Operação ficará concluída no próximo ano
Está fechado o acordo para a venda do Novo Banco. O Lone Star assinou um Memorando de Entendimento com o Groupe BPCE, o segundo maior do setor financeiro francês, para a alienação de 100% no capital do banco liderado por Mark Bourke num negócio de 6,4 mil milhões de euros. A operação ficará concluída no primeiro semestre de 2026."O Novo Banco informa que o seu acionista maioritário, a Nani Holdings assinou um Memorando de Entendimento para a venda da sua posição acionista ao BPCE, por um montantee quivalente a uma valorização de aproximadamente 6,4 mil milhões euros, no final de 2025, para 100% do capital social", refere o comunicado enviado à CMVM.
Além dos 75% do Lone Star, que deverá encaixar 4,8 mil milhões de euros, o BPCE pretende adquirir tambémos restantes 25% do capital do banco que está, atualmente, nas mãos do Estado,através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), e do Fundo de Resolução.O BPCE diz, em comunicado, que "está em conversações com o Governo português e o Fundo de Resolução Bancária com vista à aquisição das suas participações no Novo Banco, em condições idênticas".
Aquando da venda do Novo Banco ao Lone Star, em 2017, foram incluídas cláusulas que poderiam ser acionadas numa futura venda do banco, oque veio a acontecer. A que é agora acionada é a cláusula de"drag-along" que obriga os acionistas minoritários a venderem as suasposições numa operação de alienação direta da instituição. A DGTF receberá 733 milhões e o Fundo de Resolução 866 milhões.No comunicado enviado ao regulador do mercado de capitais, o Novo Banco destaca que a "decisão do acionista maioritário de avançar com uma venda direta ao BPCE representa uma oportunidade estratégica, posicionando o novobanco para integrar um dos maiores e mais sólidos grupos financeiros europeus".
Enquanto Donald Quintin, CEO do Lone Star, diz estar "orgulhoso por ter apoiado a transformação do Novo Banco para se tornar numa das instituições financeiras mais rentáveis da Europa", Mark Bourke, CEO do Novo Banco, diz que "este acordo é um momento de orgulho no percurso do Novo Banco e representa um forte reconhecimento da transformação que temos vindo a realizar", acrescentando que "assegura um futuro de longo prazo assente na solidez, na confiança e numa ambição conjunta".
Segundo o CEO do BPCE, Nicolas Namias, com esta compra o grupo francês "passará a ser também um operador relevante na banca comercial na Europa (...), participando ativamente no financiamento da economia portuguesa".O interesse do BPCE não é de agora. Há vários meses que osdonos do Natixis, mas também do Banco Primus e da Oney, têm sido apontados comointeressados na aquisição do Novo Banco, o que veio a concretizar-se. Pelo caminho ficaram os espanhóis do CaixaBank. Oficialmente, o dono do BPI nunca o assumiu, mas chegou,segundo a Bloomberg, a apresentar uma proposta de compra pelo Novo Banco, masaquém da dos franceses que desta forma passam a ter presença na banca deretalho em Portugal.O interesse do CaixaBank mereceu críticas, não pelo banco emsi, mas pela sua nacionalidade.
Miranda Sarmento, ministro das Finanças, foi direto: “A banca espanhola representa talvez um pouco mais do que um terçodo mercado português. Creio que, por uma questão de concentração e dependência,esse valor não deveria aumentar”, disse em entrevista à RTP.Também Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos,o banco de capitais públicos que é o maior do sistema financeiro português, alertou várias vezes para esse risco. A última foi em entrevista ao Now, onde disse que “não é normal um país ter 50% do sistema de outro”, referindo-seà banca espanhola em Portugal.
A compra do Novo Banco pelo Groupe BPCE ainda terá desuperar uma série de obstáculos, nomeadamente dos supervisores do sistemafinanceiro nacional, o Banco de Portugal, e da Zona Euro, o Banco Central Europeu. Só depois é que se efetivará, dando ao grupo francês mais um braçofinanceiro para operar em Portugal.
Além da sucursal do banco de investimento Natixis, noPorto, onde pretende continuar a contratar colaboradores, o BPCE temtambém presença em território nacional através de duas operações centradas nocrédito ao consumo. De um lado tem o Banco Primus, especializado nofinanciamento automóvel, do outro tem a Oney, focada no crédito ao consumotradicional, estando associada a, entre outros, a Auchan, o IKEA, o LeroyMerlin e a Norauto.
Este grupo francês é um gigante do sistema financeiro,operando em 50 países. Tem 100 mil colaboradores que prestam serviços aos maisde 35 milhões de clientes. Em 2024, o BPCE obteve lucros de 3,5 milmilhões de euros."O BPCE emprega atualmente mais de 3.000 pessoas em Portugal, um número que testemunha o seu compromisso permanente com o país", sublinha o grupo francês no comunicado em que anuncia a aquisição do Novo Banco.
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