O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no seu discurso na tomada de posse do XXV Governo Constitucional, destacou as "lições" que as eleições de 18 de maio deram aos portugueses e referiu que o "juízo coletivo reforçou a confiança política [em Montenegro]". Marcelo Rebelo de Sousa disse que o reforço eleitoral na coligação da AD demonstrou que os portugueses a preferiram, face aos outros partidos e que, ao avaliarem o desempenho de 11 meses "não acharam que devesse ser punida". 

O Presidente da República destacou, contudo, o facto de a vitória da AD não ser uma vitória absoluta, mas sim uma "vitória imprecisa", com a divisão da direita. Por outro lado, falou da derrota do Partido Socialista. "Os portugueses penalizaram a força política que havia governado Portugal desde 1996 até 2024, quase 30 anos, salvo dois períodos", afirmou.

Marcelo fez também um paralelo entre os acontecimentos da política portuguesa e da política europeia, no que diz respeito ao enfraquecimento de "partidos clássicos" e ao reforço das forças mais radicais. O chefe de Estado explica que "tudo isto se passou na Europa mais cedo e lentamente, em Portugal mais tarde e mais aceleradamente, porque Portugal também mudou muito, e muito rapidamente". No mesmo discurso, Marcelo falou ainda de vários desafios que o País enfrentou nos últimos anos, com destaque para a pandemia da COVID-19, o desemprego e o problema da habitação. O chefe de Estado dirigiu-se diretamente a Luís Montenegro, lançando-lhe o desafio de "ir à raiz do que precisa de se ajustar a um novo Portugal".

"Senhor Primeiro Ministro, Portugal mudou. O sistema político que resistiu aos anos pós-troika e pandemia começou a fragilizar-se. Tentou ir ao encontro do mais urgente por resolver. Sarar feridas, cumprir promessas, orientar setores «desesperançados». Agora, a meta é bem mais ambiciosa - quer ir e tem de ir à raiz do que precisa de se ajustar a um novo Portugal", rematou.