Ordenados em atraso ajudam a fazer crescer a fraude, diz Joaquim Evangelista
Os manipuladores conseguem entrar em todas as competições. Desde as mais ricas (inglesas), às que praticam salários mais baixos (portuguesas). O presidente do Sindicato de Jogadores, Joaquim Evangelista, disse a Record que há “fenómenos identificados em Portugal” e que alguns “já foram encaminhados pela Liga de Clubes para as autoridades competentes”. Uma dessas suspeitas está relacionada com três jogos da 2.ª Liga, na época passada, que envolveram a Oliveirense. A Federbet, organização que monitoriza a atividade das casas de apostas, registou “movimentações estranhas” nesses três encontros que a Oliveirense perdeu. Os jogos de pré-temporada do Atlético também estão a ser investigados por match-fixing, num esquema que envolve a empresa chinesa que detém 70% da SAD, bem como alguns atletas. Nos jogos de preparação, alvos de apostas online, o Atlético utilizou cerca de 40 jogadores, mas alguns permaneceram na equipa menos de 24 horas.
Joaquim Evangelista defende que este problema podia ter sido evitado com mais investigação: “Na última assembleia geral da Federação, apresentámos uma proposta que passava pela necessidade de se identificarem os investidores estrangeiros. O crime organizado procura instalar-se nos clubes para poder manipular resultados. É nossa obrigação saber quem é quem no futebol português.”
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Evangelista lembra ainda que Portugal reúne muitas condições para “o aparecimento do match-fixing” por causa dos ordenados em atraso e garante existirem “situações de risco”, precisamente por causa do incumprimento salarial. “O fenómeno é global e não podemos pensar que não chega cá.”
O caso alemão
As receitas astronómicas são o motor do arranjo de resultados e a principal motivação de homens como Dan Tan ou os irmãos Sapina. Esta aliança conseguiu forjar largas centenas de jogos, atingindo quase todas as competições: Champions, qualificações para os Mundiais de 2010 e 2014 e divisões secundárias. O tribunal de Bochum, na Alemanha, conclui que só em 2009 o grupo pagou subornos na ordem dos 2 milhões de euros e teve lucros superiores a 8 milhões, livres de impostos, apenas com jogos germânicos.
Em fevereiro de 2013, a Europol desmantelou a rede de Dan Tan e revelou que o cartel de Singapura conseguiu adulterar o desfecho de mais de 680 partidas – 380 na Europa e 300 em África, Ásia e América Central e do Sul. Foram identificados 425 oficiais (árbitros, dirigentes, membros das organizações futebolísticas), jogadores e outros suspeitos em 15 países. Ao todo, 50 pessoas acabaram detidas. A operação foi um sucesso, mas a luta contra o match-fixing ainda agora começou.
Num congresso da FIFA, realizado em 2013, o chefe de segurança do organismo, Ralf Mutschke, admitiu que era impossível acabar totalmente com a manipulação de resultados. “Sempre houve corrupção no desporto e sempre haverá.” Antes do último Mundial, sublinhou que a competição podia estar em risco: “Temos de assumir que o crime organizado está a tentar manipular jogos do Mundial. Neste evento há um volume maior de apostas e maiores ganhos que podem ser alcançados.” Mutschke colocou mesmo a hipótese de cancelar jogos do Mundial, em caso de suspeitas fortes, algo que não chegou a acontecer, embora as seleções de Camarões e Gana, que fez parte do grupo de Portugal, estejam sob investigação por suspeitas de match-fixing no Brasil.
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