Smartwatch da marca norte-americana é muito bom em muita coisa. Mas falha em algo crucial
Como habitual, experimentámos o novo Google Pixel Watch 4 num âmbito mais desportivo, nomeadamente no contexto do running/atletismo e é impossível não começar esta análise dizendo que o nosso teste redundou numa experiência negativa neste particular. O que é pena, porque em tudo o resto o Pixel Watch 4 é um smartwatch incrível. Só nos deixa intrigados (muito!) ver que a Google ainda não encontrou a fórmula para produzir um smartwatch que resolva este problema.
E qual o problema? Autonomia. Especialmente quando associada ao uso do GPS em atividades como a corrida ou ciclismo. Sim, porque o uso do GPS dá cabo da bateria num ápice. E tivemos a chance de perceber isso no último domingo, quando decidimos colocar a precisão da captação do percurso à prova na Maratona de Amesterdão.
O teste devia ter sido ao GPS, mas acabou por ser antes à bateria. Ou à falta dela. Demorámos 3:17 horas a terminar a nossa prova. O Watch, carregado a 100% no dia anterior e apenas colocado no pulso meia hora antes do arranque da prova, nem chegou à meia maratona, ficando-se nos 18,23 quilómetros - qualquer coisa como 1:26 horas.
E isso, olhando ao mercado atual, é algo inadmissível para um smartwatch que custa 400 euros. Um smartwatch que quer assumir-se como uma boa opção para desporto. Pode até sê-lo para uso no ginásio e para uma corridinha curta, mas não mais do que isso. Esperemos que uma próxima geração esse problema seja resolvido. E se o for… então vamos ter muito que falar.
Porque o Watch é um produto incrível em tudo o resto. Encaixa bem no pulso, é bonito e elegante e também resistente. O ecrã está incrivelmente brilhante e tem uma maior superfície de visualização. Tem uma interação com a IA muitíssimo apurada, é rápido no processamento. Faz tudo muito bem. Tudo leva nota elevadíssima, menos aquilo que apontámos acima.
E, no fundo, é pena, porque um mau aspeto acaba sempre por fazer pesar na análise global. Mas ainda se fosse algo menor, mas na autonomia não há como não falar. Especialmente quando ficamos sem bateria ao cabo de nem 90 minutos.
Nem tudo é mau. Muito é mesmo... bom!
Colocando de lado a questão da autonomia, a verdade é que o Google Pixel Watch 4 se comportou muito bem nesse tal teste de fogo no que à deteção do percurso diz respeito. O aviso de cada quilómetro surgiu praticamente no momento exato em que passávamos pelas placas da prova, algo que é mesmo muito difícil de conseguir-se. Especialmente num percurso por entre prédios, pontes e com os canais de Amesterdão em grande parte do que foi captado.
O sensor cardíaco também nos apresentou dados consistentes com o que tínhamos da banda externa que utilizámos e, já que falamos neste particular, na utilização diária a fiabilidade dos dados cardíacos recolhidos foi sempre muito satisfatória.
Neste âmbito, aqui puxando para a saúde, é muito interessante ver que a Google também está a prestar uma maior atenção a todos estes aspetos, com métricas dedicadas que nos permitem controlar também o nosso sono, saber a qualidade do mesmo e o tempo em que estivemos em determinadas zonas, mas também acompanhar e analisar as nossas tendências de frequência de respiração, o SpO2 ou a temperatura da pele. Tudo à distância do nosso pulso.
Outro aspeto muito importante passa pela funcionalidade de 'deteção de perda de pulsação', que deteta um evento de perda de pulsação e inicia uma chamada para os serviços de emergência, podendo contribuir para ajudar a salvar vidas.
Ainda neste campo, é também possível fazer um ECG no pulso, de forma a obter um primeiro olhar sobre a nossa estado de saúde. Não serve como um médico (não, mesmo!) mas permite-nos ter um eventual alerta sobre se algo estiver mal connosco.
Ecrã incrivelmente brilhante
Disponível em versões de 41mm e de 45mm - no nosso caso testámos a primeira -, o Google Pixel Watch 4 destaca-se não só pelo seu visual muito bem conseguido, mas também pelo ecrã curvo Actua 360 com um brilho até 3000 nits. Isso permite uma visualização perfeita, até menos em condições de luz natural muito forte. E por falar em coisas 'fortes', o ecrã revestido de Gorilla Glass e a estrutura é em alumínio de tecnologia aeroespacial. Não vai aguentar tudo e mais alguma coisa... mas quase!
Na versão de 41mm o peso (sem bracelete) ascende aos 31 gramas, ao passo que na maior chega aos 36,7g, também sem a bracelete.
Muito desporto para tão pouca autonomia
Não vamos voltar a tocar na autonomia a fundo, mas vamos simplesmente lamentar que as mais variadas atividades que temos disponíveis não nos sejam possíveis de desfrutar sem ter em atenção se vamos ou não ficar sem bateria. Aqui temos disponíveis mais de 40 exercícios, desde os tradicionais corrida, ciclismo ou natação (tem classificação de proteção contra água de 5 ATM), mas também artes marciais, badminton, caiaque, futebol, padel ou até pickleball. Todas elas com métricas dedicadas - algumas mais do que outras, mas sempre com um toque dedicado a cada uma delas.
No campo do desporto, mas também em tudo o resto na verdade, temos na aplicação Fitbit uma extensão essencial, pois é por lá que conseguimos ter dados mais alargados de tudo o que temos no relógio. E tudo muito bem organizado e detalhado.
Inteligência artificial no centro de tudo
A Google tem focado muita atenção no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial e este novo smartwatch denota muito bem essa tendência. Uma das funcionalidades mais interessantes passa pela interação que podemos ter com o relógio, por conta do microfone e altifalante integrado. Basta dizermos 'Hey, Google' seguido da nossa pergunta e, tendo ligação à internet disponível, ele dar-nos-á a resposta à nossa questão.
Emparelhado com os Pixel Buds Pro 2 (falaremos dele brevemente no final deste texto), podemos ouvir as nossas notificações enquanto elas nos aparecem no visor, desde as mensagens que os nossos amigos nos enviam, até alertas das mais diversas aplicações.
Em suma, o Pixel Watch 4 é um excelente salto no smartwatch de bandeira da Google. Seria um modelo muitíssimo bom não tivesse a bateria com grande calcanhar de Aquiles. Como dissemos acima, se resolverem isso numa próxima versão, então a marca norte-americana terá aqui um forte candidato a melhor smartwatch do mercado. Enquanto isso não acontecer... é apenas um smartwatch de topo. E não um smartwatch desportivo de topo.
A integração com os Pixel Buds Pro 2
Confessamos: somos complicados com os auriculares que utilizamos. Poucos são os que conseguem encher as nossas medidas e os Pixel Buds Pro 2 até nos deixaram agradados. Acreditem, é difícil! Não nos fizeram deixar os nossos 'queridinhos' de sempre (aqui precisamente pela questão das nossas orelhas complicadas), mas ao longo do teste foi muito interessante a nossa experiência.
Especialmente pela tal integração com o telemóvel e smartwatch. Ouvimos as notificações ou as mensagens que nos enviam, permitindo uma utilização totalmente sem fios. E até noutras situações mais complexas, como por exemplo quando estamos a cozinhar. Aí, basta o tal levantar do braço e dizer o 'Hey, Google', para fazermos o que tínhamos em mente.
Em termos de autonomia, a Google promete até 30 horas de tempo de audição (isto contando com as cargas da com a caixa de carregamento) e, ainda que não tenhamos testado ao limite, pareceu-nos acertado.
Quanto à qualidade do som o Google Tensor A1 consegue um bom índice de cancelamento de ruído, que nos permite isolarmo-nos de tudo. Testámos, como habitual, nos transportes lisboetas e a resposta foi muitíssimo satisfatória.
Os Pixel Buds Pro 2 já estão disponíveis para venda, por 249 euros.
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