11:47

Árbitros na jarra, polémicas no Dragão e na Luz, a "Bíblia para os próximos 12 anos" e 'Maradonas': todas as explicações do CA

Luciano Gonçalves, presidente do Conselho de Arbitragem, e Duarte Gomes, Diretor Técnico, fizeram o balanço do arranque do campeonato

11:53 há 21 minutos

Como tripliplicar número de árbitros

Como tenciona triplicar o número de árbitros?

LG: "É uma boa questão e a nossa maior dificuldade. Temos de continuar a trabalhar, a contribuir para melhorar este clima. Temos de apoiar as associações de futebol distritais, os jovens... De forma a que percebam que ser árbitro é uma carreira, é muito honroso, prazeroso. E temos de dar essas condições. E para isso temos de trabalhar muito junto deles, apoiá-los e tentar, de todas as formas, minimizar este ambiente menos positivo".

E termina a conferência

11:51 há 22 minutos

O acompanhamento feito pela secção profissional

O que foi feito depois do jogo entre o FC Porto e o Sp. Braga? Foram expostas outras situações que não constavam nos relatórios?

LG: "O acompanhamento foi logo feito pela secção profissional. O apoio foi logo dado. Tivemos confirmação por parte dos árbitros que nunca tinha existido situação similar".

11:50 há 23 minutos

«Regulamentos disciplinares deviam ser mais punitivos»

Já falámos da questão do árbitro ser penalizado. Mas vocês enquanto responsáveis pela arbitragem, não sentem que deveria haver sanções mais pesadas para os casos em que há pressões? Se sim, como é que isso pode ser alterado?

LG: "Todos concordamos que os nossos regulamentos disciplinares deviam ser mais punitivos. Todos queremos que as coisas não aconteçam. Se essa é a via para o fazermos, tem de ser esse o caminho. A própria APAF, que representa os seus árbitros, irá apresentar à Liga uma sugestão de alteração aos regulamentos disciplinares. É esperar que os clubes estejam sensíveis a isso, que a própria Federação aceite as alterações. O que queremos é que estes episódios não aconteçam. Terá de existir uma alteração a nível de regulamentos para serem mais punitivos".

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11:48 há 25 minutos

«Não irá ser por isso que não vamos nomear um árbitro»

Como é que é feita essa gestão no caso de Fábio Veríssimo, por exemplo? Para não dar razão a ninguém?

LG: "É fazer aquilo que, com a maior naturalidade, os treinadores também fazem. Também há adeptos que não querem que coloque o jogador A ou B, e o treinador toma decisões. Aqui é igual. Tendo em conta o princípio da responsabilização e fazendo a gestão. Não irá ser por isso que não vamos nomear um árbitro".

11:48 há 25 minutos

«Não devem estar à espera que as faça aqui em direto...»

Rui Costa, depois do jogo com o Casa Pia, disse que a lei no penálti assinalado a António Silva não foi respeitada... Tem razão?

DG: "Tecnicamente, compreendam que para nós, apesar de toda esta transparência, é difícil falar de lances concretos. Teríamos de falar de tantos. É um lance de interpretação, mas neste caso há um conjunto de premissas. E penso que terá sido isso que o presidente do Benfica terá dito".
[Luciano] "Sobre a questão das nomeações, não devem estar à espera que as faça aqui em direto... Iremos gerir o Gustavo tal como qualquer árbitro".

11:46 há 27 minutos

Luciano Gonçalves: «Aqui ninguém rebenta ninguém»

Como é que avalia o que aconteceu no Dragão com Fábio Veríssimo e na Luz com Gustavo Correia? Enquadram-se numa questão de pressão e coação?

LG: "Os árbitros fizeram as suas obrigações. Mencionaram tudo no relatório e passaram para as entidades competentes, no Conselho de Disciplina também. Naturalmente, nenhuma das situações deveria acontecer. Isso será consensual. Não é apenas e só pela questão do árbitro em si, do ambiente, é por aquilo que é uma imagem que passa para o futebol no seu todo. Certamente não é isso que queremos. Lutamos por um futebol positivo, que seja vendável, visto lá fora como fantástico, com os melhores árbitros, treinadores e jogadores do mundo. Mas depois temos estes episódios que não deviam acontecer. Da parte da arbitragem, foi feito o que deveria ter sido. Claramente que qualquer situação destas tem objetivos de criar pressão no árbitro, no jogo, na arbitragem no seu todo. Mas os árbitros são treinados e preparados para lidarem com a pressão. O CA dá-lhes suporte para que estejam tranquilos. Aqui ninguém rebenta ninguém. Se o árbitro descer de divisão, irá descer por resultados menos positivos, porque teve uma época menos positiva, e jamais por interferência de quem quer que seja. Infelizmente, algumas das ações que aconteceram nesses dois exemplos estão a ir buscar o que de pior houve há alguns anos. E não é isso que queremos. Esperamos que tenham sido casos isolados".

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11:42 há 31 minutos

«Na dúvida, entre penalizar ou não penalizar, não penalizar»

Há pouco, falou no tempo útil de jogo. De que formas é que o CA pode aumentar estas percentagens?

DG: "É uma questão muito importante para nós. Não é apenas um 'flagelo' em Portugal, as médias caíram bastante até na liga inglesa. Já detetamos claramente quais os motivos que paravam mais o jogo. Há pouco não os nomeei. Onde se perde mais tempo é nos pontapés livres. Desde o momento em que o árbitro apita para a marcação, até ao momento em que é executado. Curiosamente, o VAR é só a quarta ou a quinta razão. É uma reflexão conjunta. Por um lado, os árbitros precisam de ter um critério largo. E isso não significa não punir sanções. É: na dúvida, entre penalizar ou não penalizar, não penalizar. Por aí já existiriam menos faltas. Depois, serem mais proativos em relação aos tempos de bolas paradas. Embora, repito. Quando um guarda-redes cai para o chão, infelizmente os árbitros não podem fazer nada. Não são médicos e não podem atuar disciplinarmente com base numa perceção. Só podem tentar agilizar a lesão, porque o guarda-redes não pode sair de maca, e compensar devidamente. Há as simulações, as lesões... Mas isto também requer uma reflexão das equipas, dos jogadores, das suas táticas. Compreendemos que quando uma bola entra na baliza, não é apenas um golo. São muitos milhões, contratações, rescisões, despedimentos... Sabemos o impacto das nossas decisões. Mas precisamos de colaboração de todos. Vamos fazer a nossa quota-parte e tentar que os árbitros fazem, mas as equipas também precisam de o fazer".

11:39 há 34 minutos

Duarte Gomes: «Jarra? A não nomeação nem é para castigar o árbitro mas para o proteger»

Disse que não há jarras. O que o Duarte Gomes sentiu quando viu no relatório do Fábio Veríssimo tudo o que aconteceu no Porto. E o que sentiu quando viu o que o Gustavo Correia escreveu no jogo do Benfica? E sem haver jarras, que penalizações serão feitas?

Duarte Gomes: "O que sentimos quando os nossos árbitros dizem a sua verdade é orgulho. Mas também sentido de cumprimento de missão. Estão obrigados a colocarem, nos seus relatórios, tudo o que acontece em termos desportivos e extradesportivos, nomeadamente em incidentes. Quando o Fábio, o Gustavo, ou qualquer outro árbitro coloca no relatório o que presenciou, sentimos que cumpriu a sua missão. Também sentimos que há coisas que saem da esfera da arbitragem para irem para a esfera disciplinar. A justiça tem os seus prazos e fará seguramente prevalecer a verdade. Em relação à questão da jarra, acho que ficou muito claro que não apenas falamos em jarras, como não mostramos a ninguém que vamos fazer isso. Os primeiros a saber quando vão ser responsabilizados são os próprios árbitros, não a imprensa nem os clubes. Qualquer outra coisa que oiçam, não foi pela via oficial. Os próprios árbitros, muitas vezes, sentem que depois de um jogo mal conseguido, e com visibilidade... Muitas vezes é a visibilidade. Um erro num jogo de 5-0, tem muito menos impacto do que um erro num jogo de resultado incerto até ao último minuto. Muitas vezes, a gestão dos desempenhos nem é para castigar o árbitro, mas sim para protegê-lo da exposição. Um erro tem consequências até familiares para os árbitros, e protegê-lo é o mais sensato. Mas é importante que se sintam responsabilizados. Quando erramos, temos de assumir as consequências. E não é só a não nomeação. É o fator económico, a auto-estima e o processo classificativo. Quando acharem que os árbitros não são responsabilizados, estão enganados, acreditem. São... E muito".

11:35 há 38 minutos

«Sempre que o ambiente não é tranquilo, que há suspeição, não favorece os resultados»

Dado o clima que está a ser criado, isso acaba por dificultar a implementação destas transformações?

LG: "Sempre que o ambiente não é tranquilo, que há suspeição, crítica, isso não favorece os resultados. Continuamos a trabalhar, sabemos que isto poderia acontecer mais cedo ou mais tarde. Infelizmente começou muito mais cedo do que pensávamos. Mas isto não nos desvia do foco. É verdade que demora mais algum tempo para alcançar os objetivos, porque gostaríamos de tranquilidade, mas isso é como em qualquer trabalho. Se houver um ambiente tranquilo e calmo, mesmo que exigente, conseguimos atingir os objetivos mais rapidamente".

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11:34 há 40 minutos

«Jamais teremos necessidade de ir buscar árbitros estrageiros por incompetência dos nossos»

As queixas são recorrentes e os erros também, num ambiente insustentável. Tendo em conta tudo isto, em algum momento foi ponderada a hipótese de recrutar árbitros estrangeiros?

LG: "De todo. Confiamos muito nos nossos árbitros. Como vos disse, os nossos são reconhecidos a nível internacional com muita competência. Os nossos árbitros, ainda muito recentemente, fizeram finais europeias. Temos os nossos árbitros preparados e focados, a quererem trabalhar todos os dias para serem melhores. Comigo enquanto presidente, jamais iremos sentir necessidade de irmos buscar árbitros ao estrangeiro. A não ser que seja para dar continuidade ao intercâmbio de árbitros. Mas jamais teremos essa necessidade por incompetência dos nossos".

11:33 há 40 minutos

Começa o período de perguntas dos jornalistas

11:32 há 41 minutos

«Iremos continuar a assumir a responsabilidade»

Luciano Gonçalves: "Todos sabíamos que ia ser desafiante. Nenhum de nós está surpreendido por aquilo que está a apanhar. Nestas primeiras 10 jornadas, se calhar estamos mais surpreendidos com o ambiente que à 10.ª jornada - até antes - começou a ser criado. Todos sabemos que não tem só a ver com os erros dos árbitros. Isso, estamos cá para assumir, para trabalhar diariamente, para que haja uma taxa de assertividade muito acima destes 97%. Mas, infelizmente, teimamos em não valorizar aquilo que é bem feito. Valorizamos apenas aquilo que, por vezes, é mais adequado. Mas da nossa parte, iremos continuar a assumir a responsabilidade, sempre de forma tranquila e transparente. Estamos aqui para dar a cara. É isso que defendemos".

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11:30 há 43 minutos

Luciano Gonçalves: «Com este Conselho de Arbitragem não vai haver jarras»

"Temos muita confiança neste quadro de árbitros. Mas é muito importante perceber o que é a tipologia de árbitros que temos nos quadros. 40% dos nossos árbitros têm três ou menos anos na 1.ª Liga. 25% tem dois anos ou menos. 67% dos nossos VAR têm menos de 50 jogos no desempenho dessa função. E 30% dos VAR iniciaram este ano a sua carreira no desempenho dessa função. Como perceberam, fomos alargando o leque de árbitros nos principais jogos. A partir do momento em que estão no futebol profissional, estão aptos para estarem em qualquer estádio. Não podemos continuar a ter um ou dois árbitros em dérbis e clássicos. E este CA e direção técnica continuarão a trabalhar para que haja cada vez mais árbitros em dérbis e clássicos. Antes de passar a palavra, permitam-me mais uma nota. Com este CA, não existirão jarras. Eu disse recentemente, quando tomei posse, que jarras são para flores. E assim mantenho. O que este CA faz é aquilo que qualquer clube faz com os seus ativos: faz gestão dos seus jogadores. Jamais irá fazer jarras porque os jogos correram bem, mal ou por pressão exterior. Iremos gerir sempre os ativos com responsabilização, assumindo os erros, responsabilizando os erros, mas jamais irá gerir com pressão externa ou ruído inerente. Sempre com o princípio de responsabilização do erro. Para nós é muito importante que os árbitros sejam defendidos, estejam tranquilos, valorizando a competência deles. A muito curto prazo iremos apresentar o Plano Nacional de Arbitragem, em janeiro. Irá ser a nossa Bíblia para os próximos 12 anos, onde irá ficar bem claro o que queremos da base ao topo da arbitragem nacional. Temos de triplicar o número de árbitros, mesmo sabendo que é muito difícil. E para isso, existem uma série de fatores que têm de se conjugar: criar condições para que os jovens queiram dedicar-se a isto, temos de respeitar o futebol. E isso só é possível se todos tivermos o mesmo espírito".

11:27 há 46 minutos

Os "riscos inerentes" pela transparência

Luciano Gonçalves volta a tomar a palavra

"Nestes quatro meses, há alguns dados que gostaria de deixar. Nestes meses de trabalho, as principais ações que este CA e a direção técnica foram fazendo: criámos um quadro do VAR, o que era levantado por todos como um dos problemas. Passámos a fazer conferências antes das finais nacionais com a presença de árbitros, para poderem também falar. Passámos a ter a explicação dos lances em dois formatos, de forma a humanizar, explicar e poder, de alguma forma, dar a entender ao público aquilo que são as nossas dificuldades, leituras. Passámos também a poder juntar os clubes nas nossas formações com árbitro. Passámos a publicar avaliações de desempenho, com descidas e subidas de árbitros ao fim de seis meses. E tudo isto pela transparência. Sabendo os riscos inerentes. O nosso objetivo principal será sempre a transparência, isto será para seguirmos esse caminho. Naturalmente nunca estamos satisfeitos enquanto começar a existir um erro de um dos nossos. Procuramos a perfeição, mesmo sabendo que é utópico. Mas é essa a exigência. Todos os dias trabalhamos para melhorar a arbitragem e o futebol português".

11:22 há 52 minutos

«Em vários momentos, ouvimos e lemos coisas que fazem sentido. Na maioria, infelizmente não...»

Duarte Gomes: "É esta a abertura que queremos. As coisas demoram o seu tempo, isto é um processo. E se não fosse um processo, não haveria erros na fantástica liga inglesa, espanhola, alemã... Temos a noção de que este é um mundo extremamente sensível e com várias variáveis em causa, mas isso não pode servir de desculpa. Uma nota final: não sei quantas vezes tiveram a oportunidade de estar numa conferência convocada pelo CA para poderem fazer as vossas questões para que, sem filtros, possamos responder. Isto é novo para nós e para vocês. Estamos perante um paradigma novo. A gestão macro do CA e a sua direção técnica totalmente focada no desempenho. E isto também requere um percurso de aprendizagem. Não estamos imunes ao ruído exterior, não nos escondemos dele, e tentamos ter momentos de aprendizagem. Aprendemos com a crítica construtiva. E em vários momentos, ouvimos e lemos coisas que fazem sentido. Na maioria, infelizmente não. Sabemos que estas são as regras do jogo e convivemos muitíssimo bem com isto, tal como os árbitros, que estão a lidar com algum aparato excessivo que acontece, muitas vezes, de forma estratégica e direcionada. Temos um rumo definido por quatro anos, por ventura a oito ou 12. Não vamos vacilar, independentemente das tempestades que venham. Mas vão existir momentos em que erramos, reconhecer que não fizemos bem, e vamos assumi-lo com toda a frontalidade".

"Preferimos sempre isto ao cinzentismo da lei da rolha e da neblina de não dizer nada. Esta não é a nossa arbitragem. Não se esqueçam que temos dois formatos televisivos. Um quinzenal na Sport TV, onde levamos todos os áudios das duas ligas profissionais, e outro no Canal 11, onde já avaliámos cerca de 100 lances esta época. Estamos a aprender, mas estamos no caminho certo".

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11:21 há 52 minutos

Afinal, por que razão os árbitros erram? A explicação de Duarte Gomes

"Por que razão os árbitros erram? Por uma desconcentração pontual, perdendo o foco no momento exato. Porque têm o foco no local errado. O foco está nos braços, a falta é um pisão, etc. Erram porque podem estar mal colocados. Porque o lance é muito difícil... Sei que ninguém gosta da expressão 'cinzento', na fronteira, mas a expressão existe há muito tempo. Independentemente da decisão, são lances suscetíveis de dúvida. Erram por inexperiência... Por incompetência momentânea, não se lembrarem da regra, da recomendação. Mas também erra porque é ludibriado, enganado na simulação, na mão que agarra na cara quando o toque é no pé... Nos que dependem de nós, trabalhar, trabalhar, trabalhar. Detetar os erros, perceber os motivos pelos quais acontecem, o que levou à tomada de decisão, como estavam colocados, como comunicaram, onde se desconcentraram. Mais do que aspetos técnicos, toca em aspetos mentais e psicológicos. E isto também se trabalha".


11:19 há 54 minutos

Duarte Gomes: «Árbitros estão a dar mais tempo de compensação»

"Obviamente que muitas vezes se falam dos outros 3%, da consequência, impacto e visibilidade. Sabemos que é um registo perfeitamente normal nestas leituras. Dar também uma indicação importante: o nosso tempo útil de jogo está aquém. Temos um tempo útil de jogo, à 10.ª jornada, de 53 minutos e 9 segundos, inferior aos padrões que entendíamos. Há ligas com valores piores, mas não são essas as nossas referências. Isso significa um aumento de 1 minuto em relação ao ano passado. O contraponto desta menor eficácia no tempo útil: os árbitros estão a dar mais tempo de compensação. No ano passado, por esta altura, a média era 8 minutos e 50 por jogo, este ano é 9 minutos de 53 segundos. Sabemos que parte da responsabilidade é dos árbitros, quanto mais faltas mais jogo parado... Mas também, obviamente, mais simulações de lesões, mais quedas de guarda-redes em que não há lesões visíveis, com aproveitamento para uma espécie de 'tempo técnico'. Se um jogo pára com 3 minutos e 05 segundos para uma análise VAR, esse tempo é acrescentado literalmente ao tempo adicional. E o tempo perdido nas bolas paradas... As equipas de arbitragem também têm papel fundamental e estamos atentos a isso".

11:15 há 58 minutos

Dos lances analisados à taxa de acerto: todos os números

Duarte Gomes elenca as intervenções:

"Em relação aos VAR, peça fundamental na verdade desportiva e perceção que a arbitragem cria, temos três categorias. Nestes 90 jogos da 1.ª Liga, tivemos 40 intervenções. Dessas, 19 foram sobre penáltis, 16 em relação à legalidade dos golos e cinco para cartões vermelhos. Destas 40, 24 foram factuais. Chamamos off field review. O árbitro não vai ao ecrã. Foras-de-jogo, anular golos... O árbitro acata de imediato. As outras implicam a ida do árbitro ao ecrã. Estou a falar de 1.ª Liga. Dessas 16 revisões em campo feitas pelo árbitro, foram acatadas 13. Em três, os árbitros entenderam que a decisão inicial estava correta. Os tempos de revisão médios na tal revisão feita no ecrã, a on field review, foi de 1 minuto e 35 segundos por lance, e de 1 minuto e 05 segundos nas factuais. Isto alinha com os tempos registados no ano passado. Em termos de videoarbitragem, analisámos 1.308 clips em termos da 1.ª Liga. A taxa de acerto registada foi de 97%".

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11:13 há 1 horas

«Na arbitragem não há Maradonas»

Fala agora Duarte Gomes, diretor técnico

"É um prazer receber-vos na Cidade do Futebol. Não sei se é estreia termos conferências dadas pela arbitragem à imprensa, mas é para repetir à 20.ª e 30.ª jornadas. Queria dar um ponto de situação em relação às 10 jornadas sobre vários pontos de vista, tentando ser o mais claro possível. Primeiro, dizer que a forma como os árbitros trabalham no futebol profissional. Temos cerca de 1.400 árbitros no ativo e o CA é a estrutura que preside a todos esses árbitros. O nosso universo é muito mais amplo do que os 9 ou 18 jogos que se disputam no futebol profissional. Mas sabemos que essa é uma montra de visibilidade. Os árbitros do futebol profissional, a partir desta época - e tomámos posse no final da época passada, iniciando funções nesta -, os que estão nos polos profissionais, e temos dois em funcionamento, um na Cidade do Futebol para os árbitros da zona mais Sul, e outro no polo da Maia para os mais a Norte. 17 dos 24 de primeira categoria estão incluídos nestes centros de treinos, sendo que os restantes treinam noutros. Eles fazem quatro treinos semanas, segundas, quartas, quintas e sextas, têm três sessões em sala todas as manhãs, e fazem duas sessões online de trabalho técnico às quartas e quintas-feiras, às 21h30, horário familiar e com esforço da maior parte deles. A ideia desta carga é tentar evitar o que muitas vezes vemos, erros de arbitragem. Queremos trabalhar mais, melhor, demos um conjunto de recomendações iniciais que foram aquelas que emanámos da UEFA e que são dadas em várias ligas profissionais. Passámo-las para Portugal porque adaptamos as boas práticas. Dentro dessas indicações, percebemos que há desvios nestas primeiras 10 jornadas em relação a algumas arbitragens. A partir do momento em que a época começa, é começar a afinar esse tipo de indicações através de momentos em campo, sala ou online. Os árbitros são observados em todos os jogos via televisão. Esse é o processo avaliativo dos árbitro C1. E criámos um grupo que vai aos estádios acompanhá-los. Esses sim acompanham o jogo, o árbitro, e no final do jogo fazem um briefing formativo. Questões relacionadas com a movimentação, personalidade, comunicação com os colegas... Tem sido rico para nós receber esses relatórios, e para os árbitros em relação à aprendizagemn adicional. Este trabalho tem sido feito com consistência desde que a época começou. Não há trabalhos perfeitos e sabemos, com toda a humildade, que não há Maradonas na arbitragem. Estamos em constante aprendizagem num processo que agora iniciamos e que sabemos que terá momentos de correção, maior visibilidade e menor".

11:07 há 1 horas

«Sabemos que os erros vão continuar a acontecer»

Toma a palavra Luciano Gonçalves

"Tal como tínhamos assumido, iremos dar seguimento à nossa estratégia de comunicação, onde tínhamos definido que a cada 10 jornadas iríamos fazer uma análise. Independentemente do ambiente, iríamos fazer o levantamento. Esse compromisso reflete o que definimos com transparência, uma série de momentos que pretendíamos valorizar a transparência. Passámos a explicar os lances no Canal 11, dando continuidade na Sport TV, passámos a colocar cá fora os relatórios dos desempenhos dos nossos árbitros... E concorde-se ou não, foi esta a estratégia definida e a que iremos continuar a levar. É este o nosso compromisso com o jogo, com a arbitragem, e não iremos sair dessa linha que tínhamos traçado. Acreditamos no processo, sabemos perfeitamente que os erros vão continuar a acontecer. É nossa função e objetivo trabalhar para que haja uma assertividade maior. É para isso que trabalhamos. Mais à frente irei falar sobre os números que dizem respeito ao nosso quadro e a estas 10 jornadas. Mas dar-vos também uma nota que é muito importante: todos os pedidos de reunião solicitados pelos vários agentes, clubes, associações, foram dados em menos de 24 horas. Não houve um único pedido de reunião de clubes que não obtivesse resposta. Estamos sempre disponíveis para falar com todos com dois princípios inegociáveis: diálogo e total independência. Dar esta nota. O CA quer e será sempre parte da solução e não do problema".

10:52 há 1 horas

Conselho de Arbitragem presta esclarecimentos em direto

Após um fim de semana escaldante no futebol português, com vários coros de críticas a erros de arbitragem em jogos da última jornada da Liga Betclic, o Conselho de Arbitragem (CA) da FPF realiza hoje, pelas 11h00, uma conferência de imprensa que contará com a presença do presidente do organismo, Luciano Gonçalves, e do Diretor Técnico para a Arbitragem, Duarte Gomes, que irão fazer um balanço das 10 primeiras jornadas. Aqui, poderá seguir tudo ao minuto.

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