Técnico do Felgueiras pretende continuar o seu percurso em ascensão no futebol português
A cumprir a sua quarta época no Felgueiras, Agostinho Bento foi o protagonista da mais recente edição da rubrica 'Homem do Leme' da Liga Portugal e não escondeu a sua paixão pelo emblema duriense que ajudou a recolocar nas ligas profissionais.
"Sinto muito orgulho nisso. Não sou vaidoso, sou simples, mas gosto de ser reconhecido. Estou blindado às críticas destrutivas e também não me empolgo com as construtivas. Só tive três clubes em 15 anos e sou acarinhado em todos. Espero continuar na história do clube por ter ajudado a devolver o clube às ligas profissionais. Espero subir novamente, mas sei que é difícil. No mínimo, pretendo não devolver o clube às ligas não profissionais. Dou a minha vida pelo Felgueiras", disse o técnico, de 55 anos, que mantém intacta a ambição de chegar ainda mais longe na carreira.
"Cheguei, como jogador, à 1.ª divisão sem a ajuda de ninguém, superando todos os desafios. Cheguei ao futebol profissional como treinador sem a ajuda de ninguém. O meu grande objetivo, neste momento, não é chegar à Champions, mas sim chegar à 1ª Liga como treinador. O meu percurso foi sempre feito de pequenos desafios", contou, acrescentando: "Gosto muito do Felgueiras e gostava de subir com o Felgueiras, mas se não subir gostava se chegar à 1ª Liga e o meu desafio é esse. Quero muito fazê-lo com o Felgueiras. A minha vida tem sido de desafios e lutas constantes, nunca ninguém me deu nada."
Admitindo sentir a necessidade de controlar todos os aspetos do treino, Agostinho Bento não esconde a dificuldade para se desligar. "Gosto de controlar tudo, não por falta de confiança na minha equipa técnica, mas porque tudo o que me foge do controlo deixa-me nervoso e ansioso. Não gosto que isso aconteça, porque não quero ser surpreendido com nada", revelou.
"Já não são um jovem. Quando comecei a minha carreira como treinador pensei que com o passar do tempo fosse viver o futebol menos intensamente, relativizar mais as derrotas e ficar mais satisfeito com as vitórias. Não é isso que acontece. Continua a custar-me muito ser derrotado e nas vitórias, após entrar no autocarro, já estou a pensar no próximo jogo. Quando perco, sinto que acabo por ser um mau marido e um mau pai e quando ganho sou melhor marido e melhor pai. Não queria que fosse assim, mas não consigo ser de outra forma. No dia em que não for assim, está no momento de deixar o futebol. Infelizmente, porque acho que me faz mal, não consigo desligar."
Já no momento de descrever as suas equipas, o treinador, que em mais de 15 anos de carreira só orientou três clubes, não teve dúvidas. "As minhas equipas são a minha imagem. Têm coragem, sem prestar vassalagem a ninguém e sendo o mais humildes possível. Sou uma pessoa de afetos, sofro muito e sou chorão e as minhas equipas são emotivas, agressivas, relativamente simples no processo e competitivas. As minhas equipas são simples, parecem fáceis de travar, mas não são, tal como eu", frisou, lembrando um dos momentos que mais o marcou na sua carreira.
"Quando subi à 2.ª Liga com o Fafe, tive um enfarte e estive quase a morrer. Fiquei muito mal. Fiz um cateterismo, estive dez dias no hospital, fui para casa e 15 dias depois tinha de fazer outro. Na altura, o Fafe não me despediu, manteve a confiança em mim, não tinha a equipa técnica que tenho agora, eramos três ou quatro elementos. Lembro-que o médico me mandou para casa e que estava proibido de ir ao futebol, mas assim que saí a primeira coisa que fiz foi ir ao campo e quando cheguei tinha lá uma tarja de apoio e foi nesse dia que tive o momento que mais me marcou. Sou um doente de risco, o meu cardiologista já me disse que não é a profissão ideal, mas sem o futebol não sou ninguém", realçou.
Além do Felgueiras, Agostinho Bento, que como jogador chegou ao principal escalão do futebol português, orientou o Fafe e o São Martinho.
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