Mónica Jorge não quer confusões: «Pela igualdade, mas diferenciada»

Diretora da FPF para o futebol feminino defende que "fisiológica e emocionalmente são futebóis diferentes"

• Foto: Sérgio Lemos

Mónica Jorge, diretora da FPF para o futebol feminino e ex-selecionadora nacional, desvirtuou os argumentos dos que defendem que só há um futebol, nem masculino, nem feminino. Em intervenção na conferência "A Importância da Academia na Formação e Sucesso dos Treinadores de Futebol em Portugal" realizada esta segunda-feira, na Universidade Lusófona, em Lisboa, ao lado de Nelo Vingada e Rui Vitória, a dirigente que assumiu desde 2012 um papel determinante no desenvolvimento do futebol feminino em Portugal fez questão de vincar as diferenças.

"É preciso compreender que fisologicamente e emocionalmente, são futebóis diferentes. A preparação, o treino, a abordagem, até alguns exercícios são muito específicos. Não imaginam o que é trabalhar com 23 mulheres no balneário. Os rapazes zangam-se, passadas duas, três horas, está tudo bem. Com elas, pode passar uma semana, um mês...", ilustrou a ex-selecionadora nacional, que sintetizou: "Pela igualdade, pela paridade, mas diferenciada. Um treinador ou treinadora de futebol feminino tem de ter um perfil muito específico." 

Responsável pelo sector na FPF desde 2012, quando deixou o comando da Seleção Nacional, explicou o trajeto percorrido. "Tivemos que fazer algumas mudanças e provar que éramos capazes de ganhar, estava enraizada a ideia que nos restava ser goleadas todos os jogos", referiu, enfatizando: "Fundamental, foi ter a humildade de perceber que ninguém sabe tudo e escolher pessoas que são melhores que nós, que dominam melhor outras áreas, para potenciar o grupo, o coletivo. Já fizemos muito, mas ainda estamos a meio caminho."

Por Mário Duarte
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