O polémico atraso no início do FCPorto-Marítimo deverá justificar a abertura de um processo disciplinar, que pode ser instaurado diretamente pelo Conselho de Disciplina (CD) da FPF (secção profissional) ou remetido por este para a Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga que, por indicação do CD, procederá à averiguação da matéria de prova.

Fonte oficial da Liga, contactada por Record, confirmou que os delegados do organismo em serviço no Estádio do Dragão (Fernando Araújo e Miguel Oliveira) “foram buscar a equipa que estava atrasada, no caso o FCPorto, pois o Marítimo chegou ao campo à hora combinada”.

Face a estas declarações, não sobram dúvidas que o atraso está mencionado no relatório de ocorrências pelo que a instauração de processo disciplinar é inevitável.

Neste sentido, a mesma fonte assinala que tal atraso “pode configurar uma situação sem dolo ou uma intenção deliberada”.

No ponto 2 do artigo 116 do Regulamento Disciplinar da Liga é referido que se o atraso for praticado “dolosamente com a intenção de causar prejuízos a terceiros, serão os clubes punidos com a sanção de derrota e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 25 UC e o máximo de 50 UC”.

No caso de se tratar de mera negligência sem intenção de colher benefício, será apenas aplicada a multa.

No entanto, será também necessário apurar se este artigo se pode aplicar à competição em causa, neste caso a Taça da Liga. À partida sim, pois o ponto 1 do artigo que sanciona “os clubes cujas equipas impeçam o árbitro de dar início à hora marcada”, remete para “as duas últimas jornadas de uma competição a disputar por pontos.”

Entretanto, a direção da Liga recusa “qualquer responsabilidade no atraso do jogo” e admite mesmo “participar ao Ministério Público, caso se adensem suspeitas sobre o caso”.