Hacker está a ser ouvido em tribunal
Questionado em tribunal esta segunda-feira, no âmbito da 2.ª sessão do julgamento do processo Football Leaks, sobre a tentativa de extorsão, Rui Pinto confirmou a criação do email sob o pseudónimo Artem Lobuzov, além de outros endereços para aceder a diversos sites.
"Isto era prática corrente por todos nós no Football Leaks. Faz parte até das boas práticas [da Internet]. O email não foi criado com o objetivo de contactar com Nélio Lucas", expressou o arguido, que assume arrependimento. "Sinto-me envergonhado por toda esta situação. Custa-me imenso ler este tipo de emails. Hoje em dia não me reconheço nisso. Foi uma trapalhada de todo o tamanho. Isto foi aproveitado pelos críticos para tentar reduzir os méritos do Football Leaks", afirmou o hacker, que assume que "tudo foi uma provocação, uma infantilidade" e disse ainda que não esperava que Nélio Lucas respondesse ao email. No email, Rui Pinto escreveu: "Tudo isto e muito mais pode aparecer online, e de seguida em toda a imprensa europeia. Certamente não deve querer isso não é? Mas podemos conversar".
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E prosseguiu: "Isto nunca devia ter acontecido. Este email nunca devia ter sido enviado, mas ele foi respondendo, eu fui respondendo e as coisas foram escalando", disse o hacker ao coletivo de juízes dirigido por Margarida Alves, que questionou o porquê de continuar a responder: "Queria ver até onde é que ele ia. Foi uma valente estupidez", afirmou o principal arguido do processo, que aproveitou o momento para pedir desculpa ao outro arguido, Aníbal Pinto, o advogado que foi envolvido nesta interação com a Doyen.
Questionado o porquê de ter proposto receber "entre os 500 mil euros e 1 milhão de euros" como contrapartida pelo material de que dispunha, o hacker respondeu que "foi um valor aleatório".
"Foi a quantia que me veio à cabeça naquele dia. Queria ver até onde aquilo ia chegar. Estava a levar aquilo um bocado na brincadeira", disse.
Em depoimento feito já durante a tarde, Rui Pinto, questionado sobre este caso da extorsão, emocionou-se e respondeu: "Lamento".
"Nunca tive a consciência que aquilo poderia constituir um crime de extorsão. Hoje em dia, reconheço que o comportamento que tive pode ser enquadrado num crime de extorsão na forma atentada", afirmou Rui Pinto, admitindo que, a partir de determinada altura, já sabia que estava a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ). "Não estava consciencializado do significado da palavra 'extorsão'", afirmou, causando surpresa nos juízes. "Eu tenho o 12.º ano", justificou, antes de reconhecer que só lhe faltam três cadeiras para acabar a licenciatura.
Coletivo de juízes justifica marcação dessa data com a "não exclusividade de membros do coletivo de juízes", que contam com outros processos de caráter mais urgente.
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