Auditoria ao Benfica: comissões, negócios com entidades sediadas em paraísos fiscais e conflitos de interesse

• Foto: Vítor Chi

Como refere no relatório da auditoria forense, a Ernst & Young detetou comissões pagas pelo Benfica acima das percentagens sugeridas pela FIFA. No entanto, tal não significa que tenha havida "prática inadequada". Por outro lado, foram encontrados negócios com entidades sediadas em paraísos fiscais.

"No que respeita às Comissões identificámos 71% de casos, entre negociações e renegociações de contratos de trabalho desportivo, onde os agentes envolvidos receberam comissões superiores a 3% da remuneração bruta (os Guidelines da FIFA sugerem que a Comissão não deverá ser superior a 3 % da remuneração bruta). E identificámos 44% de casos onde os Agentes envolvidos receberam Comissões superiores a 10% do valor da transferência (os Guidelines da FIFA sugerem que a Comissão não deverá ser superior a 10% do valor da transferência)", explica-se no documento, a que Record teve acesso.

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Detalhando, houve 57 casos (em 75 analisados), em que os agentes envolvidos em negociações e renegociações de contratos de trabalho desportivo receberam comissões superiores a 3% da remuneração bruta. Por outro lado, houve 24 situações (em 54 analisadas) em que  os agentes envolvidos nas negociações receberam comissões superiores a 10% do valor da transferência.

De qualquer forma, a A EY realça que "o facto de as percentagens excederem as guidelines da FIFA, não indica, necessariamente, uma prática inadequada", vincando: "Adicionalmente, importa referir que de acordo com informações obtidas, quando a transferência de um jogador não implica nenhum fluxo financeiro, é prática habitual do mercado desportivo que o valor a pagar de comissão ao agente seja mais elevado que o valor normal a ser pago."

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Nas diligências feitas aos "agentes/intermediários e respetivas entidades utilizadas como veículos para a realização das operações", os auditores encontraram 15 situações onde não foi possível identificar a estrutura acionista completa nem os UBO das entidades com as quais o Benfica se relacionou; 10 situações onde as entidades com as quais a Benfica SAD estabeleceu uma relação de negócio se encontram sedeadas em paraísos fiscais; e 10 situações onde o agente/intermediário responsável pela intermediação do negócio dos jogadores apresenta um conflito de interesses com o próprio jogador.

(Notícia atualizada às 13h20)

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Foto: Duarte Roriz/Correio da Manhã

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Por Nuno Martins
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