Julgamento está a decorrer no Tribunal de São João Novo, no Porto
Realizou-se na manhã desta quinta-feira, no Tribunal São João Novo, no Porto, a 4.ª sessão do julgamento da 'Operação Malapata', que tem César Boaventura, acusado de crimes como burla, falsificação de documentos, representação fraudulenta de jogadores, entre outros, como principal arguido. O julgamento já foi retomado ao início da tarde, com Luís Filipe Vieira já nas instalações na qualidade de testemunha.
Ao contrário do que estava previsto para esta manhã, Gedson Fernandes ainda não testemunhou em tribunal, pois a respetiva notificação ainda não chegou às mãos do antigo jogador do Benfica, agora a atuar pelo Besiktas, da Turquia.
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Assim, a primeira testemunha do dia foi Ali Barat, empresário e dono da empresa de agenciamento de jogadores Epic Sports Football, que tem escritório em Portugal, nomeadamente no Funchal, na Madeira. O empresário relatou, em vídeo-chamada, reuniões com César Boaventura, que, disse, o levaram a pensar que este representava Gedson Fernandes, devido a alegados documentos assinados pelo jogador assim como pelo que lhe era transmitido pelo empresário, nomeadamente, testemunhou, devido a um valor global de 500 mil euros investidos para a cedência dos direitos de imagem e representação do jogador. Nesse sentido, Ali Barat terá sido também abordado para mediar uma transferência de Gedson, na altura a jogar pelo Benfica, para um outro clube, tendo César Boaventura combinado, afirmou, dividir os direitos sobre o jogador com Barat por 250 mil euros.
Segundo o sócio maioritário da Epic Sports Football, chegou mesmo a haver uma reunião, em janeiro de 2020 com representantes do Benfica e do West Ham para mediar uma transferência do jogador, sendo Luís Filipe Vieira, na altura presidente das águias, o representante dos encarnados nas negociações, intermediadas também por César Boaventura, que esteve presente e fez a tradução. Contudo, Ali Barat não conseguiu confirmar a presença de Tiago Pinto, na altura diretor desportivo do Benfica, e também referiu que nunca falou com Gedson Fernandes, até porque Boaventura nunca o terá deixato ter contacto com o internacional português.
Mais tarde, e apesar de ter confirmado com Ricardo Cardoso, advogado de Boaventura e Gedson, que havia mesmo contratos e documentos assinados pelo jogador redigidos pelos advogado, Barat diz ter consultado a sua própria equipa jurídica que, segundo o empresário, não conseguiu comprovar a veracidade dos documentos. Nesse sentido e sentindo-se defraudado, exigiu o retorno do a Boaventura, ameaçando-o com uma queixa judicial. Segundo disse, em sequência recebeu 450 mil libras, através de uma conta sediada em Espanha, e ambos retomaram relações.
Barat disse ainda ao tribunal que pagou 122 mil libras de dívidas a César Boaventura, apesar do valor total, incluído numa fatura de um negócio, ser de 360 mil libras. Dívidas essas que terão subido até 900 mil libras e que levaram o empresário português a abrir um processo contra Barat, sem sucesso.
A segunda testemunha foi Manuel Araújo, pai do jogador do Benfica Tomás Araújo, que foi alvo de uma alegada fraude por César Boaventura, tendo este abordado o filho, em 2020, na altura com 17 anos, para o agenciar, alegando interesse do Watford no jovem atleta. Como tal, segundo o relatado, em setembro de 2020, Manuel encontrou-se com Boaventura, um representante do clube inglês, outro da empresa de agenciamento OSM e uma tradutora, com o objetivo de negociar a passagem dos direitos do jogador.
Sucedeu-se uma viagem a Inglaterra para perceber o interesse do clube britânico em Tomás Araújo, anteriormente agenciado pela Gestifute, de Jorge Mendes. O pai do jogador chegou mesmo, segundo o próprio, a assinar um documento para a mediação da transferência de Tomás para o Watford, incluindo também um falso valor de 150 mil euros, quando, disse, César Boaventura terá tirado uma fotografia ao documento, enviando-a para um desconhecido de forma a comprovar que o valor tinha sido recebido.
Manuel Araújo alegou que o empresário provou a veracidade dos seus negócios com contratos-tipo para jogadores por si agenciados, mostrando novamente um documento assinado por Gedson Fernandes, que o levou a acordar verbalmente a cedência dos direitos do filho, apesar de nada ter sido consolidado em papel. Mais tarde, quando contactado por Ali Barat, dono da Epic Sports Football, na tentativa de agenciar o filho, este pediu para ver o documento sobre a mediação da transferência de Tomás Araújo para o Watford, no valor de 150 mil euros, algo que foi tido como falso e levou Manuel Araújo a ficar com a ideia de ter sido vítima de fraude.
A terceira e última testemunha da manhã foi Rémulo Marques, agora diretor desportivo do Camacha, mas antigo diretor de futebol do Zimbru, da Moldávia, clube a que César Boaventura possuia ligações. O dirigente esclareceu que foi contactado por Boaventura numa mensagem de Facebook, que se introduziu como empresário e partilhou as suas ideias sobre futebol, marcando um jantar onde trocaram impressões e, em sequência, Rémulo Marques surgiu como diretor de futebol do Zimbru, numa altura em que o clube moldavo lutava pela qualificação para a Liga Europa. No entanto, o antigo dirigente do Leixões e Boavista também esclareceu que Boaventura começou a ter problemas com o Zimbru, pois o prémio monetário da Liga Europa nunca chegou aos cofres do emblema, criando-se tensão na mediação das transacções e transferências.
Rémulo Marques também esclareceu que, após trabalhar no Zimbru, foi convidado por José Lima e César Boaventura para trabalhar na GIC, empresa de agenciamento de jogadores dos dois sócios, onde esteve envolvido na adaptação de Mika ao panorama inglês, quando o guarda-redes foi transferido do Boavista para o Sunderland.
A testemunha referiu ainda que a GIC era uma marca registada e que continha parceiros ingleses, apesar de ter trabalhado maioritariamente através de um escritório em Esposende, onde disse que Boaventura possuia casa, e não ter intermediado nenhum tipo de transferência, salientando que houve algumas reuniões com jogadores e a conclusão de uma parceria com uma empresa alemã.João
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