José Cristo lidera o Mafra há mais de 30 anos e faz tudo pelo clube. O sonho é chegar à 1.ª Liga
O pai de Antonino, Adolfo Florindo, era tão alto que na pequena aldeia de Tenha, entre Vila Real e Peso da Régua, era conhecido como o Cristo Rei. Tinha 2,04m! A madrinha de Antonino embirrou que o afilhado tinha de se chamar José, mas a mãe não foi em cantigas. Ainda assim o nome pegou. É por isso que Antonino Florindo, presidente do Mafra, ficou para sempre conhecido como José Cristo. "Só soube que me chamava Antonino quando fui para a escola. Até lá pensava que me chamava José Cristo."
O carismático dirigente do clube do distrito de Lisboa de 60 anos está há mais de 30 ao serviço do emblema da cidade cujo convento serviu de inspiração a uma das mais famosas obras de José Saramago. Chegou com 18 anos a Mafra e já na casa dos 20 assumiu a presidência do clube, depois de o patrocinar através do seu stand de automóveis.
Se o Barcelona usa o leme "mais do que um clube", é justo dizer que José Cristo é mais do que um presidente. "É a minha paixão. Se for preciso corto a relva, lavo os balneários e conduzo o autocarro. Agora já não é preciso porque nos tornámos profissionais e temos uma estrutura ideal para andar nestes campeonatos profissionais. Mas posso-lhe garantir que fui quem colocou as cadeiras que estão ali na bancada. Este poste de iluminação atrás de si fui eu quem o endireitou porque ele caiu. Isto para mim é normal. Mas faço tudo com gosto e nunca contrariado", assume.
A evolução do Mafra é notável. Quando José Cristo ali chegou, o clube andava como um elevador cima e baixo entre os distritais de Lisboa e a II Divisão B, hoje Campeonato de Portugal. Agora encontra-se estável na 2ª Liga e com legítimas ambições à promoção, depois do 4º lugar na época 2019/20.
Livro de memórias
"Crescemos muito desde então. Hoje somos um clube respeitado. Antes viam-nos como o ‘Mafrinha’, agora somos o Mafra. A própria Liga, Federação e Associação de Futebol de Lisboa já nos vêem com outros olhos. Hoje temos aqui meninos que dizem que são do Mafra e não de Benfica, Sporting ou FC Porto. Isso é um grande orgulho!". Há cinco épocas seguidas na 2ª Liga, o dirigente quer ir atrás do sonho: "Não vai demorar muito até ver o Mafra na 1ª Liga!".
José Cristo passa grande parte dos dias ao serviço do Mafra. As empresas passaram para segundo plano, depois do crescimento exponencial do clube nos últimos anos. Mas tudo tem um preço.
"Neste momento o Mafra já está à frente das minhas empresas. Venho aqui todos os dias e estou sempre ao serviço do clube. Se eu contasse coisas que já fiz pelo Mafra ninguém acreditava. Foram casamentos que se estragaram. Numa altura certa falo disso. Quando deixar este clube vou escrever um livro."
O Jamor ficou ali tão perto
Na época passada, o Mafra fez furor ao chegar às meias-finais da Taça de Portugal, deixando para trás equipas de primeira divisão como o Moreirense e Portimonense. Caíram frente ao Tondela, naquele que foi o momento mais alto desde que José Cristo assumiu a presidência.
"Foi aqui no Campo Dr. Mário Silveira que eliminámos o V. Guimarães há muitos anos. Na altura era o Norton Matos o treinador. Perdemos 4-3 em Alvalade, mas a chegada às meias-finais foi o ponto mais alto do clube. Depois de chegar a Tondela tínhamos o objetivo de chegar à final. Tínhamos eliminado Portimonense e Moreirense e o Tondela era, na teoria, uma equipa mais fácil", diz.
‘Costela’ portista gerou polémica
É sem problemas que José Cristo admite que tem uma "costela" do FC Porto. Quando verificou que o Mafra irá jogar no Dragão para a Taça da Liga, o dirigente admitiu que tinha ficado contente com o sorteio por simpatizar com os azuis e brancos. Mas isso não caiu bem a alguns.
"Eu tenho uma costela do Porto e isso gerou aí alguma polémica em algumas pessoas de má-fé. Eu estou a falar do Mafra e arrepio-me todo. É o meu clube, mas não tenho culpa de ter uma costela do Porto que já vem de família. Fiquei triste quando li que o Mafra ia facilitar, como se nós tivéssemos obrigação de ir ganhar ao Dragão."
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