A 2 de fevereiro de 2014, o México acordou com a notícia da detenção de Tirso Martínez Sánchez, também conhecido por “El Tio” ou “El Futbolista”. Sánchez era acusado de lavar dinheiro proveniente do tráfico de cocaína através de três clubes profissionais do México: Querétaro, Atlético Celaya e Irapuato. As autoridades dos Estados Unidos e Colômbia consideram-no responsável por ter branqueado mais de 10 milhões de dólares (8 milhões de euros) entre 2003 e 2006, transferindo jogadores colombianos para o México através da Promotora Internacional Fut Soccer, pertencente a Guillermo Lara.
O “delator”
A DEA acusa “El Tio” de ser o cabecilha de uma rede que, entre 2000 e 2003, transportou 76 toneladas de cocaína para os Estados Unidos. Os carregamentos vinham da Colômbia, passavam pelo México e eram armazenados no Texas e na Califórnia para posterior distribuição em várias cidades dos Estados Unidos e Europa. O Departamento de Estado norte-americano tinha uma recompensa de 5 milhões de dólares (perto de 4 milhões de euros) para quem ajudasse na sua captura. Sánchez negociava com os irmãos gémeos Víctor e Miguel Mejía Munera, dois poderosos “narcos” colombianos, e tinha ligações ao cartel de Juárez, da federação de Sinaloa, um dos maiores grupos de narcotráfico do Mundo.
O traficante Jorge Rios Laverde, conhecido como “El Negro”, era outro dos elementos desta rede. Foi preso no México em 2002 e extraditado para os Estados Unidos, onde seria condenado a seis anos de prisão por tráfico de cocaína. O jornal mexicano “Excelsior”, na sua edição de 4 de março de 2014, garante que Rios se tornou numa testemunha protegida e informou as autoridades norte-americanas sobre o grande esquema de “narcofutebol” utilizado por Sánchez. Rios confessou que foi o seu cunhado, Giovanni Avila, traficante associado a Sánchez, quem o apresentou a Guillermo Lara, sendo depois contratado para trabalhar na empresa do antigo agente de Jackson. O traficante também diz que chegou a ajudar Lara na transferência do médio colombiano Carlos Gutierrez, do Millionarios, da Colômbia, para o Club Necaxa, do México.
Em julho de 2003, a polícia mexicana prendeu Carlos Álvarez, outro colombiano que jogou pelo Necaxa, quando este tentava apanhar um voo para Medellín, transportando quase 1,3 milhões de dólares (mais de 1 milhão de euros) não declarados. Nervoso e a transpirar bastante, o jogador disse às autoridades que estava a levar o dinheiro para a Colômbia a mando de um homem que conhecia apenas como “El Negro”. Ou seja: Rios. Um tribunal mexicano condenou o jogador a cinco anos de prisão. O seu caso é conhecido na Colômbia como o do primeiro “narcofutebolista”. A transferência de Álvarez para o Necaxa também tinha sido negociada por Lara, mas o agente negou qualquer envolvimento.
Malas cheias de dólares
No blogue “Deportilitika”, o jornalista Ignácio Suárez, um dos mais conceituados na investigação de corrupção desportiva no México, escreve que Sánchez gostava de convidar presidentes de outros clubes para refeições e fechar os negócios à mesa sempre que precisava de reforços para os três emblemas dos quais era dono invisível.
“No final da refeição, e em pleno restaurante, mandava um dos seus lacaios ao carro e surpreendia o presidente ou dono do clube convidado, porque em vez de lhe dar um cheque, oferecia-lhe uma mala cheia de dólares pelo jogador emprestado ou vendido a alguma das suas equipas. ‘É que não gosto muito dessa coisa dos bancos’, dizia com uma gargalhada. Por medo, quase todos aceitavam esta forma de pagamento, saindo do restaurante com uma mala repleta de dinheiro e mortos de nervos”, conta o jornalista. Os salários dos futebolistas das equipas de Sánchez também eram quase sempre pagos em numerário. “Muitas vezes com gente bem armada à nossa volta”, chegaram a confessar alguns jogadores.
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