PORTUGAL cumpriu a sua obrigação de ganhar e de golear, como estava anunciado. Uma vitória de 8-0 diz tudo e o público saiu do Municipal de Coimbra com a barriga cheia. A selecção ficou a um tento de estabelecer novo recorde de goleadas (igualou os mesmos 8-0 já aplicados a este mesmo Liechtenstein), mas nem por isso houve qualquer sabor menos "gostoso". A dupla dos "manos Pinto" esteve endiabrada e só à sua conta obteve seis dos oito golos. Uma resposta a quem continua a dizer que Portugal joga sem avançados. Eles, os adversários, eram fraquinhos? É claro que sim. Mas as bolas entraram e isso é que interessa. Rui Costa obteve os outros dois tentos, por sinal os que fecharam a conta.
Uma noite de quarta-feira tranquila para a selecção e, por acréscimo, uma partida com pouca história. Até ao golo inicial, quase à meia hora, ainda há algo para dizer, mas a partir daí bastou registar os remates vitoriosos, os outros que quase surtiam efeito e a debilidade do Liechtenstein, sem nada, mas mesmo nada para contrariar um ascendente tão claro e tão forte dos portugueses.
Em termos da corrida para a fase final do Europeu não há alterações a anotar, uma vez que a Roménia também ganhou. Tal como se previa, a dupla ronda de Setembro, no Azerbaijão e Roménia, vai possivelmente ser decisiva para as nossas aspirações. Para já, vamos à frente e em pleno. E isso é que importa.
ÂNSIA
Humberto foi obrigado a mexer na equipa logo aos 15 m, devido a lesão de Secretário. Entrou Capucho e recuou -- será que recuou?... -- Sérgio Conceição, mas a manobra manteve-se inalterável. Portugal jogava no último terço do terreno, encostava a turma adversária à sua baliza, mas os golos não surgiam.
Notava-se, convenhamos, alguma ânsia. A equipa queria marcar depressa. O Liechtenstein, com cinco defesas, três médios defensivos e apenas dois homens ligeiramente mais adiantados, apostava na defesa em linha e obrigava a formação lusa a cometer alguns erros, nomeadamente na frequência com que os jogadores caíam em fora-de-jogo.
Por volta dos vinte minutos Portugal passou a optar por largar a bola só pela certa, com os flanqueadores a esperarem mais tempo pelo passe e depois, então sim, a arrancarem para a área contrária. Foi assim que nasceu o 1-0, com Figo a servir Sá Pinto na perfeição. Até ao intervalo marcaram-se mais dois golos e o destino ficou traçado.
Depois, bem, depois só os golos. Para todos os gostos e alguns bem bonitos. A selecção vai para férias descansada e os jogadores -- todos eles, sem excepção -- estão de parabéns por esta campanha.
Uma última palavra para a medíocre actuação do árbitro austríaco: duas grandes penalidades ficaram por assinalar (ambas por faltas sobre Sá Pinto) e outros juízos sem classe. Não obstante, nem assim enervou o público que encheu o Municipal de Coimbra.
GOLOS
1-0 aos 28 m, por SÁ PINTO. Cruzamento de Figo, da esquerda, e cabeça certeira do homem da Real Sociedad.
2-0 aos 40 m, por JOÃO PINTO. Um grande tiro do benfiquista, a cerca de trinta metros da baliza de Jehle.
3-0 aos 44 m, por SÁ PINTO. O lance começou em Baía (!), continuou em João Pinto e o marcador só deu um empurrãozito.
4-0 aos 52 m, por SÁ PINTO. Cabeça a desviar a bola, hesitação geral e "frango" do guarda-redes.
5-0 aos 59 m, por JOÃO PINTO. Centro de Sérgio Conceição, da direita, para a cabeça oportuna do nº 8.
6-0 aos 68 m, por JOÃO PINTO. Pontapé acrobático, na sequência de um canto de Rui Costa.
7-0 aos 80 m, por RUI COSTA. "Deixa" de Sá Pinto e pontapé em cheio do médio da Fiorentina.
8-0 aos 89 m, por RUI COSTA. Grande penalidade convertida sem mácula.
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