Francisco Empis foi ouvido na 38.ª sessão do julgamento do caso Football Leaks
O antigo consultor de comunicação da Doyen Francisco Empis admitiu esta quarta-feira que o fundo poderia ter uma estratégia de comunicação para criar uma "narrativa" sobre alegadas tentativas de extorsão com origem no Football Leaks a outras entidades.
Na audição realizada na 38.ª sessão do julgamento no Tribunal Central Criminal, em Lisboa, a testemunha - arrolada pela defesa do arguido Rui Pinto - foi questionada se tinha conhecimento de outras entidades alvo de tentativa de extorsão. "Não me recordo", começou por dizer Francisco Empis.
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De seguida, os advogados do criador do Football Leaks perguntaram se essa seria a "narrativa da Doyen", recorrendo a declarações do consultor em 2016 a diferentes órgãos de comunicação social. "Pode ter sido, mas o principal foi sempre focado na Doyen", anuiu o consultor de comunicação, que disse ter trabalhado apenas em regime de prestação de serviços para o fundo de investimento entre 2015 e final de 2017.
Em simultâneo, confirmou ter conhecido o jornalista Augusto Freitas de Sousa, cujo contacto lhe foi passado por outro colaborador da Doyen: Pedro Henriques. Numa anterior sessão do julgamento, foi revelado que o nome do repórter foi sugerido pelo inspetor-chefe da Polícia Judiciária (PJ), Rogério Bravo, aos representantes do fundo de investimento.
"Tive um encontro com ele e expliquei a versão dos factos da Doyen. A finalidade do contacto era essa. Não tenho a certeza, mas creio que não (produziu informação)", esclareceu Francisco Empis a propósito deste contacto, frisando não ter recebido qualquer documento de Pedro Henriques para esse encontro.
Rui Pinto, de 32 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.
Coletivo de juízes justifica marcação dessa data com a "não exclusividade de membros do coletivo de juízes", que contam com outros processos de caráter mais urgente.
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