Segunda sessão do julgamento decorreu no Campus de Justiça, em Lisboa
12h54 - A sessão de hoje está encerrada; o julgamento prossegue amanhã de manhã, no Campus de Justiça. Serão ouvidos os advogados de outras instituições também visadas nos acessos ilegais de Rui Pinto.
12h47 - Aníbal Pinto à saída da audiência: "O tribunal tem de acreditar o que dizem os documentos, eu negociei única e exclusivamente um contrato de prestação de serviços para o Rui Pinto. Lamento que o Ministério Público não tenha apresentado toda a prova, a PJ fez escutas que não aparecem no processo. Estou tranquilo, farei questão de vir cá ouvir o Nélio Lucas, o dr Pedro Henriques e um ou noutro inspetor da PJ."
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Rui Pinto queria criar uma offshore para guardar verba angariada com alegada extorsão. "O Rui Pinto não me propôs nenhuma offshore, nem disse que estava a fazer uma offshore. Não aconselhei nem desaconselhei. Os advogados não têm de achar se é normal ou não, têm de achar o que é legal e o que não é legal."
Rui Pinto sabia que estava a ser investigado pela PJ? "Eu só soube que fui emboscado. Se o Rui Pinto sabia ou não, ele é que tem de esclarecer."
"Eu fui enrolado pelo dr Pedro Henriques [advogado da Doyen]. A única coisa que não aceito é que um advogado no exercício da sua profissão possa armadilhar um colega de profissão. Não tenho dúvida nenhuma da minha absolvição. Em Portugal não é proibido ser advogado. Eu só fui constituído arguido quando tiveram a necessidade de manter o Rui Pinto detido".
"O Rui Pinto não me contou tudo, a mim disse que queria ser contratado."
12h45 - A juiza comunicou que o Ministério Público pediu para que a PJ levasse para o tribunal o computador apreendido a Rui Pinto, para verem os emails originais e não as sópias. A procuradora quer que esses documentos da PJ possam ser exibidos no tribunal. Os advogados dos assistentes têm agora 5 dias para se pronunciarem sobre o tema.
12h40 - A advogada do Sporting, Susana Teles, confrontou Aníbal Pinto. Perguntou-lhe sobre o facto de o advogado ter dito a Nélio Lucas que Rui Pinto dinha documentos que podiam ajudar a Doyen a ganhar o processo ao Sporting. "Sim, tenho ideia que no email do Rui Pinto para o Nélio ele dizia que o ia ajudar a ganhar o processo ao Sporting, por isso ainda fez mais sentido ele querer contratá-lo."
A juíza lembrou Aníbal Pinto que nessa altura já se falava no Football Leaks. "Para si era o quê?", perguntou a magistrada. "Não era nada, eu não sabia o que era o Football Leaks.
A juíza insiste: "Mas o seu colega, Pedro Henriques, disse-lhe que queriam contratar o Rui Pinto para fechar o dossier Football Leaks. E o senhor não sabia o que era o Football Leaks?" Aníbal Pinto responde: "Liguei ao Pedro Henriques e disse-lhe que não sabia o que era isso, só estava mandatado para fazer um contrato de prestação de serviços."
11h22 - Aníbal Pinto foi questionado sobre o motivo por que aceitou encontrar-se com Nélio Lucas na bomba de gasolina, na A5, ao que o advogado respondeu que pensou que ia fazer um contrato de prestação de serviços para o seu cliente. Em relação a um email que Rui Pinto lhe teria enviado em inglês, informando-o que Nélio Lucas teria tentado desvendar, através de uma empresa russa, a sua identidade, Aníbal Pinto disse não saber falar inglês. "Apenas falo francês". "Não sei o que estava no email".
O Ministério Público confrontou-o com um email que mostra que quatro dias antes do encontro com a Doyen Rui Pinto já sabia que a PJ estava a investigar o caso. Por que motivo o mandou, então ao encontro? "Isso terá de perguntar ao Rui Pinto", respondeu Aníbal Pinto.
O Ministério Público quis ainda saber por que motivo o encontro com Nélio Lucas não se realizou no Porto. "Isso tem de perguntar à Polícia Judiciária, eles é que montaram o circo, tinham de ter o palhaço", respondeu Aníbal Pinto.
Já a juíza perguntou-se se "acha normal" uma empresa contratar alguém que pede anonimato. "O Rui Pinto pediu-me anonimato para o caso de o contrato não ir em frente. Claro que se ele fosse contratado teria de o assinar."
11h13 - O julgamento está em pausa.
10h54 - A procuradora do Ministério Público, Marta Viegas, confronta Aníbal Pinto com vários emails trocados com Rui Pinto. O pirata informático teria recorrido ao advogado para a elaboração de um contrato de trabalho; a Doyen contrapõe e garante que Rui Pinto queria extorquir dinheiro ao fundo.
10h34 - Aníbal Pinto está a ser inquirido pelo Ministério Público.
10h03 - Começou o julgamento. Rui Pinto entrou na sala às 9h56.
9h31 - Aníbal Pinto chega ao Campus de Justiça. "Mais uma maratona, mas em princípio mais curta. Não tenho dificuldade nenhuma em dizer o que é verdade. Estou absolutamente tranquilo. É evidente que houve uma proposta de trabalho para o Rui Pinto e não uma tentativa de extorsão [da Doyen]. Houve muitos sinais vermelhos, mas houve um sinal verde, que era a existência de um advogado [Nélio Lucas]. Os advogados têm de confirmar nos advogados. E há advogados que não violam a sua conduta."
9h30 - O advogado do pirata informático, Francisco Teixeira da Mota, chegou agora ao tribunal. Diz que o seu cliente tem ainda muitas denúncias a fazer.
9h28 - Rui Pinto já está no interior do tribunal, entrou pela garagem, num carro descaracterizado.
9h23 - Os jornalistas já entraram na sala, mais uma vez sem os telemóveis ou qualquer equipamento informático. A sessão vai começar dentro de instantes.
8h40 - A sessão volta a ser marcada pelas fortes medidas de segurança. É expectável que Rui Pinto, à semelhança do que sucedeu na primeira sessão, envergue um colete anti-bala.
8h30 - Hoje deverá continuar a ser ouvido Aníbal Pinto, advogado, também ele arguido no processo. É acusado de tentativa de extorsão à Doyen.
- Rui Pinto arrolou 45 testemunhas, entre as quais o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho, o treinador do Benfica, Jorge Jesus, a ex-eurodeputada Ana Gomes, o diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, e Edward Snowden, que em 2013 denunciou informações confidenciais e programas ilegais de espionagem dos Estados Unidos.
- O arguido, que também é responsável pelo processo Luanda Leaks, está em liberdade desde 7 de agosto, por decisão da presidente do coletivo de juízes responsável pelo julgamento, Margarida Alves, encontrando-se inserido no programa de proteção de testemunhas, em local não revelado e sob proteção policial.
- Rui Pinto, de 31 anos, assumiu ser o criador do Football Leaks e, sob o pseudónimo 'John', ter divulgado informações que terá obtido de forma ilícita a partir de Budapeste, onde foi detido em 16 de janeiro de 2019.
- Rui Pinto, criador da plataforma eletrónica Football Leaks, através da qual divulgou milhares de documentos confidenciais do mundo do futebol e alegados esquemas de evasão fiscal cometidos em diversos países, é acusado de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda pelos crimes de sabotagem informática à SAD do Sporting e tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, pelos quais começa a responder no Tribunal Central Criminal de Lisboa.
- Bom dia, vamos acompanhar a segunda sessão do julgamento do pirata informático Rui Pinto, que decorre a partir das 9 horas no Campus de Justiça.
Coletivo de juízes justifica marcação dessa data com a "não exclusividade de membros do coletivo de juízes", que contam com outros processos de caráter mais urgente.
Advogada Luísa Teixeira da Mota reforçou a ideia de que o criador do Football Leaks está a responder por crimes pelos quais já foi julgado
Além de ter deixado 'cair' dois dos 241 crimes pelos quais o pirata informático é acusado
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Evento decorre de 8 a 11 de outubro