O ESTÁDIO da Luz viveu quase todos os grandes momentos que é possível encontrar no futebol, incluindo a final de um Mundial. Assim aconteceu a 30 de Junho de 1991, quando se jogou o último encontro do Campeonato do Mundo de Juniores (sub-20), entre Portugal e Brasil, ante mais de 120 mil espectadores, na sua maioria jovens. O encontro decisivo iniciou-se à tarde, ainda com luz solar, mas prolongou-se noite fora, com o prolongamento e o desempate por “penalties”, dado que nenhuma das equipas foi capaz de marcar.
No momento decisivo, Rui Costa, então jovem promessa do Benfica, certamente ainda longe de imaginar o sucesso que alcançaria em Itália, bateu o guarda-redes brasileiro Roger, no “penalty” que assegurou o triunfo português. Seguiu-se uma enorme festa nas bancadas, prolongada noite fora pelas ruas de Lisboa e um pouco por todo o País. É certo que Portugal já celebrara um título de juniores no Mundial de 1989, na Arábia Saudita, mas agora a festa podia ser feita ali junto dos próprios jogadores e não à distância de um televisor.
Carlos Queiroz fundamental
À frente da selecção portuguesa de juniores de 1991, tal como sucedera na Arábia Saudita, estava o técnico Carlos Queiroz, cuja passagem pelos escalões jovens nacionais marcou uma era de ouro, com títulos internacionais e, sobretudo, sucessivas colheitas de ouro. Por exemplo, entre os talentos que jogaram a final com o Brasil estavam Rui Costa, hoje na Fiorentina, Luís Figo (Real Madrid), Rui Bento (recém-campeão pelo Boavista), Jorge Costa (titularíssimo no FC Porto) e João Vieira Pinto, o único elemento presente também na Arábia Saudita.
Ainda hoje, a FIFA recorda com saudade e orgulho todo o Mundial de Sub-20 organizado por Portugal, em 1991, sobretudo devido ao incrível ambiente vivido na final, com o Estádio da Luz repleto (maior enchente de sempre neste recinto), mas sem que tivesse ocorrido o mínimo incidente, apesar do calor.
A caminhada triunfal
O jogo inaugural do Campeonato do Mundo de Sub-20 organizado em Portugal teve lugar no Estádio das Antas, com Portugal a vencer a República da Irlanda (2-0), tendo marcado João Vieira Pinto e Capucho.
No segundo encontro, Portugal bateu uma indisciplinada Argentina (3-0), agora com golos de Gil, Paulo Torres e Toni. E, no terceiro duelo do Grupo A, a selecção portuguesa ultrapassou a Coreia (curiosamente, unificada...), por 1-0, tento de Paulo Torres.
Nos quartos-de-final, Portugal sofreu ante o México, ganhando apenas no prolongamento (2-1), com golos de Paulo Torres e Toni, enquanto nas meias-finais o adversário foi a resistente Austrália (1-0), valendo Rui Costa para resolver o assunto.
No dia 30 de Junho de 1991, Portugal e Brasil jogaram a final (0-0), sorrindo o título à selecção portuguesa já no desempate por “penalties”. As equipas alinharam:
PORTUGAL – Brassard; Nélson (Tulipa, 11; Capucho, 70), Rui Bento, Jorge Costa e Paulo Torres; Peixe; Figo e Rui Costa; Gil, João Vieira Pinto e Toni.
Treinador: Carlos Queiroz.
BRASIL – Roger; Zelão, Emerson, Andrei e Roberto Carlos; Rodrigo; Djair, Marquinhos, Luís Fernando (Serginho, 97); Élber e Paulo Nunes (Ramon, 60).
Treinador: Ernesto Paulo.
Desempate por “penalties”: Ramon (0-1), Jorge Costa (1-1), Élber falhou, Figo (2-1), Andrei (2-2), Paulo Torres (3-2), Marquinhos permitiu a defesa de Brassard e Rui Costa (4-2).
Peixe eleito o melhor em todo o Mundial
O médio defensivo Emílio Peixe, actualmente no FC Porto, foi eleito o melhor jogador do Mundial de 1991, na sequência de uma votação entre todos os jornalistas presentes na competição e de elementos da FIFA. O segundo lugar foi para o avançado brasileiro Élber, agora no Bayern Munique.
Rui Costa encantado com o público da Luz
No final, o “herói” da noite, Rui Costa, afirmou: “Não há palavras para agradecer a todas estas pessoas. Quando entrámos em campo, dissemos uns para os outros que era impossível desiludi-los.” E concluiu: “Estamos todos de parabéns.”
A grande emoção do jovem Luís Figo
A uma década de ser o futebolista mais caro do Mundo, Figo (Sporting) declarou, após o jogo: “Faltam-me as palavras para descrever a nossa emoção. Foi muito agradável, para mais em Portugal, com todo este público.” E acrescentou: “O Brasil fez uma bela partida (...), mas nós merecemos ganhar.”
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