2.ª sessão do julgamento aqueceu quando o antigo presidente da MAG da Liga foi ouvido no caso dos emails
Carlos Deus Pereira já foi muita coisa na vida: tornou-se conhecido por ter sido jogador do Benfica na década de 80, licenciou-se em Direito e exerce advocacia, ao mesmo tempo que foi presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. E foi, relativamente às funções que exerceu neste último cargo, que esta segunda-feira marcou presença no Campus de Justiça para ser ouvido no julgamento do Caso dos emails, numa sessão marcada por alguma tensão. Em primeiro lugar é preciso referir que este prestou declarações depois de se ter tornado assistente no processo, uma vez que viu o seu nome visado nos emails divulgados por Franscisco J. Marques no Porto Canal, sendo acusado de ajudar o Benfica a monitorizar as mensagens de Fernando Gomes, presidente da FPF.
Esta dedução surgiu depois de ter sido intercetado um email entre Carlos Deus Pereira e Pedro Guerra, em que o primeiro apresentava uma série de ficheiros, nos quais se encontrava uma mensagem enviada por Fernando Gomes a Tiago Craveiro, antigo diretor-geral da FPF, com quem começou a trabalhar na Liga. "Tens de me acompanhar à presidência da FPF, quanto mais não seja pelo amor comum ao azul e branco".
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Este foi o conteúdo de uma das mensagens que constavam do ficheiro que chegou a Carlos de Deus Pereira, por via de João Tocha, o qual acabou por ser reencaminhado diretamente para Pedro Guerra e, segundo o causídico, para Rui Santos. "Eu recebi um email de um profissional da comunicação chamado João Tocha. Na altura, eu era presidente da AG da Liga e em 2014 ele enviou-me um email, onde se replicava um SMS enviado pelo candidato à presidência do FPF, Fernando Gomes, com o diretor Tiago Craveiro", explicou, acrescentando depois o que o levou, sendo responsável da Liga, a reencaminhar os ficheiros para jornalistas: "Na altura, ele enviou-me aquilo e achei inadmissível. Reportei isso, falei com vários jornalistas. Rui Santos foi um desses jornalistas, tal como o Pedro Guerra. Portanto, o email não tinha só essa frase. O email era mais extenso. O que aparecia na televisão tinha apenas uma parte do email total que me foi enviado pelo João Tocha. Quando soube fiquei chocado e quis saber se esse facto que me foi enviado no email aconteceu em 2012. Queria saber se os jornalistas que tratavam destes assuntos diariamente sabiam da situação. É que é uma situação anómala".
Carlos Deus Pereira explicou que a ligação com esses jornalistas vem de outros tempos, mas quando questionado se considerava esses jornalistas imparciais, nomeadamente Pedro Guerra, que comentava na BTV, provocou sorrisos junto dos advogados de defesa: "É um jornalista não ligado ao Benfica", atirou, já depois de ter exposto a sua ideia: "Trabalhava na BTV, no Correio da Manhã ou na TVI também era comentador residente. Eu relacionava-me com jornalistas que à data comentavam os assuntos que me diziam respeito. A BTV é uma televisão ligada ao Benfica, mas tem a isenção que qualquer jornalista deve ter".
No Porto Canal foram expostos outros emails entre Carlos Deus Pereira, quando era presidente da MAG, e Pedro Guerra, onde prometia divulgar documentos, numa altura em que se discutiam "a centralização dos direitos televisivos".
"Tinha o direito de me defender dos ataques de que era objeto. Há um hiato temporal em que decido a marcação das AG’s. Os clubes são conhecedores do que se está a passar. Até à marcação da AG há espaço a que muito aconteça nos meios de comunicação social. Eu produzo informação para que informação seja correta. Estava a produzir esclarecimentos da verdade da situação. Para se alertar sobre o sistema viciado, assente na corrupção, as coisas são difíceis de se passar. Hoje, os clubes recebem 3 ou 4 milhões de direitos televisivos por causa dessa altura, porque alguém teve coragem. O que paguei foi sair do futebol e nunca mais lá voltar. Não recebi nem um táxi, nem um avião enquanto presidente da MAG, assinalou, tendo também garantido que foi alvo de "ameaças de morte".
Apesar desta explicação, o advogado do arguido Júlio Magalhães perguntou se lhe parecia "idóneo partilhar pareceres" confidenciais a Pedro Guerra, não tendo Carlos Deus Pereira acrescentado muito mais informação: "Já expliquei porque é que isso aconteceu".
A audição de Carlos Deus Pereira passou por alguns momentos quentes, tendo o juiz Nuno Costa sido obrigado a intervir quando o o advogado de Diogo Faria lhe perguntou se este "era um autómato". O causídico entrou em perguntas diretas com o antigo jogador e perguntou porque o fez: "Não havia isenção", respondeu, tendo referido que não abriu a totalidade dos ficheiros e só prestou atenção à troca de mensagens que João Tocha já havia destacado.
Tal resposta levou o advogado de Diogo Faria a questionar se esta era um "autómato", por ter reencaminhado ficheiros que nem abriu, tendo Deus Pereira exaltado-se e respondido: "Não lhe admito isso".
O juiz interveio e os ânimos acalmaram, tendo prosseguido as questões.
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