‘SER Treinador – A conceção de Joel Rocha no Futsal’. Este é o nome do livro do atual técnico do Sp. Braga ex-treinador do Benfica, escrito em co-autoria com Tiago Guadalupe, que vai ser publicado esta segunda-feira. Record divulga este domingo, em pré-publicação exclusiva, excertos da obra que conta com o préfacio de Jorge Braz, selecionador nacional de futsal.
Tiago Pinto, atual diretor geral da Roma, começa por recordar os momentos que partilharam no Benfica. "Uns tempos depois de contratar o Joel Rocha para o Benfica, mandei-lhe uma mensagem a dizer que ele revelou-se ainda melhor do que estava à espera. Em 7 anos no Benfica, jogou as finais quase todas. Ultracompetente. Conhecedor. Exigente. Exímio comunicador. Capacidade de trabalho incrível. Líder nato. Inovador. Intenso. Constantemente a reinventar-se. Foi dos primeiros treinadores que vi a explicar aos jogadores o porquê do exercício X ou Y e, a sua transposição para o jogo. Como dirigente, senti que com o Joel estava sempre mais perto de ganhar", pode ler-se no livro.
A experiência de Tiago Pinto nas modalidades e futebol é aprofundada, precisamente, no tema principal da publicação. "SER treinador é complexo. Em primeiro lugar ele [treinador] tem que pensar nos outros. Tem que "ser" para os outros. A mim não me chega que um gajo seja bom treinador. Não me chega. E devo pertencer a uma minoria dos dirigentes desportivos que defende isto. Para mim é fundamental a dimensão humana do treinador. O treinador não lida com máquinas, mas antes com pessoas, com seres humanos", explicado, dando um exemplo concreto.
"Há uns tempos atrás li uma entrevista do Julian Nagelsmann, treinador do Bayern Munique. A certa altura perguntaram-lhe se a sua idade era um obstáculo à liderança dele num clube tão habituado a ganhar. Ele respondeu: ‘Não, não. Muito pelo contrário. A minha idade permite-me perceber o Instagram, o Facebook e o Twiter pois são pessoas dessa geração que eu tenho que treinar diariamente. Percebendo o mundo deles, consigo chegar a eles mais facilmente. E isso reflete-se no treino e no jogo’. Esta resposta do Nagelsmann diz tudo. Um treinador pode ser muito bom no ponto de vista técnico, tático, científico, metodológico, mas, a verdade é que ele gere seres humanos e se eles não reconhecerem a dimensão humana do seu treinador, as coisas não vão funcionar", acrescenta.