Trio protagonizou um dos painéis do segundo dia do Portugal Football Summit
Os treinadores Carlos Carvalhal, Rui Vitória e José Peseiro, todos sem clube nesta 'altura do campeonato'. abordaram esta sexta-feira, num dos painéis do Portugal Football Summit, as diferentes realidades que encontraram nas respetivas experiências no estrangeiro.
Carvalhal abriu as hostilidades, dando conta das passagens pela Turquia e por Inglaterra. "Na Turquia tive uma passagem sui generis pelo Besiktas. O treinador tinha sido preso na final da Taça da época anterior. O treinador esteve preso até dezembro, saiu da cadeia e queria ser, mas estávamos bem e não houve possibilidade. Trabalhei em circunstâncias difíceis, com a equipa técnica do treinador anterior, não tinha nenhum adjunto meu a trabalhar comigo, só em janeiro. O campeonato turco é muito difícil. Internamente não temos noção do quanto é competitivo, mexe com muita gente. Jogo muito difícil, muito duro, equipas muito competitivas. Normalmente apareciam mais golos nos 5, 10 minutos finais. As equipas a perder partiam o jogo, com 4, 5 jogadores na frente, arriscavam e ou marcavam ou sofriam. Foi uma aprendizagem boa e tinha muitos jogadores estrangeiros. Em Inglaterra, completamente diferente, uma aprendizagem muito grande, principalmente no Championship. Uma densidade de jogos competitiva muito grande. O Championship não é para meninos, é para rangers. Num sábado vencemos o último 3-2, com golo no fim. A meio da semana fomos ganhar a Newcastle 1-0, mas com a equipa a jogar completamente diferente. Tinhas de estar preparado, contra equipas que queriam jogar. Um desafio de 3 em 3 dias".
Depois, foi a vez de José Peseiro relembrar o momento em que deixou o Nacional para se tornar treinador-adjunto de Carlos Queiroz no Real Madrid da 'era dos Galácticos', na época 2003/04. "Eu era um treinador com 9 anos de treino como principal, com subidas, mas num contexto diferente. O mais diferente é que foi a primeira e única vez que fui assistente, fora de casa. Em casa sou... Tive o convite do Queiroz, estava no Brasil e ver jogadores para o Nacional e cheguei a Madrid quase a tremerem as pernas. Não tinha conhecimento de um balneário de 1.ª liga nem de contacto com jogadores daquele nível. Depois, a pressão mediática, os jornais... Se fosse treinador principal seria uma carga de trabalhos. O Queiroz tinha essa experiência e assumiu. Não interessa onde começamos. Eu foi na 3ª divisão, não no Real Madrid. Depois é a vontade e a velocidade de nos adaptarmos. Os Galácticos eram gente inteligente e quando precisávamos de ajuda eles davam. Foi uma experiência tremenda que me preparou para tudo. Um projeto único, com o presidente Florentino a ter ideias brilhantes de alavancar o clube. Eram onze jogadores e outros não tinham nível para estar ali. O Queiroz fez uma grande luta para termos segundas opções, mas o único era o Solari. Foi um plantel à imagem para vender o produto dos Galácticos: Beckham,. Ronaldo, Zidane, Figo, Raúl, Roberto Carlos e Casillas. Na primeira tour fomos à Ásia para vender imagem e não sei quantos empresários para vender outras coisas. Florentino teve necessidade daquilo, de vender uma imagem. Não ganhamos nada porque não tínhamos outras soluções. Quando começaram as lesões, ficámos com um onze muito alterado e acabámos mal, em 3º. A dimensão do clube, estratosférica, foi muito bom para mim passar pela experiência, os egos, o treino.. conviver e aprender com eles, com a estrutura, com o Carlos... Foi um marco muito importante na minha carreira e não sei se teria dado os passos que dei se não tivesse passado pelo Real Madrid", disse o técnico.
Já Rui Vitória, que teve a primeira experiência no Al Nassr da Arábia Saudita - foi o último treinador campeão pelo agora clube de Cristiano Ronaldo, Jorge Jesus e João Félix - admitiu que nunca imaginou emigrar e destacou a astúcia que carateriza os treinadores portugueses.
“Foi uma mudança brusca. Tive sempre em Portugal e sou muito caseiro. Nunca imaginei emigrar e sou levado a um país que não pensava ser o destino. Arábia foi um mundo que se abriu e graças a Deus que fui, não só do ponto de vista financeiro, mas abriu horizontes e mundo. Pensamos que estamos cá e sabemos e não sabemos nada, ou sabemos pouco. Vivências noutros contextos fazem crescer como pessoas e profissionais. A riqueza que vamos tendo [nos treinadores portugueses] tem a ver com adaptabilidade, mas há mais: temos conhecimento muito abrangente de uma série de áreas. Não é só a adaptação. Estamos a competir de um lado ao outro do mundo e os portugueses vão tendo sucesso. Baseia-se muito no conhecimento. Há coisas que não aprendemos na faculdade, surgem situações novas, mas temos capacidade de adaptar e conhecer em varias áreas, como psicologia, treino, recursos humanos... A capacidade de desenrascar sem fazer drama é a riqueza do treinador português, somos muito astutos. No futebol obrigamo-nos a crescer uns aos outros, há situações que nos levam a por em causa o que se faz, até do ponto de vista tático. Pomos problemas aos outros e originam soluções", considerou Rui Vitória.
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