«Na arbitragem não há Maradonas»
Fala agora Duarte Gomes, diretor técnico
"É um prazer receber-vos na Cidade do Futebol. Não sei se é estreia termos conferências dadas pela arbitragem à imprensa, mas é para repetir à 20.ª e 30.ª jornadas. Queria dar um ponto de situação em relação às 10 jornadas sobre vários pontos de vista, tentando ser o mais claro possível. Primeiro, dizer que a forma como os árbitros trabalham no futebol profissional. Temos cerca de 1.400 árbitros no ativo e o CA é a estrutura que preside a todos esses árbitros. O nosso universo é muito mais amplo do que os 9 ou 18 jogos que se disputam no futebol profissional. Mas sabemos que essa é uma montra de visibilidade. Os árbitros do futebol profissional, a partir desta época - e tomámos posse no final da época passada, iniciando funções nesta -, os que estão nos polos profissionais, e temos dois em funcionamento, um na Cidade do Futebol para os árbitros da zona mais Sul, e outro no polo da Maia para os mais a Norte. 17 dos 24 de primeira categoria estão incluídos nestes centros de treinos, sendo que os restantes treinam noutros. Eles fazem quatro treinos semanas, segundas, quartas, quintas e sextas, têm três sessões em sala todas as manhãs, e fazem duas sessões online de trabalho técnico às quartas e quintas-feiras, às 21h30, horário familiar e com esforço da maior parte deles. A ideia desta carga é tentar evitar o que muitas vezes vemos, erros de arbitragem. Queremos trabalhar mais, melhor, demos um conjunto de recomendações iniciais que foram aquelas que emanámos da UEFA e que são dadas em várias ligas profissionais. Passámo-las para Portugal porque adaptamos as boas práticas. Dentro dessas indicações, percebemos que há desvios nestas primeiras 10 jornadas em relação a algumas arbitragens. A partir do momento em que a época começa, é começar a afinar esse tipo de indicações através de momentos em campo, sala ou online. Os árbitros são observados em todos os jogos via televisão. Esse é o processo avaliativo dos árbitro C1. E criámos um grupo que vai aos estádios acompanhá-los. Esses sim acompanham o jogo, o árbitro, e no final do jogo fazem um briefing formativo. Questões relacionadas com a movimentação, personalidade, comunicação com os colegas... Tem sido rico para nós receber esses relatórios, e para os árbitros em relação à aprendizagemn adicional. Este trabalho tem sido feito com consistência desde que a época começou. Não há trabalhos perfeitos e sabemos, com toda a humildade, que não há Maradonas na arbitragem. Estamos em constante aprendizagem num processo que agora iniciamos e que sabemos que terá momentos de correção, maior visibilidade e menor".