O SALGUEIROS já há muito que conquistou o estatuto de equipa de I Divisão. Para o comprovar está aí a temporada 1999/2000, que é a 10ª época consecutiva do clube no principal escalão do futebol português.
No entanto, o dia-a-dia é, como em casa de muitas famílias portuguesas, bastante complicado. A necessidade de realizar dinheiro todos os anos é imperiosa para equilibrar as finanças e dar estabilidade ao clube para preparar da melhor forma o campeonato do ano seguinte.
Por isso, a tradição de descobrir talentos começa a ser típico do conjunto de Paranhos. Sá Pinto, Edmilson e Deco são três simples amostras de um grande conjunto de vendas, como são os casos dos Luises para o Boavista, Nandinho e Luís Carlos para o Benfica e Renato e Leão para o Sporting.
Todos os anos os jogadores do Salgueiros que mais deram nas vistas e aqueles que melhor potencial apresentam têm sido imediatamente vendidos. Uma política que pode ser questionada a nível competitivo, mas que tem rendido grandes frutos a nível financeiro.
O risco da descida começa a ser desvalorizado, mas o certo é que o Salgueiros arrisca cada vez mais. Dito tomou posse do comando da equipa ainda com alguns valores em prova, mas logo viu sair Renato, Luís Carlos e Leão, além de perder dois elementos fulcrais nos objectivos de qualquer clube: os goleadores.
Nandinho e Artur Jorge Vicente marcaram 25 golos em 97/98, ou seja, mais de 50 por cento dos tentos averbados pelo Salgueiros.
Perante a perda de uma estrutura sólida, teve de recorrer a escalões secundários para manter as mesmas aspirações.
Apesar de uma primeira volta excelente, a melhor de sempre, Dito teve de enfrentar uma ”travessia no deserto” de quatro meses sem ganhar um jogo.
Mesmo assim, Celso, João Pedro e Fernando Almeida conseguiram marcar metade dos 45 golos obtidos no total.
O ano passado não rendeu muito, apenas Deco, mas há que continuar a produzir. Celso saiu, acompanhado de algumas dispensas de elementos que não se conseguiram impor e fornecer ao clube perspectivas de venda.
Agora, a responsabilidade recai sobre Edu, Paquito e um novo grupo de jogadores com potencial prometedor.
TONINHO E CARLOS PINTO NÃO CONSEGUIRAM IMPOR-SE
APESAR da maioria das apostas do Salgueiros ter um seguimento positivo, o certo é que também tem havido investimentos que não se concretizam, mas sempre sem grande prejuízo.
Há duas temporadas foi o caso dos brasileiros Lino e Adilson. Jogadores que nunca conseguiram o estatuto de titular e, como eram estrangeiros, rapidamente foram ”despachados”.
O ano passado Dito deu o seu aval para a contratação de três brasileiros e outros tantos portugueses com a esperança de encontrar uma mais-valia.
Ademir justificou plenamente a aposta, mas o Salgueiros deixou ir embora Celso, que foi o melhor marcador da equipa.
Toninho Cruz e Nelson cumpriram sem deslumbrar, enquanto Schuster e Carlos Ferreira ainda não confirmaram a confiança depositada.
Ainda antes do final do campeonato o brasileiro Toninho foi ”emprestado” por nunca se ter adaptado e foi a principal desilusão deste ano, acompanhado de Carlos Pinto, que também não conseguiu a confiança de Dito.
OS ÚLTIMOS GOLEADORES
Nandinho - O VELOZ extremo foi recrutado a uma equipa de escalões secundários, Castelo da Maia, e rapidamente conseguiu impor-se no seio do conjunto através das suas deambulações pela linha. O ano passado foi o segundo melhor marcador do conjunto (12 golos) e logo começou a ser cobiçado por diversos clubes. Acabou por ser vendido ao Benfica.
Artur J. Vicente - INGRESSOU no Salgueiros a título de empréstimo do Sporting e foi decisivo na equipa, principalmente devido à sua velocidade no contra-ataque.
Marcou 13 golos e a casa mãe logo o chamou. Não deu retorno ao Salgueiros devido à sua condição, mas certamente seria vendido se o seu passe pertencesse ao clube de Paranhos.
Celso - FOI a principal aposta na temporada passada. Vinha credenciado como um ponta-de-lança à antiga e começou a prova a demonstrá-lo. Discutiu taco a taco o primeiro lugar nos melhores marcadores logo nas primeiras jornadas, mas depois não esteve à altura da equipa (10 golos) e Dito, com quem teve divergências, não deu o aval para a sua continuidade.
João Pedro - MAIS uma descoberta de Paranhos. Era um desconhecido quando o clube o foi buscar ao Ribeirão e demorou a impor-se na primeira equipa. De forma natural, foi ganhando evidência, assumindo-se como o substituto de Nandinho. Marcou 7 tentos, tem uma enorme margem de progressão e poderá ser mais um vendável.
Fernando Almeida - O brasileiro mais português de que há memória em Paranhos. É já uma referência do clube, com quem esteve quase a terminar a sua ligação. A renovação do contrato, todavia, provou que continua a ser uma aposta, no seguimento de uma época bem mais regular (5 golos) que a anterior, depois de resolvidos alguns problemas particulares.
PEDRO MALACÓ
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