Ainda no Benfica, o agora guardião do Olympiacos garantia que o clube português não era um trampolim, mas uma... piscina
"A exibição não foi uma resposta a ninguém. Não faço caso do que se diz e do que se fala. Para mim é um prémio ao meu trabalho e ao meu profissionalismo. Trabalhámos muito e duro e merecíamos esta vitória". As palavras são do guarda-redes do Olympiacos Roberto que, no jogo de terça-feira para a Champions, parou sete remates do Benfica com selo de golo e deixou a sua antiga equipa quase fora da prova.
Se no jogo na Luz, Roberto até tinha sido aplaudido pelos adeptos do Benfica por ter cometido uma falha grave e “patrocinado” o golo de Cardozo, ontem a sorte esteve do lado do guardião que não deixou saudades entre as águias.
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Roberto Jiménez Gago chegou a Lisboa em junho de 2010 com o rótulo de guarda-redes mais caro da história do futebol português. Os 8,5 milhões de euros que o Benfica pagou ao Atlético Madrid pelo então jovem de 24 anos ainda constituem um recorde em Portugal para a posição, que será muito complicado de ser batido nos próximos tempos.
Do sonho ao pesadelo em poucos dias
O forte investimento na baliza do Benfica, na sequência de um ano em que Quim, apesar de não comprometer na defesa das redes da equipa que ganhou o campeonato, foi dispensado por Jorge Jesus, fez crescer água na boca dos adeptos encarnados, na expectativa de que o possante jovem que impressionou ao serviço do Saragoça em 2009/2010 fizesse o mesmo pelo Benfica. E ele cedo o prometia.
"O Benfica não é um trampolim, o Benfica é a piscina! É um clube onde qualquer jogador ambiciona jogar. Quando se chega a um clube como este a nossa vontade só pode ser uma, ficar cá o maior número de anos que for possível", afirmava em entrevista a Record publicada a 10 de julho de 2010.
Ainda assim, reconhecia, estava pronto a ouvir assobios. "Acho que os jogadores devem sempre valorizar as críticas e não ligar muito aos elogios. Errar é próprio do futebol e todos erramos, mas os guarda-redes devem ser aqueles que erram menos porque, porque é onde se sente mais". E assim foi.
As esperanças de que a passagem de Roberto pela Luz se tornasse num sonho rapidamente foram transformadas em desconfianças de que tudo se viria a tornar num enorme pesadelo. Foram apenas necessários alguns jogos de pré-época para que adeptos e críticos torcessem, desde logo, o nariz ao guarda-redes natural de Fuenlabrada.
A 20 de julho, e numa altura que ainda faltavam algumas semanas para o arranque oficial da época, já Jorge Jesus sentia a necessidade de reforçar a ideia de que Roberto seria o seu guarda-redes. Uma aposta falhada desde o primeiro momento e que acabaria por ter consequências desastrosas para os então campeões nacionais.
Jesus deu braço a torcer mas por pouco tempo
Os efeitos negativos da aposta em Roberto sentiram-se logo nos primeiros jogos da temporada: derrota na Supertaça frente ao FC Porto, duas derrotas a abrir a Liga, a segunda das quais com dois golos em que o espanhol ficou muito mal na fotografia. Ao todo, foram seis tentos sofridos em três derrotas, num começo de época que entrou na história do clube da Luz pelos piores motivos.
A forte pressão dos adeptos fez Jorge Jesus dar o braço a torcer e dar a titularidade a Júlio César no jogo seguinte ao descalabro de Roberto na Madeira. O Benfica até começou bem nesse jogo com o V. Setúbal, com um golo logo aos 3 minutos, mas 20 minutos depois, e por ironia do destino, a Luz assistiu a um episódio digno de filme, com Julio César a ser expulso e provocar uma grande penalidade que viria a ser defendida por… Roberto.
Paz podre terminou onde começou
Essa defesa de Roberto, determinante para que o Benfica alcançasse a primeira vitória da época, fez com que Jesus voltasse a atribuir a titularidade da baliza ao jovem espanhol. Apesar de desde cedo afastado do título e sempre atrás do poderoso FC Porto de André Villas-Boas, o Benfica encontrou alguma consistência exibicional a meio de uma época menos boa e Roberto acompanhou esse bom momento, estando mesmo cinco jogos consecutivos sem sofrer qualquer golo.
O período de paz entre os adeptos e o guarda-redes acabou por terminar precisamente na Luz. Sem poder perder com o FC Porto sob pena de entregar no seu estádio o título aos azuis e brancos, Roberto protagonizou um dos maiores frangos da temporada futebolística e acabou por ser um dos maiores responsáveis por uma derrota humilhante.
O valor... adiado
No final da exibição de ontem, Jorge Jesus garantiu que a prestação de Roberto... não o surpreendeu.
"Fizemos um jogo de grande qualidade mas quem marca esta partida é o Roberto, que tirou os golos ao Benfica e fez grandes defesas. Hoje mostrou tudo aquilo que eu sabia que ele valia. Não é normal um guarda-redes ter tanta influência num jogo", afirmou o técnico no final do jogo. Pena (dirá ele) que tenha sido no jogo contra o Benfica.
Falta só definir detalhes relacionados com os adjuntos para se assinar o vínculo. Treinador deve ser apresentado esta quinta-feira
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