Mariana Coelho e Bernardo Carvalho estiveram à conversa com Record sobre a Gala das Campeãs
Mariana Coelho, jogadora do Estoril e técnica superior na Câmara Municipal de Cascais, e Bernardo Carvalho, marketing manager na 'Unilever', estiveram à conversa com Record, no âmbito da Gala das Campeãs, sobre a prestação de Portugal no Mundial feminino. Mariana e Bernardo estiveram atentos à campanha portuguesa e acreditam que as jogadoras da Seleção Nacional já são referências para as raparigas mais novas que querem começar a praticar futebol.
Record: Acompanharam a prestação de Portugal no Mundial?
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Mariana Coelho: "Claro que sim. Arrisco-me a dizer que não houve nenhuma jogadora ou ex-jogadora que não tenha acompanhado porque foi um feito histórico. Tivemos um desempenho muito bom, batemo-nos contra seleções que, como eu costumo dizer, estão nestas andanças há muitos anos, têm muita experiência. Já fomos a Europeus e temos vindo a traçar há alguns anos um caminho de evolução, mas foi uma novidade, é o torneio máximo do futebol feminino. Qualquer jogadora gostaria de lá estar".
Bernardo Carvalho: "Confesso que não acompanhei na íntegra, mas fiquei obviamente com muita pena que não tenham sido as vencedoras. É uma estratosfera completamente diferente, as nossas atletas estão todas de parabéns. O que está em causa é a promoção da igualdade no desporto a nível de oportunidades de carreira e de visibilidade. Já tinha ouvido falar de várias jogadoras e estive atento a jogadoras como a Jéssica, a Kika, e a Telma. São nomes mais sonantes aos quais fui estando assim mais atento".
R: Sentiram que a prestação da Seleção teve impacto em Portugal?
MC: "Eu senti. Dou um exemplo muito pequenino. Quando foram para a Nova Zelândia e quando chegaram havia muita gente no aeroporto. Há 7/8 anos seria quase impensável uma seleção feminina ter pessoas à chegada. Foi uma grande festa para as jogadoras, para as suas famílias e para e a Federação. Honestamente acho que tiveram muito impacto porque, além fronteiras, terem conseguido o que elas conseguiram foi realmente fabuloso".
BC: "Sim. Ia acompanhado dentro do possível e quanto mais se falava sobre o tema mais ecoava na minha cabeça a vontade de apoiar e de investir neste grande tema que de facto é um orgulho para todos nós".
R: Acredita que as jogadoras portuguesas já são referências para as meninas que querem jogar futebol?
MC: "Tenho a certeza. Dou o exemplo do Estoril. As meninas mais novas da formação muitas das vezes olham para nós e dizem: ‘É a capitã. É aquela jogadora que marcou 2/3 golos’. Olham para nós como uma referência. Não só para as meninas como para os meninos as referências já são, por exemplo, a Kika e a Jéssica. É uma demonstração de que isto realmente está a mudar. Já não olham para uma jogadora alemã ou para uma espanhola. Hoje em dia é: ‘Viram aquele lance da Kika? A Kika é um espetáculo". Acho que é incrível o caminho que o futebol feminino em Portugal tem traçado".
BC: "Acredito. Eu noto à minha volta que, de forma inata e orgânica, já se começa a falar de futebol feminino. Mas, mais do que isso, também a associação e a referência à jogadora portuguesa já é feita de forma inata. Ou seja, não é só falar para entrar numa conversa para parecermos que somos muito espertos no tema. É mais do que isso. É haver um ponto de referência, haver um conceito e uma perspetiva de oportunidade. Acima de tudo é isto que eu acho que elas vêm representar. Vêm provar ao mundo, ao país e a todos os meninos e meninas de Portugal que isto é possível. Têm o mesmo direito, a mesma capacidade, a mesma inteligência e para as futuras atletas é uma mensagem muito construtiva".
R: Como é que perspetiva o futuro do futebol feminino em Portugal?
MC: "Perspetivo que, não daqui a muito tempo, a Liga BPI seja profissional e isso também vai abrir caminhos diferentes. Vai fazer com que todos os campeonatos também se profissionalizem cada vez mais, o que aumenta os níveis de visibilidade das atletas e também ‘agarra’ mais as pessoas. Acredito que a profissionalização também vai abrir portas para os clubes conseguirem ter mais financiamento para aumentarem a qualidade dos planteis. Isso também faz toda a diferença. Acho também que a seleção vai continuar a estar em grandes competições. Hoje em dia, as meninas veem no futebol feminino uma oportunidade para criar o seu caminho. Quando eu comecei a jogar eu não olhava para o futebol feminino como uma forma de ser profissional. O futuro vai ser risonho".
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