O "dedo do meio holandês" aos países do Sul que enfureceu António Costa

"Repugnante" e "mesquinhez recorrente": foi assim que o primeiro-ministro classificou o discurso do ministro holandês Wopke Hoekstra.

A carregar o vídeo ...
António Costa diz que discurso de ministro holandês é "repugnante"

Na conferência de imprensa após o Conselho Europeu, António Costa lançou duras críticas a Wopke Hoekstra?, o ministro das Finanças da Holanda. Mas que declarações enfureceram o primeiro-ministro português?

Durante uma videoconferência com os ministros das Finanças dos 27 Estados-membros, Hoekstra pediu à Comissão Europeia um relatório sobre como um país com a moeda única tinha conseguido criar amortecedores financeiros nos últimos anos (como a Holanda e a Alemanha) e outros não (como Itália e Espanha). Isto porque certos países dizem não ter margem orçamental para lidar com os efeitos económicos da crise provocada pela pandemia de coronavírus.



Durante uma videoconferência com os ministros das Finanças dos 27 Estados-membros, Hoekstra pediu à Comissão Europeia um relatório sobre como um país com a moeda única tinha conseguido criar amortecedores financeiros nos últimos anos (como a Holanda e a Alemanha) e outros não (como Itália e Espanha). Isto porque certos países dizem não ter margem orçamental para lidar com os efeitos económicos da crise provocada pela pandemia de coronavírus.

Durante uma videoconferência com os ministros das Finanças dos 27 Estados-membros, Hoekstra pediu à Comissão Europeia um relatório sobre como um país com a moeda única tinha conseguido criar amortecedores financeiros nos últimos anos (como a Holanda e a Alemanha) e outros não (como Itália e Espanha). Isto porque certos países dizem não ter margem orçamental para lidar com os efeitos económicos da crise provocada pela pandemia de coronavírus.

As declarações indignaram os diplomatas. Segundo o jornal deVolkskrant, um considerou-o "perto de um sério insulto a Itália". Outro considerou-o "um dedo do meio holandês" dirigido aos países do Sul. 

A reação de Costa



O primeiro-ministro foi assertivo: "Esse discurso é repugnante no quadro de uma União Europeia. E a expressão é mesmo essa. Repugnante."

Para Costa, Hoekstra demonstrou "uma absoluta inconsciência" e uma "mesquinhez recorrente" que "mina completamente aquilo que é o espírito da UE e que é uma ameaça ao futuro da UE".

"Se não nos respeitamos uns aos outros e se não compreendemos que, perante um desafio comum, temos de ter capacidade de responder em comum, então ninguém percebeu nada do que é a União Europeia", lamentou. "Se a União Europeia [UE] quer sobreviver é inaceitável que qualquer responsável político, seja de que país for, possa dar um resposta dessa natureza perante uma pandemia como aquela que estamos a viver." 

Costa frisou ainda que os membros da União Europeia estão em tempo de "compreenderem que não foi a Espanha que criou o vírus" ou "que importou o vírus". "Se algum país da UE pensa que resolve o problema do vírus deixando o vírus à solta noutro país, está muito enganado", afirmou.

"Numa União Europeia que assenta na liberdade de circulação, de pessoas e bens, em fronteiras abertas, o vírus não conhece fronteiras", sublinhou. 

O primeiro-ministro recordou ainda o antecessor de Hoekstra no governo holandês e de Mário Centeno no Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. "Era insuportável trabalhar com o senhor Dijsselbloem, mas pelos vistos há países que insistem em ir mudando de nomes, mas mantendo pessoas com o mesmo perfil", lamentou.

Por Sábado
Deixe o seu comentário

Últimas Notícias

Notícias
Newsletters RecordReceba gratuitamente no seu email a Newsletter Geral ver exemplo

Ultimas de Fora de Campo

Notícias
Notícias Mais Vistas