Fim do debate de mais de 4 horas: o resumo
O debate entre os seis candidatos à presidência do Benfica, realizado ontem à noite no Estádio da Luz, durou quase 4 horas e ficou marcado por um ataque cerrado a João Noronha Lopes e Rui Costa, os dois melhores colocados nas sondagens e que trocaram várias bicadas entre si. Foi uma espécie de cerco aos favoritos, com a saída de João Neves e a falta de títulos a serem apontados ao presidente.
“Rui Costa não fez o que deveria ter feito para segurar João Neves, que não saiu por estratégia mas sim por urgência”, atirou Noronha Lopes, reiterando que “o Benfica não pode ser o clube do quase nem normalizar a derrota” e acrescentando: “Não posso deixar de estranhar que depois de investir 130 M€ em jogadores o plantel ainda apresente tantas lacunas.”
Já João Diogo Manteigas referiu que “o Benfica poderia ter feito ouvidos moucos e não vender João Neves”, enquanto Luís Filipe Vieira, num tom cordial, recordou um episódio para justificar que o dossiê podia ter sido gerido de outra forma. “Às vezes não nos antecipamos quando temos de nos antecipar. Lembra-te do que se passou com o Rúben Dias. Se tivesses feito o mesmo se calhar terias ficado com o João Neves.”
Quanto a João Noronha Lopes, foi visado sobretudo pela estrutura numerosa, com Nuno Gomes vice-presidente para o futebol, assunto que aqueceu o debate. “Apresenta uma estrutura altamente profissional com pessoas que nunca desempenharam, no passado, qualquer cargo desses. Não estão em causa as pessoas, mas nenhuma delas teve o cargo a que o senhor as propõe”, frisou Rui Costa, questionando: “Explique lá o que faz o vice-presidente para o futebol no clube?”
Depois de Vieira ter defendido que “há pessoas que não têm capacidade para alguns lugares que estão a querer ocupar”, Martim Mayer foi mais longe ao dizer que “não faz sentido numa organização como o Benfica ter uma vice-presidência para o futebol no clube, pois o futebol profissional está na SAD”.
As questões financeiras também foram discutidas de forma acesa, com Noronha Lopes a acusar Rui Costa de ter “aumentado o passivo em 100 M€” e ter tido “quatro responsáveis financeiros no seu mandato”. “Em termos de saídas talvez o recorde seja seu, 58 dias, está registado em ata”, respondeu o presidente. Na parte final, uma ata exibida por Noronha Lopes sobre as obras do novo estádio gerou animada discussão.

