O Arouca vem de uma derrota pesada em casa do Benfica, por 5-0, que fez desta a equipa com a defesa mais batida do campeonato à entrada para esta 10.ª jornada, com 24 golos encaixados. Em toda a época, ainda não houve um jogo em que a equipa de Vasco Seabra conseguisse terminar sem golos sofridos, mas o treinador confia que esse virar de página acontecerá já este domingo, na receção ao Moreirense.
"O processo tem sido cada vez mais claro, temos concedido cada vez menos aos adversários, então é uma questão de normalidade até à coisa acontecer. Agora, durante esta 'normalidade', não ficamos é à espera que a chuva caia e possa regar, temos de ser nós a regar para depois colher. A equipa esforçar-se muito nesse sentido, é uma questão de tempo até que isso aconteça, acreditamos muito que será já amanhã", afirmou, em conferência de imprensa, esperando que a equipa possa "competir no seu limite" e voltar a vencer em casa, o que não acontece desde a 1.ª jornada.
Vasco Seabra foi também confrontado com os penáltis da Luz (derrota por 5-0), depois de ter optado por não os discutir diante dos jornalistas no pós-jogo. "Reforço essa posição. A quente, acabamos por ser induzidos a comentar coisas que não nos dizem tanto respeito. Em algum momento sentimos a dor, sentimos essa dor de às vezes umas decisões que queríamos que fossem para nosso lado e não foram, mas não nos garramos a isso", referiu.
Olhar sobre o Moreirense: "Queremos tentar dominar o adversário e tentar estar por cima, é um adversário muito difícil, muito competente, uma equipa bem treinada, com processos muito claros, quer sempre tentar ser dominadora, alterna entre pressões mais alta ou em bloco. Vamos ter uma equipa que quer reverter esse momento menos feliz, mas com o início de época muito capaz, visível a todos, uma equipa com muita qualidade individual e coletiva. Temos de dar essa mostra do que somos e do que valemos, temos apenas 4 derrotas na época, 3 delas contra os 3 grandes. Obviamente queremos deixar isso de lado e voltar às vitórias, junto dos adeptos, que aconteceu só na 1ª jornada. Temos uma confiança muito grande no que temos vindo a fazer. Confiança total no que somos capazes de fazer".
Alternância de resultados e estados de espírito: "Nunca virámos a cara a luta, lutámos com alma muito grande. No ano passado empatámos em Alvalade e na Luz, este ano não conseguimos, sofremos mais golos que habitual, não gostamos de sofrer tantos golos, é evidente. Ainda não tivemos nenhum clean sheet, queremos ter e temos capacidade para isso. Temos de trabalhar muito para que coisas aconteçam e a sorte nos guarde. Temos de trabalhar muito. Vivemos um momento de equilíbrio e confiança grande, para que as coisas aconteçam de forma positiva. Tivemos um início com jogos muito difíceis, não conseguimos tirar os pontos que queríamos, mas seguimos com confiança e com serenidade. Temos de nos empenhar muito, correr muito."
O que falha a nível defensivo: "Diversos fatores. Nos jogos mais recentes, com o Benfica sofremos 3 golos de penálti e um de canto, o primeiro de canto que sofremos na época; com o Portimonense foi um de penálti; com o Famalicão foi um golo de livre direto no final do jogo... O processo tem sido cada vez mais claro, temos concedido cada vez menos aos adversários, então é uma questão de normalidade até à coisa acontecer. Agora, durante esta 'normalidade', não ficamos é à espera que a chuva caia e possa regar, temos de ser nós a regar para depois colher. A equipa esforçar-se muito nesse sentido, é uma questão de tempo até que isso aconteça, acreditamos muito que será já amanhã. Temos falado abertamente disso, mas com confiança muito grande no processo e sentimos que o jogo coletivo ofensivo e defensivo vai dar esses frutos."
Não quis alongar-se sobre os penáltis após o jogo da Luz: "Reforço essa posição. A quente, acabamos por ser induzidos a comentar coisas que não nos dizem tanto respeito. Em algum momento sentimos a dor, sentimos essa dor de às vezes umas decisões que queríamos que fossem para nosso lado e não foram, mas não nos garramos a isso. Foram 3 penáltis. Seguimos com essa máxima e focar agora no que controlamos, no treino, jogo, na energia e confiança que temos. Vamos amanhã com essa alma de competir no nosso limite."
Van Ee estreou-se a titular na Liga na Luz: "O Espen tem um perfil mais abrangente na dimensão de espaço, na chegada à pressão e roubar a bola. O que foi idealizado foi que sabíamos que o Benfica ia entrar forte, queríamos suster esse ímpeto e depois encontrar espaços. Infelizmente, ao intervalo as coisas já estavam danosas para nós. Ele tem capacidade física e processos simples, dá fluidez à equipa. Fukui também é de talento gigante e será comprado ao Arouca por valores bons e para maior dimensão e o David Simão também está num bom momento de forma, são as boas dores de cabeça."
Ausências: "O Matías Rocha e o Mateo Flores mantêm-se de fora e o Pedro Santos que ainda não voltou. O Dylan Nandín está na fase final, temos alguma expectativa..."
Por André Gonçalves