OS SUB-18 portugueses conquistaram, na segunda-feira, o segundo título europeu da categoria, na Suécia. Curiosamente, Agostinho Oliveira esteve presente nas duas ocasiões. Desta vez, o seleccionador nacional transformou uma equipa sem história e fio de jogo (como os próprios jogadores confirmaram após o Torneio Internacional do Porto) numa com personalidade e maturidade. Argumentos mais do que suficientes para levantar o troféu, em Norrkoeping. Justo, diga-se de passagem. Afinal, na caminhada para a final, Portugal ganhou seis dos oito encontros e só empatou dois.
É de assinalar, no entanto, que três dos 18 campeões continuam com destino incerto para a época 1999-2000. Vasco Faísca (Lourinhanense), Duda (V. Guimarães) e Cândido (Benfica) são os "indefinidos". No outro lado, encontram-se Pedro Costa e Ricardo Costa (juniores do Boavista), Pedro Albergaria (promovido aos seniores do Boavista), Filipe (Felgueiras), Semedo (V. Setúbal), João Alves (Desp. Chaves), Miguel (Est. Amadora), Ernesto, Hugo Cruz e João Pedro (Leça), João Paulo (Desp. Aves), Tonel (equipa B do FC Porto), Mota (equipa B do Benfica), Pepa e Moreira (Benfica).
Mesmo assim, convém realçar que a selecção das "quinas" voltou às primeiras páginas dos jornais desportivos (e não só) por bons motivos. Agora é altura de prestar tributo aos jovens campeões europeus.
ANÁLISE INDIVIDUAL AOS CAMPEÕES EUROPEUS
PEDRO ALBERGARIA: Boavista
Seguro. Manteve as redes invioláveis... para os adversários. Fez exibições espectaculares diante da França e Suécia.
PEDRO COSTA: Boavista
Regular. Lateral-direito agressivo. Impecável a defender, sem comprometer a atacar. Na final, foi um dos melhores em campo.
JOÃO PEDRO: FC Porto
Matador. Jogar 32 minutos e marcar um golo num Europeu é obra. Esquerdino habilidoso. Eliminou a França com um golo de classe e frieza.
TONEL: FC Porto
Autoritário. Defesa-central de marcação eficaz no jogo aéreo e no duelo físico. Marcou o primeiro golo de Portugal no Europeu e foi expulso com a Suécia.
RICARDO COSTA: Boavista
Consistente. Revelou-se uma boa solução de recurso. Central de marcação, com óptimo sentido posicional. Capitão de equipa.
VASCO FAÍSCA: Lourinhanense
Imperador. Um dos melhores jogadores da prova. Os seus pés pareciam ter ímans e olhos. Recebeu elogios de todos os lados.
CÂNDIDO: Benfica
Raçudo. Extremo-direito hábil. Joga para além do limite. Marcou um golo de canto directo com a Suécia e perdeu a final por ver dois amarelos.
HUGO CRUZ: FC Porto
Cumpridor. Jogou os últimos dois minutos na final com a Itália. Entrou e cumpriu a missão.
JOÃO PAULO: Boavista
Goleador. O melhor marcador português no Europeu, com dois golos. Um deles decidiu a final. Avançado possante e tecnicamente evoluído.
ERNESTO: Boavista
Forte. Quando está em forma, tem "arrancadas" fulminantes. Lesionou-se com a Suécia e apareceu a "meio gás" na final.
DUDA: V. Guimarães
Habilidoso. Esquerdino extremamente habilidoso e veloz. Peca apenas por alguma debilidade física. Mesmo assim, demonstrou raça q.b. quando a equipa estava em "baixo".
MOREIRA: Salgueiros
Prendado. O mais novo do grupo. Não teve oportunidade de actuar. Recebeu uma "prenda" com a chamada urgente de Shéu Han para se apresentar no estágio do Benfica.
FILIPE: Felgueiras
Combativo. Boa capacidade técnica e um trabalhador incansável. Dos seus pés, partiram passes milimétricos e "arrancadas" fulgurantes.
SEMEDO: Vit. Setúbal
Trabalhador. A "formiga" desta equipa. Na retina ficou uma fabulosa jogada individual com a Grécia. Excelente a defender e a atacar. Expulso (justamente) na final.
JOÃO ALVES: Desp. Chaves
Útil. Estreou-se pela selecção frente à Grécia. Com características de polivalência, é um jogador com bons pés.
MIGUEL: Est. Amadora
Oportuno. Rápido e oportuno nos contra-ataques. Transporta bem a bola do meio-campo para o ataque.
MOTA: Benfica
Irregular. Começou e acabou muito bem. Pelo meio, exibições menos conseguidas. Cabe-lhe a honra de ter sido o único jogador a marcar um golo a Albergaria. Sem ofensa.
PEPA: Benfica
Determinante. Mostrou-se mais eficaz quando entrava "fresco" na segunda parte. Sempre com os olhos na baliza, foi determinante na final quando assistiu João Paulo para o 1-0.
RUI MIGUEL TOVAR