Tiago Pinto: «A mim não me chega que um gajo seja bom treinador. É fundamental a dimensão humana»

Testemunho do diretor da Roma no livro de Joel Rocha

• Foto: Ricardo Nascimento
‘SER Treinador – A conceção de Joel Rocha no Futsal’. Este é o nome do livro do atual técnico do Sp. Braga ex-treinador do Benfica, escrito em co-autoria com Tiago Guadalupe, que vai ser publicado esta segunda-feira. Record divulga este domingo, em pré-publicação exclusiva, excertos da obra que conta com o préfacio de Jorge Braz, selecionador nacional de futsal.

Tiago Pinto, atual diretor geral da Roma, começa por recordar os momentos que partilharam no Benfica. "Uns tempos depois de contratar o Joel Rocha para o Benfica, mandei-lhe uma mensagem a dizer que ele revelou-se ainda melhor do que estava à espera. Em 7 anos no Benfica, jogou as finais quase todas. Ultracompetente. Conhecedor. Exigente. Exímio comunicador. Capacidade de trabalho incrível. Líder nato. Inovador. Intenso. Constantemente a reinventar-se. Foi dos primeiros treinadores que vi a explicar aos jogadores o porquê do exercício X ou Y e, a sua transposição para o jogo. Como dirigente, senti que com o Joel estava sempre mais perto de ganhar", pode ler-se no livro.

A experiência de Tiago Pinto nas modalidades e futebol é aprofundada, precisamente, no tema principal da publicação. "SER treinador é complexo. Em primeiro lugar ele [treinador] tem que pensar nos outros. Tem que "ser" para os outros. A mim não me chega que um gajo seja bom treinador. Não me chega. E devo pertencer a uma minoria dos dirigentes desportivos que defende isto. Para mim é fundamental a dimensão humana do treinador. O treinador não lida com máquinas, mas antes com pessoas, com seres humanos", explicado, dando um exemplo concreto.

A capa do livro
"Há uns tempos atrás li uma entrevista do Julian Nagelsmann, treinador do Bayern Munique. A certa altura perguntaram-lhe se a sua idade era um obstáculo à liderança dele num clube tão habituado a ganhar. Ele respondeu: ‘Não, não. Muito pelo contrário. A minha idade permite-me perceber o Instagram, o Facebook e o Twiter pois são pessoas dessa geração que eu tenho que treinar diariamente. Percebendo o mundo deles, consigo chegar a eles mais facilmente. E isso reflete-se no treino e no jogo’. Esta resposta do Nagelsmann diz tudo. Um treinador pode ser muito bom no ponto de vista técnico, tático, científico, metodológico, mas, a verdade é que ele gere seres humanos e se eles não reconhecerem a dimensão humana do seu treinador, as coisas não vão funcionar", acrescenta.
Por David Novo
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