Manuela Ferreira Leite defende classe média

A antiga governante comentou ainda a situação dos reformados, alegando não possuir dúvidas que será "inconstitucional"...

Manuela Ferreira Leite defende classe média
Manuela Ferreira Leite defende classe média

A antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite disse este sábado, em Coimbra, que "só existem democracias sólidas assentes numa classe média forte" e que qualquer processo de destruição da classe média é "ameaça tremenda à democracia".

Segundo Manuela Ferreira Leite uma política de ataque à classe média "não resolve o problema das contas [públicas] e aniquila as pessoas".

Intervindo no ciclo de conferências políticas "A Democracia e o Futuro", promovido pela autarquia de Coimbra e pela Fundação Bissaya Barreto, a ex-ministra das Finanças lembrou que a estrutura social portuguesa é de uma classe média "forte", na qual os que têm poucos rendimentos não pagam impostos e os que têm altos rendimentos pagam mas "infelizmente são poucos".

De acordo com Manuela Ferreira Leite quem tem de resolver a situação "são os que estão no centro" dos rendimentos recebidos, situação que considerou "um perigo sério" para a democracia.

"E nunca vi um país crescer sem ser com base na classe média", argumentou.

A antiga governante comentou ainda a situação dos reformados, alegando, embora não seja constitucionalista, não possuir dúvidas que será "inconstitucional" existirem medidas só para reformados "e que não são medidas gerais".

"Toda a política que tem sido seguida em relação aos reformados é inimaginável numa sociedade em que se pretende manter a classe média", frisou Manuela Ferreira Leite.

Falou ainda do projeto europeu, considerando que a sua atratividade não se ficou a dever a ser caritativo "isto é, vamos aqui ajudar os pobrezinhos", disse.

"O projeto europeu não tinha isto subjacente, da ajuda aos pobrezinhos. Tinha subjacente a ideia de que todos em conjunto desenvolviam políticas de desenvolvimento, em que cada um passaria a ter acesso a aspetos básicos como a saúde, a educação, a habitação. Esse é o projeto europeu, é esse projeto que se ruir põe, concerteza, questões graves à democracia", sustentou Manuela Ferreira Leite.

Já Mota Amaral, ex-Presidente da Assembleia da República, outro dos participantes no debate, considerou que um dos "problemas de fundo" da democracia portuguesa è a subida do "grau de exigência cívico" das pessoas

"Os próprios cidadãos rebelam-se contra uma certa mediocridade que, fruto de certas circunstâncias, se pode estar a imiscuir na nossa vida política. E exigem uma prática política verdadeiramente democrática, assente na verdade, e menos manipulações e truques que se notam e desacreditam a prática democrática", alertou

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