Nuno Braga foi este sábado apresentado como treinador do P. Ferreira até ao final da época, com o objetivo de conduzir a equipa para os lugares tranquilos da classificação. Nas primeiras palavras, o técnico mostrou-se orgulhoso pela oportunidade e garantiu que tudo vai fazer para colocar a equipa a jogar “à Paços”. 

“O P. Ferreira é um clube histórico que está a dar-me uma oportunidade única. Quero valorizar ativos, apresentar um futebol atrativo, e um jogo de futebol que faz com que as pessoas se sintam representadas. É essa a nossa maior ambição: fazer com que os adeptos se sintam representados. Há um grande orgulho em estar nesta casa.” 

Sobre o estado anímico dos jogadores: “Não vou falar sobre o estado anímico dos jogadores antes de eu ter chegado, não estava cá para saber. Tenho ideias diferentes do Filipe Cândido, como terão vários treinadores. Todos têm ideias diferentes, não é por isso que deixam de ter sucesso. Pretendemos resgatar alguns dos valores do Paços, em termos de ambição, coragem, tornar as equipas desconfortáveis a jogar contra nós. É esse o nosso principal objetivo. O Nuno, em dois treinos, não vai mudar tudo. É um objetivo puxar a equipa mais para a frente.” 

Sistema tática adotado: “Não posso abrir o livro. Vamos ter surpresas ao longo do campeonato naquilo que vão perceber. Conhecia bem a equipa, conheço bem o Paços. Como futebol 24 horas por dia. Conheço muito bem o Paços, muito bem outras equipas da 2.ª Liga. Vejo jogos de todas as divisões. Qualquer treinador que esteja numa posição como a minha, de querer ter ambição, estar à procura da oportunidade, tem de fazer este trabalho de casa. Para mim é uma felicidade, porque junto o que gosto ao que faço. Em relação às dinâmicas, vamos esperar para ver. Serão surpresas que deixarão as pessoas a questionar.” 

Qualidade do plantel: “Acredito que esta equipa tem qualidade para muitos mais pontos. Os pontos da equipa não condizem com o número de oportunidades que cria. Acredito muito neste grupo de jogadores, tem qualidade, pode alcançar os objetivos e superá-los.” 

Jogo com o Lus. Lourosa: “Tem uma equipa muito interessante, em termos individuais, tem feito um trabalho fantástico, em que muitos jogadores vêm da temporada passada e subiram. Tem um futebol bastante agradável. Olhávamos há três semanas e o Lourosa estava em baixo, agora está a meio da tabela e pode saltar com facilidade para cima. Acredito que também podemos dar esse salto. O Lus. Lourosa tem argumentos fortes. Já vi vários jogos deles. Quando soube da possibilidade de vir para o Paços, não só trabalhei na minha vinda como comecei a trabalhar no Lus. Lourosa para ver coisas deles. Temos de nos prevenir para fazer tudo de repente em apenas dois dias. Ontem saímos de Paços à meia-noite e meia porque é muita coisa para se fazer em tão pouco tempo.” 

Sobre a massa adepta: “Prometo uma equipa que vai representar os pacenses. Tenho a certeza que vai representar o que é o adepto do Paços: uma equipa agressiva, que não dá nenhum jogo como perdido e que percebe que, quando está a ganhar 1-0, não tem de se meter atrás. É isso que vou prometer. E depois, naturalmente, uma equipa que ganha faz com que os adeptos acreditem mais. Queremos alimentar a crença dos adeptos, por isso queremos ganhar sempre.” 

Rui Abreu: "Entrevistámos cinco treinadores"

O presidente do P. Ferreira justificou a aposta em Nuno Braga para assumir o plantel, adiantando que havia várias possibilidades em cima da mesa. 

“O Nuno Braga teve de suportar uma longa entrevista de emprego. Não reunimos apenas com ele, entrevistámos cinco treinadores. Depois da avaliação que fizemos, das conversas que tivemos, entendemos que era a pessoa certa para o momento que o clube atravessa. É alguém que nos vai ajudar a devolver a coragem, a ter uma equipa aguerrida e voltar um Paços que joga à Paços. É nesse sentido que hoje estamos aqui para dar as boas-vindas. Que este possa ser um bom passo na sua carreira, porque o sucesso dele será o sucesso do Paços de Ferreira.” 

Características do novo treinador: “No dia em que falámos com diferentes treinadores, percebemos que têm abordagens diferentes. Quisemos trazer uma ideia de jogo nova, diferente, um treinador que demonstrasse muita ambição. Queríamos um perfil de treinador jovem, que se quisesse lançar no futebol profissional, que sentíssemos que seria capaz de abraçar, sem qualquer tipo de problemas, o Paços. Falámos com treinadores com mais ou menos experiência e, quando medimos os prós e os contras, entendemos que o Nuno seria a escolha mais adequada. Traz o que nós pretendemos: um sistema diferente, ambição diferente. Mudar para igual não fazia sentido.”