Criador do Football Leaks começou esta segunda-feira a prestar declarações
O criador do Football Leaks começou esta segunda-feira a prestar declarações perante o coletivo de juízes que o está julgar desde 4 de setembro de 2020 no âmbito de um processo no qual responde por um total de 90 crimes.
Rui Pinto está a prestar declarações com máscara por não estar vacinado contra a covid 19.
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"Todo o processo de extradição deixou-me fragilizado. As prisões húngaras são desumanas, os guardas prisionais não me viam com muitos bons olhos pelo caso de Cristiano Ronaldo com a Mayorga, sofri tortura psicológica", disse.
"O Football Leaks foi uma ideia minha. Esta ideia ocorreu não em Budapeste mas sim em Praga com uns amigos.Nós estávamos a falar de futebol sobre o caso de corrupção da FIFA que tinha sido altamente comentado. Falámos também sobre o relatório e contas dos clubes de futebol onde o dinheiro desaparecia. Os meus amigos não levaram a ideia a sério mas depois a ideia foi avançando. Naquela altura, em 2015, nós já tínhamos acesso a alguma informação de forma ilegítima e reparámos que havia práticas duvidosas de alguns fundos de investimento", continuou.
O depoimento de Rui Pinto, no Tribunal Central Criminal de Lisboa, esteve agendado para 13 de maio, mas sendo sucessivamente adiado devido a atrasos na consulta aos discos apreendidos pela Polícia Judiciária, solicitada pela defesa do arguido do processo Football Leaks.
Rui Pinto, de 33 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto de 2020, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.
Coletivo de juízes justifica marcação dessa data com a "não exclusividade de membros do coletivo de juízes", que contam com outros processos de caráter mais urgente.
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