ERA um verdadeiro desconhecido com passagens discretas pelas divisões secundárias (Feirense e Vila Real), depois de ter começado a carreira na U. Leiria, onde nunca chegou a jogar ao mais alto nível. Paulo Jorge, de seu nome, ganha fama como a equipa que representa, um Gil Vicente que é a grande revelação da temporada. Vai na segunda época ao serviço dos gilistas, sendo que só fez sete jogos na campanha que ditou a subida, mas agora é um dos totalistas (Casquilha também fez todos os jogos) do plantel e logo na época de estreia na I Liga. Da surpresa à confirmação foi um ligeiro passo e até o próprio guarda-redes, aos 29 anos, reconhece estar a viver um “lindo sonho”:
“Surgiu a grande oportunidade da minha carreira. Estou a atingir um sonho muito antigo. As coisas estão a correr muito bem e só espero que continuem assim. Por um lado acaba por ser uma surpresa. Eu, Paulo Jorge, que não era conhecido em lado nenhum, estar assim a ser tão regular na equipa... Pronto, agora já devo ser mais conhecido. Aí está, há muito que trabalho para ter esta sorte. Este ano surgiu a oportunidade que soube agarrar com unhas e dentes, como se costuma dizer.”
Como se nota, nem o próprio Paulo Jorge, que agora já é conhecido, podia adivinhar um tão risonho início de época. Durante o defeso, ninguém previa que a baliza do Gil Vicente pudesse ser entregue de forma tão regular ao que se supunha ser o terceiro guarda-redes do plantel. Peter Rufai, um internacional nigeriano de créditos firmados que vinha do futebol espanhol, e Paulo Lopes, guarda-redes jovem do Benfica mas já com larga experiência ao serviço das selecções, eram concorrentes de respeito. Mas como foi então possível passar de terceiro a primeiro?
Paulo Jorge não encontra uma explicação lógica, mas “agarra-se” ao velho epíteto de “saber agarrar as oportunidades”. Nem ele pensava estar agora nesta posição de intocável: “No início, sabia que seria muito complicado. É lógico que tinha a firme esperança de poder ganhar o meu espaço na equipa.
Limitei-me a ser igual a mim próprio e nunca virei a cara ao trabalho. Surgiu a oportunidade e cá estou. A verdade é que as coisas começaram a correr muito bem também à equipa e isso ajudou bastante para a minha afirmação. Agora é só olhar em frente.”
No reconhecimento que a carreira da própria equipa ajudou bastante à sua revelação, segue-se a explicação de uma campanha que não parece ter segredos. Em Barcelos, mora um conjunto de jogadores de ambição desmedida:
“Esta equipa não vira a cara à luta. É uma equipa aguerrida que corre os noventa minutos. Tem muitos jogadores que não eram conhecidos e que querem agarrar esta oportunidade para chegar ao topo. No fundo, esta é uma equipa de ’montra’, pois há muitos jovens de grande valor que querem dar o salto.
É certo que o Gil Vicente já é uma equipa com tradições ao mais alto nível, mas a maior parte do pessoal novo quer naturalmente chegar muito mais longe.”
O «DEDO» DO TREINADOR
Perante um início de época tão brilhante, haverá a possibilidade de excessos de confiança no seio do plantel do Gil Vicente?
Paulo Jorge acredita que não: “Espero bem que isso não venha a acontecer. O ’mister’ tem alertado para esse aspecto e há que ter atenção à vaidade. Ele continua a salientar que temos de continuar a ser humildes, aconteça o que acontecer. Estamos conscientes disso. As coisas estão a correr bem, mas resta-nos aproveitar esta onda para fazermos o maior número de pontos possíveis e estarmos mais tranquilos na parte final da época.”
Há também o inquestionável “dedo do treinador” em campanha tão profícua a surpreender até os gilistas mais ferrenhos. Álvaro Magalhães construiu uma equipa à sua imagem, como salienta Paulo Jorge: “Por todos os clubes por onde passou, foi habituado a ganhar e é essa mística que ele nos tem incutido. A garra dele tem sido transmitida para a equipa. Dá-nos muita força interior para encarar todos os jogos com a firme vontade de vencer. É evidente que o treinador tem muita responsabilidade na carreira que a equipa está a atravessar.”
Segue-se o Rio Ave como próximo adversário e com um treinador na “corda bamba”. Paulo Jorge vê nesse peculiar aspecto um factor para um aumento significativo das dificuldades: “Vamos lá para ganhar, mas eles vão dar tudo para salvar o seu técnico. Resta-nos entrar com a mesma confiança e humildade para tentar nova vitória.”
QUEM É QUEM
Nome: PAULO JORGE Carreira Nunes
Data de nascimento: 16 de Junho de 1970
Naturalidade: Angola
Altura: 1,75 m
Peso: 77 kg
Equipas representadas: U. Leiria (4 épocas); Fafe (1 época); Feirense (2 épocas); Vila Real (3 épocas) e Gil Vicente (2.ª época)
Principais resultados: Campeão da II Divisão de Honra na época 98/99
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