Pedro Proença destaca "capacidade de trabalho e mérito" de Artur Soares Dias

Presidente da Liga saúda nomeação do árbitro do Porto para o Euro'2024 e para a final da Liga Conferência

• Foto: Ricardo Almeida

O presidente da Liga, Pedro Proença, destacou esta sexta-feira "o trabalho de fundo" feito pela arbitragem portuguesa nos últimos anos, que culminou nas nomeações de Artur Soares Dias para o Euro'2024 e para a final da Liga Conferência. À margem do 45.º aniversário da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), celebrado em Coimbra, Proença deixou elogios e mostrou-se confiante num futuro risonho para a arbitragem para o futebol português. 

Balanço da temporada: "Estamos aqui para parabenizar os 45 anos da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, um representante muitíssimo importante no que diz respeito às relações com o futebol profissional e um parceiro da Comissão de Diálogo Social. São 45 anos de história de uma instituição com passado, com presente e com perspetiva do que será a arbitragem do futuro. Aproveito também este momento para dar os parabéns à indicação de um árbitro português no Euro e também para uma final da Liga Conferência no dia 29 em Atenas. Como costumamos dizer, o talento é transversal, não só nos jogadores e nos treinadores, mas também na arbitragem. O que queremos é criar condições para que o futuro na arbitragem em Portugal seja positivo e consistente, e para que possa acompanhar a evolução do futebol português."

O que representam as nomeações de Soares Dias, para o próprio e para toda a classe? "Direi que é a afirmação da arbitragem portuguesa durante alguns anos. É verdade, até em virtude de uma geração que de forma precoce saiu da arbitragem, havia um caminho a fazê-lo. Foi feito com algumas dores de crescimento. Às vezes é preciso relembrar que fomos das primeiras cinco ligas do mundo a ter videoarbitragem, portanto, sinal de que há uma visão. Este Conselho de Arbitragem tem feito por isso, e obviamente aqui parabenizo o seu e o presidente da APAF. Todos sabemos que é um setor com grandes dificuldades, mas tem sabido amadurecer. É importante que a estrutura do futebol em Portugal acompanhe a evolução dos extraordinários jogadores e dos treinadores de eleição que temos, para que as nossas competições sejam cada vez mais fortes."

Algum conselho especial para Artur Soares Dias? "O Artur não precisa de conselhos. A sua capacidade de trabalho e o seu mérito, fizeram com que chegasse, pelo princípio da meritocracia, a esta final. Desejo o que desejaria a qualquer árbitro quando faz um jogo, que a sorte também o acompanhe, também é preciso nestes momentos, sendo certo que competência e mérito ele tem-no afirmativamente."

Acredita que as presenças de árbitro em finais e fases finais serão mais recorrentes? "Acho que sim. Foi feito um trabalho de fundo e estamos a recolher os frutos. Um trabalho com visão, com capacidade de perceber que às vezes há momentos menos felizes. Houve um conjunto de árbitros que marcaram uma geração, ou que faziam um trabalho de rejuvenescimento e ele acaba por acontecer, num fruto normal do trabalho feito por este Conselho de Arbitragem."

Os clubes da Premier League vão votar para abolir o VAR. Como olha para o caso? "Para mim, que assisti à implementação da videoarbitragem em Portugal, direi que é só o processo normal, de maturidade. O nível de exigência das pessoas com o VAR foi muitíssimo elevado. É verdade que todos reconhecemos que o próprio protocolo é limitativo quanto às expectativas para a utilização de uma ferramenta tecnológica. E, portanto, há reflexões que têm de ser feitas. Nós temos que poder de conseguir tirar mais e melhor de uma ferramenta que tem que ser mais interventiva. Mas o próprio futebol mudou. Os tempos mortos, os tempos do jogo, a forma com que hoje se celebram os golos. Há uma nova realidade com o VAR que o futebol não estaria preparado. E é essa reflexão que está a ser feita noutras ligas e nós, na European Leagues, estamos a fazer essa própria reflexão. Mas é um caminho que não volta para trás. A introdução da tecnologia na defesa da verdade desportiva foi um passo importantíssimo. E, portanto, há que aprimorar o protocolo para que tirar mais e melhor de um instrumento fundamental.

Por Ricardo Chambel
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