Benfica, Sporting e FC Porto unidos contra a pirotecnia que custa milhares de euros

Presidentes dos três grandes, juntamente com o Sp. Braga e V. Guimarães, encetaram contactos com várias entidades para resolver o problema

• Foto: Luís Manuel Neves

O mau comportamento reincidente por parte dos adeptos custa milhares de euros em multas aos cofres dos três grandes, sendo uma constante nos mapas semanais de castigos divulgados pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, sanções entre os 5 e os 10 mil euros para Benfica, Sporting e FC Porto devido à utilização de pirotecnia durante os jogos da Liga Betclic. 

No sentido de minimizar essa despesa avultada e quase fixa dada a frequência com que surge a fatura - desde o início da temporada os clubes que competem nos escalões profissionais já foram multados em mais de meio milhão de euros -, os presidentes dos três denominados grandes estão em sintonia no sentido de encontrar uma solução para este problema. Rui Costa, Frederico Varandas e André Villas-Boas têm conversado sobre o assunto e já alargaram a discussão aos responsáveis do V. Guimarães e Sp. Braga, clubes que também se debatem com problemas causados pelos adeptos no decorrer dos jogos.

Unidos, os principais emblemas da Liga Betclic formaram um movimento de forma a debater esta questão dos incidentes com artefactos pirotécnicos nos estádios com as entidades competentes envolvidas no fenómeno desportivo. Por isso, já decorreram e estão agendadas mais reuniões com o Governo, com a Polícia de Segurança Pública e com a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto. Na qualidade de entidade organizadora dos campeonatos profissionais em Portugal, a Liga também está envolvida nesta discussão com os clubes. O mesmo sucede com a Federação Portuguesa de Futebol, organizadora da Taça de Portugal onde também se têm registado problemas com a utilização de pirotecnia por parte dos adeptos.

Em janeiro de 2023, o Governo liderado por António Costa aprovou em Conselho de Ministros o novo Regime Jurídico dos Explosivos e Substâncias Perigosas (RJESP), que passou a criminalizar a posse de explosivos, artigos ou engenhos pirotécnicos em recintos desportivos e em outros locais proibidos. Segundo a proposta do Ministério da Administração Interna (MAI), estabeleceu-se uma pena de prisão até cinco anos ou uma pena de multa até 600 dias para quem "incorra no transporte, detenção, uso, distribuição ou posse de explosivos, engenhos explosivos improvisados ou artigos de pirotecnia, em recintos desportivos, locais de concentrações de adeptos e onde decorram celebrações de êxitos desportivos".

Além disso, passou também a ser crime usar engenhos explosivos "em locais destinados ao treino e à prática desportiva e em instalações de clubes e sociedades desportivas". Mais de dois anos depois, o rebentamento de petardos e a deflagração de potes de fumo e verylights continua a ser uma constante nas bancadas dos principais estádios portugueses, o que também já originou castigos pesados da UEFA ao Benfica e Sporting, que já se viram impedidos de contar com o apoio dos adeptos em jogos fora das competições europeias. Cansados de pagar milhares de euros pelas infrações cometidas pelos adeptos, Rui Costa, Frederico Varandas e André Villas-Boas arregaçaram as mangas e encetaram contactos no sentido de resolver a questão de uma vez por todas. Só o tempo dirá se serão bem sucedidos.

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