Micael Sequeira, treinador da equipa feminina de futebol do Sporting que disputa esta quarta-feira a 2.ª mão da 2.ª eliminatória da Taça Europa em Malmö, na Suécia, com o Rosengard (as leoas venceram por 3-0 em Alcochete, na 1.ª mão), e não baixa a fasquia: a ambição é vencer a prova.

Tendo ficado à portas da Champions na época passada, eliminado pelo Real Madrid, e esta temporada, afastado pela Roma, o Sporting olha para a nova prova, a Europa Cup, como meio de afirmação europeia e não desdenha mesma a conquista da competição. Disso mesmo deu conta o técnico das leoas: "Sim, era uma afirmação fantástica, mas não é impossível."

"Foi pena não termos conseguido entrar na Champions, mas a UEFA criou esta nova competição que permite a estas equipas que ficaram muito próximas de entrar, que foi o nosso caso, de ganhar experiência a este nível. De facto, esta competição é fantástica nesse sentido. Equipas fortes, que nos permitem ganhar experiência a este nível, que nos permite jogar de três em três dias, que nos permite pensar agora de passar esta fase, para irmos entrar nos quartos para a oitava final, e depois sucessivamente entrar nos quartos, e depois sempre o sonho muito próximo de poder chegar às meias, portanto o objectivo do Sporting é claramente ir o mais longe possível. Não há como negar, em todas as competições. Vai ser difícil? Vai! Mas eu digo sempre isto: impossível nunca é. E o importante é nós acordarmos e virmos para cá para a Academia sempre com esse pensamento de treinar para melhorar e sempre com o sentimento de poder ir o mais longe possível, seja qual for a competição. E se fizermos isso, vamos estar sempre mais próximos de poder evoluir. Agora, não há como negar: vamos ganhar tudo no Sporting? Provavelmente, não vamos. Mas vamos fazer tudo para o conseguir", garantiu.

A fórmula para o conseguir é manter o que foi conseguido na 1.ª mão. "É exatamente isso que nós temos que fazer. Exatamente da mesma maneira como encarámos aqui o primeiro jogo, ou seja, com muita seriedade, muita concentração, ir à procura de corrigir algumas coisas que não estiveram tão bem e portanto a concentração, o foco terá que ser exatamente o mesmo, porque se nós relaxarmos, o erro vai surgir. É a segunda parte, nada está fechado."

Não são esperadas facilidades na Suécia, isso é garantido. "Aquilo que nós estamos à espera de encontrar com o Rosengard, campeão atual da Suécia, é um ambiente difícil, sempre muito difícil, vamos jogar num sintético, o que vai alterar aqui algumas coisas. Uma equipa que em casa está habituada a jogar Champions League constantemente, a fazer vários jogos a esse nível, é uma equipa que já tem esse andamento, é sempre difícil encarar um adversário destes e portanto temos que fazer aquilo que nos compete."

A cadência competitiva implica desgaste, mas aumenta o nível das jogadoras, sustenta Micael Sequeira. "É importante mudarmos a mentalidade e focarmo-nos naquilo que aí vem. Para a Liga BBI, tivemos uma deslocação à Madeira difícil, sempre um campo tradicionalmente difícil, fechámos o jogo, conseguimos ganhar, conseguimos o nosso objetivo e agora passado dois dias já vamos viajar para a Suécia. Isto pode provocar aqui um certo desgaste, mas temos que nos habituar a isto. Deslocações sempre seguidas, competições diferentes. Mas o mais importante é que a competitividade, na minha perspectiva, aumenta. A equipa não está a treinar, mas está a jogar. E como disse já anteriormente, o melhor treino é o jogo e a equipa vai aumentar a sua competitividade entre as jogadoras, vai aumentar a sua qualidade de jogo, aumentando também a performance física, porque jogar constantemente de 3 em 3 dias, as jogadoras vão empolgar fisicamente, porque o melhor treino em termos físicos e técnicos é o jogo, nesse sentido não há desculpa nenhuma. O importante aqui é as jogadoras estarem recuperadas com 72 horas, o que lhes permite encarar o próximo jogo em perfeitas condições e depois entra o lado da gestão, não termos baixas, para termos mais gente e para as opções serem maiores e termos poder gerir as diferentes competições de forma diferente."

Telma de fora, Capeta e Joana Martins de volta

Nesse particular, Micael Sequeira até tem boas notícia. Mesmo continuando com Telma Encarnação, Miri O'Donnell e Andreia Bravo de fora, por lesão, há a registar o regresso aos trabalhos de Ana Capeta, Wellmann e Joana Martins. Resta saber se serão já opção para viajar até à Suécia.

"Muito satisfeito com as mudanças"

Desafiado a pronuciar-se sobre as profundas alterações que o plantel sofreu esta época, com muitas saídas e entradas, o técnico não desarmou. "Se o plantel este ano é mais forte? Espero que se vá tornar mais forte. E mais forte é ganhar. E essas contas vamos fazer no fim. Teoricamente todos os plantéis quando voltam a iniciar uma época pensam que estão a reforçar o plantel para se tornar mais forte. Teoricamente. Mas depois no final é que vamos ver se vamos ser mais fortes. Agora acredito que tudo foi feito com muita ponderação, com muito equilíbrio e todas as opções que nós procurámos acrescentar foram muito pensadas a todos os níveis. Não só em termos técnicos ou táticos, mas também em termos de personalidade, em termos psicológicos, porque queremos aqui um ambiente saudável na Academia, queremos um ambiente positivo, que todas as jogadoras possam crescer dentro de um ambiente positivo e fomos à procura nesse sentido, nas diferentes áreas. O que posso dizer até o momento é que estou muito satisfeito porque estamos a construir uma equipa nova, uma equipa diferente, mas que já está a atingir uma boa qualidade. E isso deixa-nos otimistas em relação ao futuro. Acredito que depois no final vamos todos ter a convicção e a certeza que tudo o que fizemos foi bem feito, mas até lá ainda há um caminho muito longo para percorrer", rematou.