Rui Licínio: «Linhas de fora-de-jogo das televisões não são fiáveis»

Intervenção decorreu no âmbito da palestra "Penálti, Fora-de-jogo, Livre Direto: (Re)Soluções Matemáticas!" que decorreu na Escola Secundária da Senhora da Hora

O melhor árbitro assistente nacional, Rui Licínio, auxiliar de Artur Soares Dias, colocou o dedo na ferida em relação a um dos maiores focos de controvérsia na análise dos lances polémicos que acontecem no futebol português, conduzindo às discussões inflamadas que têm feito regra apesar da introdução do VAR. 

"Se dava jeito haver maior rigor? Dava jeito, sim. Há muita falta de formação e informação. Basta notar que as televisões não têm todas as condições para darem imagens realmente fiáveis nas situações de fora-de-jogo. Na maior parte dos lances a linha é traçada nos pés, quando podem ser outras partes do corpo a influir na decisão do árbitro assistente. Depois, basta que na seleção do passe não seja escolhido o momento exato mas sim um frame antes ou depois para que a perceção da jogada mude completamente. E isso acontece com muita frequência, em que nos apercebemos que a linha é traçada sem que a bola esteja no momento preciso do passe. O que se passa é que essa tecnologia exige, e isso nem sempre acontece, que sejam utilizadas as medidas corretas de todos os terrenos de jogo para que a linha de fora de jogo seja fiável", sublinhou o assistente internacional, de 44 anos. 

A intervenção de Rui Licínio decorreu durante a palestra "Penálti, Fora-de-jogo, Livre Direto: (Re)Soluções Matemáticas!" que decorreu na Escola Secundária da Senhora da Hora durante a manhã desta sexta-feira, e onde foram aventadas algumas alternativas que podem melhorar a perceção de lances que o olho humano não consegue acompanhar.

"As televisões, ao invés de continuarem a adotar uma linha como forma de escrutinar os fora de jogo, deveriam utilizar um plano. O que fazem agora é aplicar mal a geometria. Erguer um plano permite perceber sem lugar a dúvidas se alguma parte do corpo se encontra deslocada ao invés de tomar sempre os pés como referência", sublinhou o professor Carlos Marinho, coordenador do Clube da Sociedade Portuguesa de Matemática e promotor do evento na Senhora da Hora, em Matosinhos, que congregou o interesse de várias centenas de alunos e contou ainda com a presença do treinador e comentador televisivo, Carlos Brito, o editor de Record, Vítor Pinto, a jogador de futsal e Campeão Olímpica da Juventude, Carolina Rocha, e o mágico oficial da UEFA em Portugal, Daniel Guedes.

Por Vítor Pinto
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