Record esteve na sede da Betano, em Atenas, e ficou a saber como são os jogos online atualmente e... como serão num futuro próximo
À entrada, Anna Korakaki recebe-nos de arma apontada. A atiradora de 23 anos, uma das estrelas do desporto grego depois do ouro olímpico na modalidade de pistola a 25 metros nos Jogos do Rio de Janeiro, é uma das atletas apoiadas pela Stoiximan (lê-se ‘Stihiman’ e deriva da palavra ‘stoixima’, aposta em grego), uma das maiores casas de apostas desportivas online do país e que recentemente entrou em Portugal com a marca Betano, já presente em Chipre, Roménia, Alemanha e Áustria.
Quis o destino que os outros dois ouros olímpicos da Grécia no Brasil – Eleftherios Petrounias (ginástica) e Ekaterini Stefanidi (salto com vara) também fossem de atletas patrocinados pela Stoiximan/Betano. "Começámos a apoiá-los muito antes de serem estrelas olímpicas. No caso do Eleftherios, lembro-me de ele dizer que, antes do nosso apoio, trabalhava num ginásio para ter 20 euros no bolso para comer uma pizza e ter dinheiro para meter gasolina e treinar", recorda Panos Konstantopoulos, diretor de marketing.
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É a primeira imagem de uma viagem às profundezas de uma casa de apostas, um negócio de milhões presente no desporto e que tão poucas vezes pode ser visto ao detalhe por dentro. Durante um dia inteiro, Record pôde conhecer ao detalhe os segredos da empresa grega, líder no país, bem como em Chipre e na Roménia, desde o funcionamento dos ‘traders’ (as pessoas que estabelecem as odds para cada evento) aos planos para o futuro do jogo online, passando pela relação com os clientes e políticas de jogo responsável. Durante a visita, guiada por Angeliki Papadopoulou, é-nos muitas vezes dito que a Stoiximan/Betano é uma empresa de tecnologia que opera no jogo online. E os planos apresentados, seja ao nível de inteligência artificial quer de realidade virtual, são uma viagem ao futuro.
Aprendizagem automática
Um dos projetos em andamento, e que a Stoiximan/Betano pretende colocar ao serviço dos clientes nas próximas semanas, é a possibilidade de fazer levantamentos em cerca de 15 minutos, quando o normal agora é que demorem entre 6 e 12 horas. "O projeto de aprendizagem automática resulta da colaboração com duas universidades de Atenas e baseia-se em analisar o comportamento dos utilizadores. Vão usar o trabalho manual que foi feito e o registo de 1,5 milhões de levantamentos. Perante os dados recolhidos, vamos perceber as condições em que foram feitos, e será possível replicá-los de forma artificial", explica Costas Liapis, do departamento de tecnologia.
A ideia é que 87 por cento dos levantamentos passem a ser feitos em poucos minutos, aprovados de forma automática, pelo computador. No início, por uma questão de segurança, haverá um limite ao valor desses levantamentos, mas a ideia é alargar a quase todos. "Uma das maiores exigências que temos da parte dos nossos clientes é conseguir levantamentos rápidos e fáceis", confirma Sthathis Loverdos, do apoio ao cliente. Aris Dimarakis, da área da tecnologia, cujo gabinete tem uma camisola do PAOK e uma bola da final do Mundial’2018 que irá entregar como prémio a uma das suas equipas, revela que há "20 projetos de desenvolvimento de produto a decorrer, relacionados com formas de apostar e novos mercados".
Mas a vantagem da utilização da aprendizagem automática não se esgota na facilidade dos levantamentos. "Vai permitir-nos analisar padrões de jogo e perceber se há algum desvio à norma. Isso pode, por exemplo, ajudar-nos a detetar se houve alguma conta pirateada ou se um apostador está com algum comportamento que possamos considerar problemático", acrescenta Liatis.
O casino do futuro
Outro departamento onde a tecnologia manda é o da realidade virtual. George Kourakos, de 39 anos, é alvo das piadas dos colegas, que dizem que tem um emprego de sonho: é pago para brincar. "Há três anos que estamos a fazer testes de realidade virtual para tentar perceber como isto vai afetar o jogo online do futuro", começa por dizer. O primeiro teste que fazemos é simples: imagens em 360 graus, que nos colocam no centro dos festejos do título do PAOK. Sentados num sofá, olhamos em volta e é como se estivéssemos em Salónica.
Mas depois foi o teste a sério: com apenas uns óculos, pudemos ir ao centro do relvado de um estádio de futebol; pegar num arco e flechas e atirar; e, indo ao que mais importava, fomos a um casino, onde jogámos blackjack, roleta e dados. Tudo com um realismo impressionante, não faltando ao nosso lado um charuto e um copo de uísque em que podemos pegar. A experiência é virtual, mas o dinheiro apostado é real.
"Somos a primeira companhia do Mundo a permitir apostar em realidade virtual", sublinha o responsável. Para já, há cerca de duas dezenas de utilizadores que já podem fazê-lo, naquilo que serve como um teste para a Stoiximan/Betano. "O que tento fazer é viajar para o futuro", explica Kourakos, garantindo que "isto será o futuro do entretenimento e do jogo online".
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