Aníbal Pinto: «Sinto que fui a cola do processo de prisão preventiva de Rui Pinto»

Advogado, acusado de co-autoria da tentativa de extorsão à Doyen, sente que foi 'isco' na prisão do hacker português

• Foto: David Cabral Santos

O advogado Aníbal Pinto, acusado de co-autoria da alegada tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, afirmou esta sexta-feira que não tem dúvidas que serviu de "cola" para o processo de prisão preventiva de Rui Pinto, esclareceu o momento em que sentiu que existiam indícios de extorsão e concluiu, afirmando: "Não tenho nada a ver com o processo Rui Pinto."

"Eu prestei o meu esclarecimento, desmontei a acusação ponto por ponto. Tudo o que disse em documento, em escutas telefónicas da Polícia Judiciária e num RDE da Polícia Judiciária e elementos que o Ministério Público não tinha junto no processo, infelizmente tive de juntar eu. Agora, o Tribunal está esquecido, eu vou estar à disposição para esclarecer o Tribunal, para esclarecer o Ministério Público e os assistentes. A verdade irá vir ao de cima. Eu já disse e vou repetir, se eu pudesse voltar atrás não mudava rigorosamente nada do que fiz. Tudo o que fiz foi na qualidade de advogado", começou por dizer o advogado, em declarações ao jornalistas no exterior do Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa.

O momento em que lhe 'cheirou' a extorsão

"Nós, os advogados trabalhamos com muitas áreas cinzentas e com muito crime. Há uma coisa neste processo que eu não aceito de forma nenhuma, é como advogado inscrito na Ordem dos Advogados montam uma armadilha, uma emboscada, com a Polícia Judiciária a outro advogado, que estejam lá polícias para prender o advogado mas que ninguém prendeu, nunca fui buscado, nunca fui apreendido o telemóvel, o computador, por isso estou absolutamente tranquilo. No caso do Rui Pinto isso nem sequer interessa. Agora eu digo, publicamente, eu sinto que estou aqui porque fui a cola do processo de prisão preventiva de Rui Pinto."

Invasão do sistema informático da FPF. Foi aí que percebeu que existiam intenções duvidosas de advogado e representante?

"Claro, eu disse isso lá dentro, está gravado e está numa escuta telefónica transcrita pela Polícia Judiciária que não foi junto aos autos, uma conversa entre mim e o Dr. Pedro Henriques, que eu nunca divulgaria, porque eu sou um advogado que morro pelos clientes e que cumpre escrupulosamente os estatutos da Ordem dos Advogados. Agora que fui sujeito a ser levantado sigilo profissional já esclareci. Vamos ver o que é que o Sr. Névoa e o Sr. Dr. Pedro Henriques, com os documentos que estão nos autos e nas escutas, esclarecerão."

Contratar Rui Pinto como engenheiro informático. Fachada?

"Para mim não. Se o Dr. Pedro Henriques não queria contratar Rui Pinto, depois de eu lhe apresentar uma proposta de contrato, tinha a obrigação deontológica e legal de me dizer isto: 'Lamento, fui enganado'. Agora, eu estou aqui. Qualquer um de nós pode ser acusado, agora condenado é um bocado diferente. Na instrução analisam-se indícios, aqui analisam-se provas. Eu não cometi nenhum crime, eu nem multas de estacionamento tenho por pagar. Não cometo crimes, sou uma pessoa séria, sou um advogado honrado e estou aqui para esclarecer. Não tenho dúvida nenhuma que tenho de ser absolvido em Tribunal, porque tudo aquilo que eu digo ou disse está em documentos e escutas. Não venho para aqui vender a banha da cobra, ao contrário de outros que vêm para aqui inventar. Fizeram de tudo para eu cometer um crime, só que tiveram azar. Bateram à porta errada. A única coisa que posso dizer é que não tenho nada a ver com o processo Rui Pinto, a única coisa que tenho a ver com Rui Pinto é que eu fui seu advogado, com muita honra, porque eu tenho honra nos meus clientes", finalizou.

Por Record
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