O adeus de Fábio Faria ao futebol, anunciado esta sexta-feira, após ter-lhe sido diagnosticado um problema cardíaco, traz à memória outros casos de futebolistas que se viram forçados a terminar a carreira em prol da saúde.

Um dos casos mais emblemáticos do futebol nacional foi o de Tonanha, antigo avançado do Belenenses que, à semelhança do defesa do Benfica, também foi obrigado a pendurar as botas aos 23 anos.

Corria a época de 1997/98 quando foi diagnosticada a Tonanha displasia arritmogénica do ventrículo direito. O jogador ainda foi submetido a quatro intervenções cirúrgicas, mas nenhuma delas obteve resultados satisfatórios e a carreira acabou por ali. Atualmente, com 39 anos, orienta os juniores do Freamunde.

A nível internacional são também conhecidos os casos de Ruben De La Red (Real Madrid), do francês Lilian Thuram ou, mais recentemente, de Fabrice Muamba (Bolton). Outros foram os que tiveram mais sorte: o nigeriano Kanu, o senegalês Fadiga e o antigo avançado espanhol do Belenenses Jesús Seba, que conseguiram ultrapassar os problemas cardíacos diagnosticados e continuar a jogar futebol.

No entanto, existem ainda os casos mais dramáticos. Jogadores cujos problemas não foram diagnosticados a tempo e que acabaram por falecer em pleno relvado. Féher, Pavão, Puerta, Foé, Serginho ou Morosini são alguns do rosto da tragédia.

Outros casos:

JESÚS SEBA

O avançado espanhol representava o Belenenses em 2000 quando lhe foi detetado um problema cardíaco. Então com 26 anos, chegou-se a temer que fosse obrigado a colocar um ponto final na carreira. Contudo, foi operado nos EUA e regressou à competição em janeiro de 2001. Depois de sair do Restelo regressou ao futebol espanhol onde jogou ainda no Orihuela, Palencia, Andorra FC e CD Oliver.

KANU

O avançado nigeriano deu nas vistas ao empurrar a sua seleção para a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1996, desempenho que lhe valeu a transferência do Ajax para o Inter. Só que os médicos italianos diagnosticaram-lhe um problema que tornava quase impossível continuar a jogar: o seu coração era maior que o normal e uma das válvulas não funcionava bem. No entanto, Kanu não desistiu e, depois de uma longa operação nos EUA, voltou aos relvados italianos.

FADIGA

O médio senegalês projetou-se no Mundial de 2002, onde chegou aos quartos-de-final. No ano seguinte foi contratado pelo Inter, mas os exames médicos detetaram problemas nos batimentos cardíacos. Fez uma cirurgia em maio de 2004, só que foi dispensado pelos italianos. Rumou a Inglaterra, onde assinou pelo Bolton. No entanto, teve um enfarte em outubro desse ano durante o aquecimento para um jogo. Após nova operação foi-lhe dito para abandonar os relvados, mas continuou a jogar até à temporada passada, quando e retirou com 37 anos.

DE LARED

O médio espanhol sofreu uma sincope cardíaca a 30 de outubro de 2008, durante um jogo do Real Madrid com o Real Union de Irún. Dois anos depois, apesar de todos os esforços, chegou a decisão mais complicada: com apenas 25 anos foi obrigado a abandonar a carreira. O ex-internacional espanhol (sagrou-se campeão europeu em 2008) continua ligado ao futebol como treinador da equipa de juvenis dos merengues, clube onde se sagrou campeão em 2006/07 e venceu uma Supertaça em 2008.