Morreu a fadista e atriz Anita Guerreiro

Foi a primeira intérprete do "Cheira bem, cheira a Lisboa". Tinha 89 anos

Anita Guerreiro, figura notável do fado português, sorri num retrato.
Anita Guerreiro atua num palco com um microfone na mão
Anita Guerreiro, figura notável do fado português, sorri num retrato.
Anita Guerreiro atua num palco com um microfone na mão
Anita Guerreiro, figura notável do fado português, sorri num retrato.
Anita Guerreiro atua num palco com um microfone na mão

A fadista e atriz Anita Guerreiro morreu na madrugada deste domingo, aos 89 anos, na Casa do Artista, em Lisboa. Segundo apurou o Correio da Manhã, a morte aconteceu de causa natural.

O funeral deverá realizar-se esta terça-feira, com local ainda por definir.

Bebiana Guerreiro Rocha Cardinalli nasceu em Lisboa a 13 de novembro de 1936, e aos sete anos já mostrava os dotes a cantar para familiares e amigos na coletividade Sport Clube do Intendente, bairro onde cresceu.

Ao mesmo tempo que se destacava a cantar fado, estreou-se em 1955 no palco do Teatro Maria Vitória, nas revistas "Ó Zé aperta o laço” e “Festa é Festa”.

“Se não fosse artista, gostaria de ser milionária, mas como isso é impossível, continuarei a ser artista para servir o fado e o teatro, sempre com a intenção de bem servir o público”, disse numa entrevista ao jornal A Voz de Portugal, em março de 1956.

Embora com menor divulgação, Anita Guerreiro participou no filme, "Lisbon" (1956) de Ray Milland, onde interpretou o tema "Lisboa Antiga".

Anos mais tarde, no Parque Mayer, fundou e dirigiu a casa típica 'Adega da Anita', por onde passaram grandes figuras do fado. Acabou por encerrar o espaço e rumou com o marido para Angola, onde permaneceu três anos.

Quando regressou a Lisboa integrou o elenco do Teatro Capitólio, no teatro de revista.

Ao longo da sua carreira que se dividiu entre o fado e o teatro, deu voz a vários êxitos, de onde se destacam "Cheira bem, cheira a Lisboa”, que mais tarde viria a ser interpretado por Amália Rodrigues, e “Peço a Palavra”. Estas interpretações conduziram-na ao Prémio Estevão Amarante para Melhor Artista de Revista, em 1970.

Anos mais tarde participou nos elencos de algumas telenovelas e séries portuguesas, casos de "Primeiro Amor" (1995), "Roseira Brava" (1996), "Uma Casa em Fanicos" (1998), "A Loja do Camilo" (1999), "Nunca Digas Adeus" (2001), "Os Batanetes" (2004), e, mais recentemente, “Sentimentos” (2009).

Foi também convidada para madrinha de várias marchas populares de Lisboa.

Em 2004 foi homenageada pela Câmara Municipal de Lisboa, que lhe entregou a Medalha Municipal de Mérito, Grau de Ouro.

Por Correio da Manhã

Últimas Notícias

Notícias
Newsletters RecordReceba gratuitamente no seu email a Newsletter Premium ver exemplo

Ultimas de Fora de Campo

Notícias
Notícias Mais Vistas