A nota de 2,4 atribuída a Duarte Gomes pela atuação no dérbi da Taça de Portugal foi ao encontro da convicção geral de que fizera uma má arbitragem e reflete o que diz o regulamento. Um penálti por marcar nunca pode dar uma nota superior a essa.

Nos jogos dos grandes, o observador tem acesso às repetições dos lances, pelo que é difícil errar no juízo que faz do trabalho do árbitro em causa.

O árbitro recebe a nota à quarta-feira. O observador envia-a, por SMS, logo a seguir ao jogo para o responsável das classificações.

No caso do Benfica-Sporting, o observador foi Natálio Silva, do Algarve. Ex-árbitro, é considerado "fiável".

Não se conhecem, aliás, grandes casos a manchar a sua carreira, a não ser uma polémica, em 2005, quando o Belenenses o acusou de violar o regulamento, ao comentar as "incidências da primeira parte" durante o intervalo do jogo com a U. Leiria.

A  8 de fevereiro de 2005, o vice-presidente do clube do Restelo, João Barbosa, disse que o observador do árbitro Lucílio Baptista teve uma conversa surrealista" ao telemóvel durante o intervalo do encontro respeitante à 20.ª jornada da Liga.

"O observador não falou de flores, nem da família, mas sim sobre incidências e sobre a forma de classificar o árbitro", referiu o dirigente, citando vários pontos do regulamento violados, como a obrigação de comentar o jogo no final do mesmo apenas com a equipa de arbitragem.

Natálio Silva defendeu-se: "É mentira que tenha chegado atrasado à segunda parte. Estou de consciência tranquila. Aliás, ainda vou fazer o relatório do jogo. Quanto ao telefonema, é verdade que o fiz, mas nada me impede de o fazer. Se a conversa que tive fosse indigna, não a teria tido à frente de dezenas de pessoas. Houve um telefonema ao intervalo. Perderam o jogo, mas não podem culpar o observador porque eu não joguei. Se falei de lances do jogo ao telefone? É melhor esclarecer os lances do que escrever asneiras no relatório".