Presidente da Carris diz que inquérito interno à tragédia no elevador da Glória contará com consultores externos

Pedro de Brito Bogas acrescenta que foram suspensas as operações em todos ascensores e no elevador

Pedro de Brito Bogas, presidente da Carris, fala sobre inquérito ao acidente no Elevador da Glória
Pedro de Brito Bogas, presidente da Carris, fala sobre inquérito ao acidente no Elevador da Glória • Foto: Lusa/EPA

O presidente da Carris disse hoje que o inquérito interno sobre o descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa, vai contar com a colaboração de consultores externos, na sequência do pedido feito pelo presidente da câmara.

"Quanto às causas deste acidente, quero dar nota que já abrimos um inquérito interno, para o qual contaremos também com a colaboração de consultores externos, a pedido, aliás, do senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa", afirmou o presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, numa conferência de imprensa sobre o descarrilamento do elevador da Glória, que ocorreu na quarta-feira à tarde.

Este acidente provocou a morte de pelo menos 16 pessoas e causou ferimentos em cerca de duas dezenas de cidadãos, de várias nacionalidades. Ao início da tarde de hoje, após participar na reunião do Conselho de Ministros, a convite do chefe do Governo, Luís Montenegro (PSD), o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse que pediu à empresa municipal Carris para que seja realizada "uma investigação externa independente", além do inquérito interno, para apurar as responsabilidades do descarrilamento do elevador da Glória.

"Tudo o que se possa dizer neste momento é mera especulação. A cidade precisa de respostas. Sou, em nome dos lisboetas, o primeiro interessado em que tudo, tudo, seja apurado", afirmou Carlos Moedas, referindo que pediu ao presidente da Carris que, além de uma investigação interna, abrisse "uma investigação externa independente que apure todas as responsabilidades no mais curto espaço de tempo".

O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.

Na conferência de imprensa para prestar mais informações sobre o descarrilamento, o presidente na Carris indicou que a empresa de transporte público, sob gestão da Câmara de Lisboa desde 2017, "está a prestar toda a colaboração a todas as entidades competentes que se encontram a promover diligências de investigação". "Procedemos ainda à suspensão da operação em todos ascensores e no elevador, os quais serão sujeitos a uma rigorosa inspeção técnica feita por uma entidade externa nos próximos dias", reforçou Pedro de Brito Bogas, sem conseguir prever quando voltarão a funcionar.

Na quarta-feira à noite, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, mandou suspender "de imediato" as operações dos ascensores da Bica e do Lavra e do funicular da Graça para os equipamentos serem inspecionados: "Uma vistoria imediata está a ser feita e só voltarão a funcionar depois desta".

Na sequência do acidente, o presidente da empresa municipal responsável pelo elevador da Glória garantiu que "a segurança é uma prioridade absoluta da Carris há 152 anos" e que será intransigente no apuramento das causas e responsabilidades deste acidente. "Estamos empenhados para muito em breve estarmos aqui para vos apresentar as conclusões deste inquérito", afirmou.

Prestando condolências aos familiares das vítimas mortais e dos feridos, Pedro de Brito Bogas agradeceu "a eficiência e a resposta do dispositivo de socorro, que permitiu salvar vidas", no âmbito do socorro ao acidente. "O gabinete de apoio social da Carris está a dar todo o apoio às vítimas do acidente no elevador da glória no que respeita a questões de natureza material, logística e outras", adiantou.

O ascensor da Glória, composto por duas cabines elétricas motorizadas sincronizadas por cabo, descarrilou ao final da tarde de quarta-feira, tendo provocado a morte de pelo menos 16 pessoas e cerca de duas dezenas de feridos, de várias nacionalidades.

O Governo decretou um dia de luto nacional, a cumprir hoje, e a Câmara de Lisboa decretou três dias de luto municipal, entre esta quinta-feira e sábado, pelas vítimas do trágico acidente no ascensor da Glória.

Por Lusa
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