Vida de Manuel Cajuda retratada em novo livro: «Nunca fui treinador na vida. Treinador foi a minha profissão»

'Manuel Cajuda - o (des)Treinador' foi lançado este sábado em Olhão

Cajuda
Cajuda • Foto: Nuno Fonseca/Movephoto

A vida de Manuel Cajuda, treinador durante quase quatro décadas que deixou marca em várias cidades rivais no futebol, e atual presidente do Olhanense, é retratada em novo livro de Tiago Guadalupe, lançado em Olhão este sábado.

"Manuel Cajuda - o (des)Treinador", de 233 páginas, foi escrito a partir de "conversas, memórias, episódios marcantes e reflexões" do ex-treinador algarvio, que passou por mais de duas dezenas de clubes na sua carreira.

O autor destacou que Manuel Cajuda "é uma pessoa consensual no futebol português", por ser respeitado em cidades marcadas pela rivalidade devido ao trabalho que fez nos clubes por onde passou.

"É uma pessoa consensual em Olhão, é uma pessoa consensual em Faro, é uma pessoa consensual em Braga, é uma pessoa consensual em Guimarães", exemplificou, sobre as rivalidades Farense/Olhanense e Sporting de Braga/Vitória de Guimarães.

O livro tem "mais de 40 anos de história de um treinador, mas acima de tudo tem a história de um homem", conhecido "injustamente" por ser um contador de histórias, apontou Tiago Guadalupe.

"Muitas pessoas não percebem o propósito dessas histórias. Tudo tinha um objetivo, e tudo tinha um propósito", referiu, salientando que Cajuda sempre foi "um grande gestor de recursos humanos".

Na apresentação do livro, realizada na sua cidade natal, Manuel Cajuda, presidente do Olhanense desde 2023, sublinhou que o filho, Hugo Cajuda, empresário de futebol, "foi o grande obreiro" da obra.

"Ele sempre me disse que a minha carreira merecia um livro, por muito mau que seja", brincou.

O antigo técnico e atual dirigente, natural de Olhão, passou de jogador a adjunto no Farense em 1983/84, assumindo também nessa época a equipa principal, após a saída do búlgaro Hristo Mladenov, no início de uma vasta carreira nos 'bancos'.

"Comecei como adjunto a treinar guarda-redes, mas não sabia nada, tinha zero competência. O húngaro Ferenc Meszaros, que tinha jogado em Mundiais e passado pelo Sporting, ajudou-me, dava-me um papel com o que devia treinar todos os dias. Andei seis meses a aprender com o Meszaros como treinar o Meszaros", lembrou, entre as muitas histórias contadas na apresentação do livro.

O presidente do Farense, João Rodrigues, esteve presente na sessão de lançamento da obra e ofereceu a Cajuda uma camisola do emblema de Faro.

Na divisão principal do futebol português, o técnico algarvio orientou Farense, Portimonense, Torreense, União de Leiria, Sporting de Braga, Belenenses, Marítimo, Beira-Mar, Naval 1.º de Maio, V. Guimarães e Olhanense.

"Eu nunca fui treinador na vida. Treinador foi a minha profissão. Às vezes chamam-me mestre, mas eu continuo a ser um eterno aprendiz. Este livro tem histórias engraçadas, e muitas não puderam ser contadas, mas acima de tudo tem uma coisa que fui dos primeiros a debater e a criar em Portugal: a humanização do treino", destacou Cajuda.

O livro, editado pela 21Books, powered by Whynote, tem prefácio de José Mourinho, treinador do Benfica, introdução de Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, e posfácio de Reinaldo Teixeira, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que esteve presente na apresentação.

Por Lusa
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