Depois de ter virado o campeonato na frente no início de janeiro, o Benfica continua a sua fuga em frente e atinge os dois terços da prova com a maior vantagem para a concorrência mais próxima. O Sporting está 5 pontos atrás e o grande rival FC Porto já leva 7 a menos. O cenário até nem é novidade para as bandas da Luz, pois Jorge Jesus mostrou antes que sabe fazer o caminho, resta aferir se à terceira atinge a meta em 1.º lugar.
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Depois do trambolhão portista no Dragão, no último domingo, o Benfica não desperdiçou a oportunidade de cimentar a liderança. E a forma como a equipa entrou a todo o gás na partida com o V. Guimarães dizia bem da ambição do seu treinador. Aos 50 segundos, na primeira jogada da noite, Douglas negou o golo a Rodrigo numa bela estirada, e não fosse a paragem do encontro durante quatro minutos (por força da assistência a Enzo Pérez e Jardel, com mazelas após um choque de cabeça), o Vitória teria ficado em desvantagem no placar bem cedo.
Arrancadas
Rui Vitória apostou na organização defensiva para controlar o maior pendor ofensivo das águias, conseguindo impor um futebol positivo, fruto da ação de Crivellaro e Barrientos no meio-campo. Os minhotos iam levando a água ao seu moinho, mas com um problema bicudo para resolver: as arrancadas de Markovic. O sérvio foi o grande desequilibrador no lado contrário, quer quando se esgueirava pela direita (serviu Rodrigo aos 29’) ou pela esquerda (ofereceu o golo a Sulejmani, aos 32’), onde deixou Addy com a cabeça à roda. Aos 40’, o Benfica chegou finalmente ao golo que já justificava, num lance em que as virtudes técnicas de Rodrigo e Markovic fizeram a diferença. Momentos antes, Maazou tinha assinado o primeiro sinal de perigo dos vimaranenses (boa defesa de Oblak, aos 36’). À beira do intervalo, Jorge Jesus descansava no seu frenesim junto ao banco e a claque da casa começou a cantar “nós só queremos o Benfica campeão”.
Controlo
Apesar da forma como as duas equipas se entregarem ao jogo, a verdade é que cedo se percebeu que quem chegasse primeiro ao golo garantia os 3 pontos. E se os jogadores de Jesus tiveram a recompensa pelo empenho como procuraram sem descanso o golo, também é verdade que justificaram o mérito do triunfo pela maturidade como controlaram o encontro durante todo o segundo tempo, não deixando os minhotos assustarem um tranquilo Oblak.
O canto do cisne do V. Guimarães aconteceu aos 52’, de novo pelo batalhador Maazou, que em boa posição cabeceou fraco à figura do esloveno. Crivellaro e Barrientos já não tinham a disponibilidade física do primeiro tempo e Rui Vitória lançou Hernâni e Tiago Rodrigues no jogo. O técnico visitante nunca encolheu a equipa – aos 84’ trocou o lateral Addy pelo avançado Tomané (Pedro Correia foi para a esquerda e Marco Matias ficou no lado direito da defesa) – mas o Vitória nunca mais foi o mesmo.
O sinal mais continuou a pertencer ao Benfica, que podia ter chegado ao 2-0, por Lima, aos 83’, na sequência de uma jogada de Rodrigo que deixou o brasileiro na cara do golo. Três minutos depois foi Salvio a obrigar Douglas a mais uma defesa apertada, já os encarnados jogavam com Ruben Amorim (rendeu Lima) no miolo, libertando Enzo Pérez para o apoio ao ponta-de-lança Rodrigo. O Benfica acabou o jogo por cima e a olhar em frente para o campeonato. Afinal só faltam dez jogos para a meta e a concorrência direta começa a ficar perigosamente para trás...
NOTA TÉCNICA
Jorge Jesus. Montou uma estratégia para resolver cedo a partida, acabando por ser brindado antes do intervalo. Depois geriu, sem nunca perder o controlo do jogo. (3)
Rui Vitória. Organizou bem a sua equipa, com futebol positivo e marcações à saída do meio-campo adversário. O Vitória nunca perdeu de vista a baliza de Oblak. (3)
Árbitro: Nuno Almeida (nota 3)
O árbitro Nuno Almeida mostrou boa condição física, acompanhando de perto a maior parte dos lances, e bem assistido pelos seus auxiliares, como aconteceu na jogada do golo encarnado, na rápida desmarcação de Markovic que deixou muitos com dúvidas no estádio. É certo que o jogo não lhe proporcionou muitos problemas, mas ainda assim ficaram algumas faltas por marcar, para prejuízo do Benfica.