tarde, o presidente do Antalyaspor, que é próximo de Erdogan, disse-me que iria estar tudo sob controlo", contou a Record o técnico português.

O jogo de apoio à fundação de Eto’o, onde estariam, entre outros, Lionel Messi, Deco ou Eric Abidal, iria realizar-se ontem mas foi cancelado.

José Morais garante que o país regressou entretanto à normalidade. "Vamos ter um segundo estágio em Istambul, que começa hoje. Ainda se equacionou cancelar o estágio, mas não haverá alterações. Todos dizem que a situação está normalizada e não há problemas", diz o técnico, que sublinha não temer pela sua segurança e não ter razões para abandonar a Turquia: "O país tem todas as condições necessárias para nos sentirmos seguros. O medo é o mesmo em relação a outros sítios."

Além do jogo solidário da fundação de Samuel Eto’o, também o encontro de preparação entre o Fenerbahçe de Vítor Pereira e o Lyon não se realizou, com os franceses a abandonarem ontem o país.

Por Lídia Paralta Gomes e Pedro Gonçalo Pinto
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