Ainda invicto na temporada, o Chaves defronta esta sexta-feira o Benfica, no Estádio Municipal Engº Manuel Branco Teixeira, pelas 19h30. No lançamento do encontro, Filipe Martins colocou a responsabilidade do lado dos encarnados, mas garantiu uma equipa ambiciosa e à procura de passar a eliminatória.
"Amanhã será jogo importante para todos É sempre importante para a região também receber um clube com a dimensão do Benfica e para nós acaba-se um teste que nos vai fazer elevar os níveis de intensidade e de competitividade que tivemos até agora contra uma excelente equipa. Temos tudo a ganhar e nada a perder. E é com essa mentalidade que temos de encarar o jogo de amanhã, com a responsabilidade de dignificar este clube e esta região, mas percebendo que a responsabilidade está do lado contrário. A ambição tem de estar do nosso lado, de querer disputar o jogo e de passar a eliminatória. Em relação à ansiedade, se calhar estava mais nervoso na primeira eliminatória com o Paredes, porque a responsabilidade estava do nosso lado", disse o técnico, em conferência de antevisão.
Favoritismo do Benfica: "Para criarmos a surpresa, temos acima de tudo de ser muito competentes. Temos de estar ao nosso máximo, porque só assim é que podemos disputar a eliminatória. A ambição tem de estar bastante presente, não estamos aqui para prestar vassalagem a ninguém. Temos de reconhecer o favoritismo do Benfica, mas isso não quer dizer que nós não tenhamos as mesmas hipóteses do que o adversário. Vai começar 0-0, com 11 para 11. Se nós estivermos no nosso máximo e o Benfica não estiver no seu máximo, as nossas possibilidades podem ir crescendo. Mais do que estarmos a pensar em resultados e em eliminatórias, acho que este jogo pode servir de mote para aquilo que nós temos vindo a fazer, que é evoluir cada vez mais."
Jogo como mote para o futuro: "Se quisermos pensar um bocadinho mais a longo prazo, queremos sentir isto para o ano, pelo menos três vezes durante a época. Jogar contra os três grandes, contra o Braga, contra esses clubes que têm essa dimensão. Queremos estar no patamar mais alto que pudermos estar e a tal pressão existe para todo lado. Seguramente o Benfica também a tem todas as semanas, tal como nós. Todos os jogos do campeonato vivemos com essa pressão, portanto isso faz parte de um processo natural que nós temos de desfrutar e temos de dignificar o clube que representamos e na região que representamos. Essa é a nossa obrigação e, no final, se conseguimos fazer uma surpresa, melhor ainda."
De que forma é que o Chaves pode causar problemas? "Nós tentamos ter o pacote completo e temos de ser realistas. Esperamos um Benfica que vai ter mais posse, que se vai instalar dentro do nosso meio-campo na maior parte do jogo. Se queremos ter uma palavra a dizer nesta eliminatória, temos de valorizar os momentos em que vamos ter bola. Não pensar em defender apenas e que que vai ser esse o caminho para discutir a eliminatória. Acho que temos de ter muita personalidade quando tivermos bola, tentar ferir no contra-ataque, até porque o Benfica mete muita gente à frente da linha da bola, tentar defender bem, porque vai passar muito por aí. foi isso que trabalhámos durante esta semana. Mais direcionados, como é óbvio, para a organização defensiva e transições ofensivas, mas esta equipa já deu mostras que sabe ter bola. O Benfica vai assumir muito as rédeas do jogo e nós temos também de saber sofrer quando não tivermos bola, mas também de saber ser muito personalizados no momento de a recuperarmos e de a mantermos."
Momento do Benfica: "Num clube com o mediatismo do Benfica, tudo o que não seja sempre ganhar, acaba sempre por criar algum alvoroço, mas não temos de estar muito preocupados com isso, até porque eu não acredito que vamos encontrar aqui um Benfica fragilizado. É um Benfica que mudou treinador há pouco tempo e todos os treinadores precisam de tempo para impor as suas ideias. O Benfica está numa fase de transição e seguramente que o Mister José Mourinho gostaria de ter tido mais tempo para trabalhar, até pelos muitos jogadores que teve nas seleções. Se estivermos à espera que seja o Benfica a dar-nos de eliminatória, estamos muito enganados. Temos amanhã que ser muito competentes, roçar a perfeição, e depois também esperar que o Benfica esteja um pouco desinspirado, porque claramente, a nível individual e coletivo, tem mais argumentos do que nós."
Invencibilidade: "Óbvio que queremos prolongá-la o mais tempo possível, mas o nosso foco, mais do que estarmos a falar de invencibilidades, é chegar ao final do campeonato e atingir aquilo que é o objetivo principal, que é a subida de divisão. Se conseguirmos juntar a isso também uma caminhada bonita e uma eliminação inédita do Benfica amanhã, é porque fomos competentes, e não porque o Benfica esteja num momento menos forte, neste caso."
Vozinha: "Toda a gente festejou bastante e toda a gente esteve ligada ao ecrã na altura do jogo. Toda a gente recebeu o Vozinha em clima de festa. Foi bom, porque também valoriza o nome do Chaves, valoriza os jogadores, mas também nos aproxima da vontade de querer meter o máximo de jogadores possíveis nas suas seleções, porque que é sinal também que o trabalho está a ser bem feito."
Mudanças: "Amanhã também vamos fazer algumas alterações, porque acreditamos naquilo que é a competitividade do plantel, porque também o merecem e trabalho para isso. Podemos rodar alguns jogadores, não desvirtuando aquilo que é a competitividade do jogo e a responsabilidade do jogo."
Por Paulo Silva Reis